Maxine Wheeler e Travis O'Brien podem até estudar na mesma faculdade, mas vivem em universos completamente diferentes.
Max está interessada apenas em terminar os seus estudos e passar despercebida, enquanto Travis, apesar de ser o centro das atençõ...
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— Pode me passar outro livro?
Espero, com a mão estendida, mas não obtenho nenhum retorno. Com a testa franzida, olho para baixo, e vejo Travis com uma cara meio abobada enquanto encara a minha bunda.
Isso é mesmo sério?
— Alô? Tem alguém aí? — balanço a mão no ar, finalmente chamando a sua atenção.
Travis pisca, como se finalmente tivesse saído de uma série de devaneios, e seus olhos procuram os meus.
— Quê?
Bufo.
— Isso é sério? Eu pensei que você fosse me ajudar, não ficar babando na minha bunda.
Ele sequer parece desconcertado diante da acusação. Cara de pau.
— Olha, eu tô fazendo isso de graça, então acho justo que eu seja pago de alguma forma.
— Você é tão cínico.
— E você é tão gostosa — retruca ele, com um sorrisinho, me passando dois livros.
Reviro os olhos.
— Você é um péssimo funcionário. Eu certamente nunca te contrataria — comento, encaixando os livros na prateleira superior.
— Eu tenho outras maneiras de mostrar os meus serviços — comenta ele, em tom malicioso.
Balanço a cabeça, mas estou sorrindo. Acho que já me acostumei com esses comentários cheios de segundas intenções, e até gosto.
— Preciso de mais alguns livros aqui — informo, olhando o espaço vazio na estante.
— Hum… esses foram os últimos.
Olho para baixo e vejo a caixa vazia.
— Merda — resmungo. — Vou ter que fazer novos pedidos.
Começo a descer da escada, e Travis segura-a com firmeza como se eu pudesse despencar a qualquer momento. É fofo. São essas pequenas coisas, o cuidado, que me fazem ficar caidinha por ele.
Finalmente em terra firme, eu me viro para ele e deposito um beijo rápido em seus lábios.
— Obrigada — sorrio. — Você foi muito útil.
E foi mesmo. Nosso outro funcionário pediu as contas, e ele normalmente carregava as caixas de livros, que são bem pesadas, para eu poder arrumar nas estantes. Agora eu preciso fazer tudo sozinha, e além da dor nas costas por ter que carregar tanto peso e ficar me curvando para pegar os livros, preciso ficar subindo e descendo a escada feito uma doida, para depois subir com os braços cheios de livros pesados e grossos e sem quase nenhum equilíbrio, correndo o risco de levar uma queda feia e me machucar.
Cameron disse que ia arranjar alguém, mas não tenho esperanças. Ela faz de tudo para economizar algum dinheiro, e eu desconfio que pagar outro salário está fora de cogitação — ela nem mesmo se preocupou em consertar a fiação do prédio que está pedindo misericórdia, tudo para não ter que gastar alguns dólares.