- idiotas estressadinhos -

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Ao amanhecer Moonvale era a primeira a receber os raios de sol anunciando uma manhã que ao decorrer do dia indicava chances altas de ser bastante calorosa.

Em todos os sentidos.

Jake odiava acordar pela manhã, nas raras vezes que dormia à noite, com feixes solares em seu rosto. Isso compromete mais a sua visão arruinada, que lhe deu de presente ainda na infância, três graus de miopia em cada olho.

Ele não gostava de usar óculos. Mas se não quisesse acordar pela manhã com uma dor de cabeça insuportável, precisava colocá-los imediatamente assim que despertasse, caso contrário pelo resto do dia seu humor ameaçado explodir aquela cabana botando Francis no encargo de acalmá-lo oferecendo chá de camomila com mel ou maracujá.

São seus favoritos.

Jake acordou com a tal dor de cabeça de sempre estranhando o local onde estava. Ele não lembrava de ter dormido na cabana, na verdade, raciocinando mais um pouco ele não se lembrava de nada que tinha acontecido na noite anterior. Piscou algumas vezes buscando focar sua visão embaçada, levou a mão destra em direção a cômoda ao lado da cama procurando seu óculos. Porém, sem sucesso.

Ele impulsionou o corpo para se levantar sentindo dor em cada pedaço do seu corpo
mas teve que estagnar a postura ao ouvir o chiado de um frasco de remédios sendo balançado, ele conhecia aquele barulho como ninguém.

- Como você está? - indagou Francis colocando o frasco sob a mesa que Jake usava para trabalhar, junto de uma garrafa de água na companhia de um copo que deixou ali quando chegaram. Quando entrou no quarto, Jake estava de cabeça baixa então imaginou que ele só deduziu sua presença pelo barulho do chacoalho.

- Me fala que isso é um analgésico, por favor.- pressionou as mãos na cabeça à medida que fechava os olhos. - Minha cabeça dói muito. Estou todo dolorido.- Notou as escoriações em seu braço.

- Infelizmente não. São os remédios que fazem parte do seu tratamento.- usando a própria mão, Francis a pousou na testa de Jake reparando se ele estava com febre.- Depois que você tomar esse, você tomará o analgésico que quiser.- concluiu que não.

- Eu não quero.- Jake afastou o rosto .- Este tratamento não está servindo de nada. Me sinto cada dia pior, não lembro de nada, acho que estou portando amnésia também.

- Não fale besteiras garoto.- retornou para próximo da mesa determinado pegar do frasco um comprimido, assim que fez colocou água no copo e estendeu em direção a ele.

De qualquer forma, se recusasse Francis usaria meios maléficos para enfiar aquele comprimido na sua goela. Ele tentou na primeira vez que Jake protestou em tomar o remédio levantando sua opinião de que tratamentos como aquele não o curaria da sua doença, porque o que afeta o psicológico só tem cura depois da morte.

Todavia, quando se viu preso numa chave de braço do mais velho, vermelho de tanto gritar que ele tomaria de qualquer maneira nem que o levasse arrastado até sua mãe, Jake se deu por vencido, condecorando seu prontuário com mais um trauma na conta.

Ele ficou encarando Francis por alguns segundos antes de tomar de vez a medicação.

Jake adorava Francis apesar de ter praticamente metido ele nessa história toda.

Ele era o amigo indispensável que ninguém gostaria de perder, era injusto ele sendo tão bom também estar na mira da polícia, tudo porque os poderosos procuram a minoria para jogar em cima suas sujeiras.

Queria saber como ele lidava com tudo isso ao passar dos anos, até agora eram quatro. Quatro anos migrando de um lado para o outro e cuidando de Jake como se fosse um filho que nunca teve.

- protocolo de invasão -Onde histórias criam vida. Descubra agora