Celia St JamesRuby havia acabado de chegar na minha casa e de Robert, e assim como o combinado, saímos de casa alguns minutos antes das 19 horas, para sermos pontuais.
— Vocês tem noção que vamos jantar na casa da Evelyn Fucking Hugo? — diz Ruby no carro.
— Você tá mesmo animada — respondo. Eu estava no banco do passageiro, e Robert dirigia. Max e Ruby estavam no banco de trás.
Chegamos na residência de Evelyn, e uau, era uma casa gigante. Seu banheiro devia ser maior que minha casa. Robert estaciona o carro, e ao descer, interfono.
— Olá, sejam muito bem-vindos! — Evelyn abre a porta para nos receber, e nos guia até a sala de jantar.
— Obrigada mais uma vez pelo convite. Essa é minha amiga, Ruby, e esse é Robert, meu irmão — os apresento.
— É um prazer conhecê-la, eu admiro muito o seu trabalho! — Ruby a cumprimenta.
— Esse é meu marido e melhor amigo, Harry — ele nos cumprimenta, parece ser simpático. Finalmente nos sentamos na longa mesa de jantar.
— A cozinheira fez Picadillo a la Habanera, um prato típico cubano. Espero que gostem, mas caso contrário, temos uma lasanha na geladeira — ela comunica — podem se servir.
— Então, Evelyn, você dirige filmes, né? — pergunta Ruby, e a loira assente — eu e Celia estamos tendo dificuldade pra achar emprego, sabe como é.
— Ruby! — a cutuco, como forma de dizer que aquilo era inapropriado.
— Tá tudo bem! A parte de escalar elenco fica com Harry, sugiro que vocês conversem
com ele depois.— Sim, claro. Podemos conversar no meu escritório — responde Harry.
— Então, quando vocês dois se conheceram? — pergunta Robert, se referindo à Evelyn e Harry.
— Quando saí da Cuba e vim morar em Los Angeles. Eu estava começando no ramo da atuação, e Harry me ajudou muito — responde Evelyn.
— Foi amor à primeira vista? — Ruby pergunta, e Connor, por algum motivo, cai na risada.
— O que foi, Connor? — Max dirige sua primeira palavra.
— Perdoem minha filha... — diz Evelyn — Estão satisfeitos? Querem mais? — a loira tenta mudar de assunto.
[...]
Após longas conversas, terminamos o jantar. Connor e Max estavam começando a se dar bem. Nos retiramos mesa de jantar.
— Então, Harry, você acha que pode nos ajudar? — insiste Ruby.
— Estamos escrevendo um filme, vou pedir para que vocês me mandem um monólogo. Depois envio um e-mail com mais informações — ele responde.
— Muito obrigada, Harry. E perdão pela inconveniência — digo.
Robert, Ruby e Max vão na frente, mas Evelyn me para antes que eu possa acompanhá-los.
— Celia, queria falar com você a sós — ela diz.
— Pode falar — dou abertura para que ela prossiga.
— Queria saber se você aceita sair comigo qualquer dia, só nós duas? — ela faz o convite, e fico confusa.
— Sair como duas mães na casa dos trinta que só falam das filhas? — pergunto em um tom brincalhão.
— Sair como duas mulheres adultas que querem se beijar — nesse momento, posso sentir as maçãs de meu rosto coradas.
— Perdão, acho que não entendi... O que seu marido pensaria disso? — abaixo meu tom de voz.
— Meu relacionamento e de Harry é... atípico. Quando cheguei em Los Angeles, era muito nova. Me relacionei com vários homens, 7, para ser mais exata. Incluindo Harry.
— Prossiga.
— Ao longo da minha carreira, eu sempre fui alvo de vários escândalos. Me envolvi com os homens errados, todas as vezes. E não me apaixonei em nenhuma delas. Harry sempre foi meu melhor amigo, e bom, ele precisava arrumar uma esposa, então nós fizemos um acordo. Nos casaríamos, para que eu deixasse pra trás essa vida agitada, e pra que ele escondesse sua paixão pelos homens.
— Então o Harry é gay? — ela assente com a cabeça — e você é...?
— Sou bissexual — ela sorri, demonstrando orgulho.
— Sendo assim, aceito sair com você. Como duas mulheres que querem se beijar.