011✔️

108 13 14
                                    

Celia James

A tarde com Andy foi muito legal, e acabei chegando tarde em casa. Tento entrar sem fazer barulho, mas sem sucesso. Minha mãe estava na sala e ouviu minha tentativa.

— Esse é o horário da madame chegar? — Ela fala meio arrastada, provavelmente estava bêbada.

— É que eu... — Tento falar.

— É que o quê? Se atrasou? Encontrou outra garota? — Ela levantou a voz. — Porra, você não faz nada e ainda chega tarde em casa! Que saco, vai arrumar o que fazer. Eu vi suas notas: 8 em História e 9 em Geografia. Como pode? Você sabe que sempre tem que tirar 10!

— Mas eu tirei 10 em quase todas — falo baixo, olhando para ela.

— Não é o suficiente! Estude mais! E você tá ficando gordinha, é pra comer menos. Não quero ver você saindo rolando por aí!

Uma lágrima cai dos meus olhos enquanto abaixo a cabeça.

— Não chora ou vou te dar motivo para isso, garota! — Ela grita, aproximando-se e segurando meu pulso com força. Ela estava cheirando a cigarro e bebida.

— Tá me machucando — consigo dizer, evitando olhar nos olhos dela. Ela fica alguns segundos segurando e então me solta com um empurrão.

— Vai pro quarto, garota! — Ela grita novamente, e eu corro para meu quarto, trancando a porta e me jogando na cama, chorando descontroladamente.

"Por que ela é assim? Eu não sou suficiente?"

Ainda estou tentando de tudo para manter você rindo para mim Eu ainda acredito, mas não sei por quê Eu nunca fui natural, tudo o que faço é tentar, tentar, tentar

Mas nunca é o suficiente para ela: notas boas, ser educada, não atrapalhar quando está assistindo algo, concordar com tudo que ela fala, sempre deixar a casa arrumada... e nunca é o suficiente. Poxa, por que comigo?

Meu choro incontrolável se intensificou, meu corpo tremendo de forma violenta. Senti um aperto no peito, minha respiração ficou curta e ofegante, como se o ar ao redor tivesse sumido.

Andy Goldfarb

Enquanto estava em casa, não conseguia tirar a Celia da cabeça. Algo em seu olhar me preocupava, então decidi dar uma passada lá para vê-la. Cheguei ao jardim dela e, ao olhar para a janela, percebi que algo estava errado. Pedrinhas na janela sempre foram nosso código. Atirei algumas para chamar sua atenção.

Celia abriu a janela, e o estado dela me alarmou de imediato. Seus olhos estavam vermelhos e inchados.

— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou, surpresa.

— Queria te ver — respondi, entrando e me deitando na cama dela.

— Primeiro, a gente estava junto até meia hora atrás e, segundo, quem te deu essa liberdade toda? — Ela tentou soar irritada, mas sua voz estava fraca.

— Você estava chorando — observei, aproximando-me dela.

— Eu? Não — Ela desviou o olhar.

— Claro que estava — A abracei. — Pode contar comigo, loirinha.

— Problemas com minha mãe — Ela admitiu, olhando nos meus olhos. — Nada de mais.

— Ela ainda pega pesado com você?

— É, ainda — Celia saiu do abraço e se deitou na cama. Me deitei ao lado dela, abraçando-a de novo.

— Vou dormir com você — declarei.

— Quem disse?

— Eu!

— Se minha mãe te ver aqui, aí mesmo que ela me mata!

— É só trancar a porta!

— Mas já está trancada!

— Ótimo, facilita para mim!

— Tá, mas e a sua mãe?

— Disse que ia dormir na casa de um amigo.

— Pera aí, então você já estava com planos de ficar aqui.

— Sim! Agora vamos dormir. — Apaguei a luz do quarto e deitei a cabeça no pescoço de Celia.

— Já tá querendo demais.

— Shiu — ri.

No meio da noite, senti Celia se mexendo muito. Sua respiração estava acelerada, quase em pânico. Acordei rapidamente, notando que ela estava tendo uma crise de ansiedade.

— Celia, olha para mim — disse, tentando manter a calma. Ela não respondia, só chorava mais.

— Celia! — Chamei novamente, um pouco mais firme, pegando seu rosto em minhas mãos. — Respira comigo, ok? Devagar. Inspira... expira...

Ela tentou seguir meu ritmo, mas sua respiração estava entrecortada pelos soluços. Continuei falando com ela, tentando guiá-la de volta ao controle.

— Tá tudo bem, Celia. Eu tô aqui. Não vou a lugar nenhum.

Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade, ela começou a acalmar. Seus soluços diminuíram, e sua respiração começou a regularizar.

— Isso, assim. Devagar... Isso. Melhor agora?

Ela assentiu levemente, ainda tremendo um pouco. A abracei com mais firmeza, oferecendo conforto.

— Você é forte, Celia. Isso vai passar. Eu prometo.

Ela finalmente se acalmou completamente, os olhos fechando de exaustão. Fiquei acordado ao lado dela, certificando-me de que ela estava bem antes de permitir que o sono me levasse de volta.

Celia James

Acordei e Andy ainda estava dormindo. Até que esse menino é bonito. Balanço a cabeça, tentando afastar esse pensamento. Saio da cama sem fazer barulho e vou ao banheiro. Faço minhas higienes pessoais e me troco. Quando saio, Andy estava sentado na cama, tentando entender o que está acontecendo.

— Bom dia — falo.

— Bom dia — ele sorri.

— Acho melhor você ir para casa — digo, abrindo a janela. — Já é quase 11:30 da manhã.

— Tá me expulsando? — Ele pergunta, fingindo estar ofendido.

Aponto para a janela, rindo.

— Beleza, mas antes... — Ele vem até mim rápido, me dá um selinho e sai pela janela. Foi tudo muito rápido.

Quando vi, estava sorrindo como uma boba. Meu Deus, o que esse menino fez comigo?


~~•~~~•~~~•~~~•~~~•~~~•~~~•~~~•~~

▪︎ Revisada

You Belong With Me - Andy Goldfarb (REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora