The Red String of Fate | Dramione

06

Os dias se transformaram em uma semana, e a primeira semana se transformou em duas semanas.

Hermione Granger se viu enviando uma mensagem de texto para Malfoy no meio da noite, já faz duas semanas. Os dias podiam se arrastar, mas as noites eram piores. Ela se viu acordando no meio da noite, encharcada em seu próprio suor. Depois de decidir que aquilo estava se tornando ridículo, ela tirou os cobertores pesados da cama.

Antes de duas semanas atrás, ela sempre estava congelando e se enrolava em todos os cobertores que encontrava.

Ela não tinha certeza do que achava da maneira como estava organizando sua vida em sua mente; havia colocado todas as suas lembranças antes da morte da mãe em uma prateleira e, em seguida, olhou para a noite horrível duas semanas antes de completar dezessete anos e as classificou por antes e depois.

Não era saudável, mas ela sentia que estava progredindo à medida que avançava. Ela não estremeceu quando um colega de classe se moveu de repente, um pequeno fato que a fez sorrir. Seus olhos não ardiam quando ela via Cormac McLaggen nos corredores.

Ele havia sido trocado de suas aulas, embora ela não entendesse por que ele não havia sido expulso. Não cabia a ela, como aluna, questionar um homem como Albus Dumbledore, e ela estava ciente disso, mas Theo não estava. Ela havia aceitado o raciocínio dele com um grão de sal, a razão patética de que um garoto como McLaggen merecia outra chance.

Isso a atormentava; a ideia de que ele poderia agredir outra mulher que simplesmente revogasse seu consentimento. Isso a deixou doente de raiva, e talvez a raiva não fosse a melhor maneira de lidar com a situação, mas era melhor do que ficar sentada na escuridão.

Ela suspirou aliviada quando o celular tocou, vibrando contra o colchão. Hermione rolou para o lado, pegou o celular e abriu a mensagem. Eu sei. Ela resmungou, sem saber o que responder. É claro que ele sabia, e é claro que ele havia respondido quase que instantaneamente.

Ele estava deixando o telefone no modo silencioso, e cada mensagem que ela enviava o acordava. Isso a fez parar antes de pressionar enviar, pensando se era algo que poderia esperar. Ela estava percebendo que era difícil pedir ajuda, mas era ainda mais difícil bloqueá-la.

Andar? Apareceu na tela dela sob a última mensagem. Ela mordeu o lábio, digitando a resposta uma vez antes de suspirar e apagá-la.

Não, não é nada. Vou voltar a dormir.

Ela entrou nas configurações do telefone, rolou a tela e desligou a vibração. É claro que ele responderia e diria para ela calar a boca, para vestir calças de verdade em vez do pijama fofo, mas ele mal tinha dormido por tanto tempo quanto ela.

Entre os telefonemas de madrugada e as mensagens de texto, ele não teve uma noite inteira de sono. Apesar de seus esforços para manter sua aparência "rude", como ela preferia chamar, ele provavelmente ficava acordado à noite para o caso de ela entrar em contato. Ele era do tipo que se preocupava em perder as ligações dela, especialmente depois de perder mais de uma dúzia de ligações.

Hermione deitou-se de costas, com os braços sobre a barriga, enquanto olhava para o teto. Ela havia se adaptado à escuridão desde que seus olhos se abriram, sua boca se abriu em um grito silencioso. A primeira coisa que ela procurou foram as cortinas de aparência fina, olhando freneticamente para a rua lá embaixo.

Ela suspirou ao não ver nada além da calçada molhada e da rua totalmente iluminada pelas luzes da rua. Não havia ninguém ali, ninguém tentando se esconder desajeitadamente atrás de sua caixa de correio de tijolos.

Ela não havia expressado o medo em voz alta: a noção de que tinha medo de vê-lo parado em sua rua se abrisse as cortinas. Era algo mental. Como se aquele garoto fosse se aproximar dela novamente. Principalmente depois dos acontecimentos no Salão Principal. Ainda assim, o medo persistia. Sua esperança era que eles desaparecessem lentamente, da mesma forma que ela superou o fato de ser tocada.