A ponta de seus dedos no meu rosto.

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Amor, a nossa história foi tão honesta e rápida que sequer notamos o tempo passando.

Nos aproximamos de uma forma sútil e comum. Nos reconhecemos e conhecemos não só como amigos ou colegas, mas como verdadeiros seres humanos.

Nós éramos apenas humanos um para o outro.

Me recordo o quanto atentei com sua mudança de comportamento. Você parecia mais confortável ao meu lado, e de certa forma, me acomodei com a ideia de te contar meus segredos.

Acho que se não tivesse puxado assunto e falado sobre meus antigos interesses amorosos nos garotos da minha época de ensino médio, não teríamos começado a flertar um com o outro.

Não era como cantadas ou toques discretos, era algo espiritual: as vezes só um suspiro seu já era suficiente para entender que estava me cortejando e eu ficava nervoso.

Por mais que houvesse sido um sentimento repentino de interesse amoroso, nós nos dêmos bem e usamos os atos ao nosso favor.

Um dia sentado em um canto nos fundos da biblioteca, você fumando e desenhando no seu caderno, jogávamos conversa fora até as coisas começaram a tomar um rumo.

Você soltava a fumaça pela boca e me olhava com atenção, instantes depois acabou tocando meu rosto com a ponta de seus dedos.

Você disse que estava tirando do meu rosto um fio de cabelo, mas a maneira que me olhava entregava que naquele instante pensou em tomar uma atitude maior e me beijar.

A falta de um beijo teu me matava desde então.

dear hurt | yuwinWhere stories live. Discover now