The Occluded Soul | Sevmione

[9] Libertado

Hermione acordou com aquela dor de água suja que lhe dizia que, apesar de ter dormido tanto que nem se deu ao trabalho de rolar, ela ainda não estava descansada. Ela não conseguia se lembrar de um único sonho.

Bichento fez uma saudação, perguntando se ela deveria se preocupar em acordar.

"Estou acordada, meu velho. É melhor continuar com as coisas".

Ela alimentou seu animal e ligou a chaleira quando ouviu sua mãe se mexendo. Ela entrou no chuveiro e tentou terminar o processo de despertar.

Sua mãe tinha o café da manhã na mesa quando ela desceu.

"Vejo que você é uma trouxa novamente", ela acenou com a cabeça para suas escolhas de roupas. "Qual é a sua agenda para o dia?"

"Pensei em ir ao abrigo. Só porque nossas vidas tomaram um rumo estranho esta semana, não significa que eu deva esquecer meus amigos que a vida oprimiu completamente."

"Parece um plano muito bom. Sabe, estive pensando nessa coisa de conexão. Você acha que sua conexão com seu professor foi o que o levou a trabalhar com os sem-teto?"

"Sim, acho. Eu também pensei nisso. Mas isso não faz com que valha menos a pena só porque fui manipulada."

"Ah, eu não diria manipulada, querida. Não acho que tenha havido muita reflexão sobre isso. Acho que ele vivia sem teto, antes de ir parar no hospital por três anos, e você, de alguma forma, sabia. Isso é tudo."

Hermione admitiu que sua mãe tinha um ponto mais válido. Ela sabia que estava quase fazendo beicinho. Ela não gostava de se sentir tão descartável em relação à agenda de Snape.

Seu pai entrou na sala e lhe deu um beijo na cabeça antes de se inclinar para o bule de chá.

Ela comeu seu cereal e foi para o abrigo.

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John Granger estava se preparando para suas consultas matinais na clínica odontológica e tinha acabado de fazer a barba quando ouviu o vidro se estilhaçar. Ele limpou rapidamente o rosto com a toalha e correu para o corredor.

"Helen? Você está bem?"

Ele não obteve resposta e desceu as escadas correndo, direto para os braços do Comensal da Morte escondido contra a parede. Ele olhou para o lado e viu sua esposa, presa por outro homem mascarado. Uma mão com luva estava sobre a boca dela e o homem começou a rir enquanto ela se debatia em seus braços, tentando se soltar.

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A correria do café da manhã havia terminado e Hermione acabara de carregar seu carrinho com as refeições, além de café, rosquinhas, gorros, luvas e cobertores para sair em busca daqueles que não puderam ou não quiseram ir ao abrigo.

"Estou indo, Ben. Devo estar de volta em uma hora."

"Certo. Pergunte ao senhor Walter sobre os preços do petróleo. Ele estava falando sobre eles ontem, por isso me desfiz de minhas ações."

Hermione riu e foi para a rua.

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Helen e John Granger estavam sentados em cadeiras de frente um para o outro, enquanto o gato de sua filha sibilava e cuspia entre eles. Eles não tiravam os olhos um do outro. Havia feitiços que os prendiam às cadeiras e outros que os impediam de emitir qualquer som. Eles não conseguiam dizer um ao outro o quanto se amavam, então tentavam colocar isso nos olhos enquanto a casa queimava ao redor deles e a fumaça começava a sufocar seus pulmões.

John Granger era grato por sua vida. Era grato por sua esposa. Ele agradeceu silenciosamente ao Senhor por sua filha e seus dons especiais. Ele poderia aceitar seu destino miserável se fosse apenas ele, mas ele se esforçou contra seus laços mágicos porque não era apenas ele. Sua esposa, sua linda noiva, estava tentando ser forte, mas ambos sentiam a desolação que vem com o fato de saber que você traiu a pessoa que ama. O fato de não ter tido escolha não amenizava a dor. Os Comensais da Morte sabiam onde Hermione estava porque os pais dela não tinham conseguido resistir à compulsão mágica. Suas mortes e a morte de sua filha deveriam ser uma lição para aqueles que tentassem lutar contra eles. Mais um golpe para assustar e enfraquecer a população mágica. A fumaça começou a queimar seus pulmões e ele tossiu sem som por entre dentes que não conseguia abrir. Sua esposa lhe dizia repetidamente o quanto o amava com os olhos.