Do you think I'm Damon?

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Lizie Martel sempre teve um fraco por mistérios e acabar por morar no país das lendas mais assustadoras não a afastou de tais coisas. Ela ouviu dizer que no vilarejo que se mudou havia uma mansão muito antiga e escondida dos cidadãos, fato este que deixava a mais nova cidadã ainda mais curiosa acerca de tudo o que circulava a cidade.

Ela trabalhava, pertinentemente, no jornal local, algo que, até hoje, ninguém entende o porquê existe, considerando que o vilarejo é basicamente um ovo. Todos se conhecem, todos sabem o que se passa por dentro das ruas que entornam a cidade. Exceto pelo mistério da velha casa.

Ela pegou seu sobretudo que estava pendurado em sua cadeira no escritório. O lado de fora estava frio e, desde o dia anterior, estava previsto uma grande nevasca para a região. Quando vestiu o sobretudo, seu chefe a olhou de soslaio, revirando os olhos como se já soubesse o que a jovem planejava aprontar. Ela deu um sorrisinho ao perceber o olhar.

— Boa sorte. — ele falou em francês, com um sotaque bem carregado pela língua de origem do latim ser tão distinta da sua língua materna, o que fez Lizie rir um pouquinho, mesmo achando fofa a consideração do mais velho.

— Eu volto logo. — falou, seu coreano quase sem sotaque, diferente do chefe. Ela treinou o idioma com raça por meses antes de se mudar, sabendo que cidades pequenas normalmente não haviam muitas pessoas falando inglês. — Pretendo pegar alguma informação realmente útil hoje, uma que não seja apenas o sangue respingado na rua que dá acesso a casa.

E, com essas últimas palavras, a francesa saiu, arrumando a blusa sob seu corpo, que já começava a reclamar do vendo frio antes dela começar a abotoar a peça.

[...]

Quando finalmente se viu parada na frente do grande portão de ferro, já oxidado pelo tempo que já está ali, ela sente um arrepio subir por sua espinha, o que não a incomodou muito, afinal, não seria a primeira vez que sentiu isso. Deu um passo, confiante, em direção ao portão, percebendo que o que o rodeava não era apenas o desgaste, mas sim um ramo de rosas negras com muitos espinhos, com um tamanho fora do normal. O fato de ter rosas mesmo do outono faziam Lizie começar a imaginar o que acontecia naquele local.

— Merda. — reclamou. Ela pretendia pular aquela grande, invadir propriedade privada pelo bem da curiosidade alheia, mas parecia que teria de tomar o caminho mais difícil, já que tocar a campainha não adiantaria muito (considerando que a casa não tem uma).

Olhando para o lado, a francesa pôde ver que as grades da casa, mesmo torneadas com os mesmos galhos de rosas-negras, não tinham o mesmo espinho com aspecto altamente assustador. Suspirou alto, fechando os olhos. Se havia um momento que ela teria de se arriscar por sua paixão, ela queria que fosse aquele. Sem sequer questionar as decisões, se aproximou das grades, que se assemelhavam com as de uma quadra escolar, de ferro trançado. Começou encaixando um de seus pés na tal, testando sua firmeza com um peso considerável (que não o dos galhos finos e frágeis).

E, então, depois de um pouco de esforço e alguns arranhões, Lizie estava no terreno da casa. A aura daquele local era fora do comum, e parecia ter um perigo a espreita a cada passo que ela dava em direção a casa, a qual agora ela podia ver mais claramente, tinha sua estrutura original da grande dinastia Goryeo*.

Como de praxe, Lizie bateu na porta de entrada da casa, com força o suficiente para tentar chamar atenção do que quer que estivesse lá dentro.

— Meus espinhos não foram o suficiente para te assustar? — uma voz vinda de trás da garota soou, a fazendo sentir um arrepio que subiu de seu âmago, e isso realmente a deixou com uma pontada de medo pela primeira vez.

O homem atrás dela não tinha uma estatura muito alta, beirando seus 1,72, porém era claramente maior que a mesma. Seus olhos tinham uma aura sombria, e um brilho avermelhado era visível por baixo de um chapéu fedora, que o dava uma certa aparência elegante, combinando com seu terno feito sob medida em um linho azul escuro. Sua pele quase não podia ser vista, e aquilo a atiçou a curiosidade de uma forma praticamente impossível.

Ateezween slashtoberWhere stories live. Discover now