RICHARD RÍOS
out, 23.Estou num laboratório aguardando o resultado do exame de sangue de Grazy... ou melhor dizendo: estamos! A minha noiva, Rony, Dudu, Endrick, Murilo, Joaquín, Veiga e... Messi. Exatamente, Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história do futebol. A sua esposa não veio conosco, optou por ficar na casa de Grazy.
Se passaram exatos 4 dias desde que minha mulher paralisou o Choque-Rei para anunciar sua gravidez para mais de quarenta mil pessoas, e desde então quase tudo mudou. Ela voltou pra minha vida e dessa vez com um bebê; vamos nos casar, provavelmente vamos morar naquele muquifo de favela (já que ela não quer largar a Ribeirinha), faremos muitas viagens ao Pernambuco, eu particularmente gastarei mil vezes mais...
Tudo que eu sempre quis.
Talvez digam que Grazielly não foi feita para mim, que somos diferentes, quase opostos, e que não vamos durar... mas ela é a pessoa perfeita para mim, eu vou investir em nós até quando Deus quiser.
— eu tô ficando nervoso, viado. Minha barriga tá doendo, acho que quero cagar. — sussurrou Dudu, na altura de uma JBL.
Todos ao nosso redor ouviram. Me senti envergonhado com os olhares dedicados ao nosso grupo.
— vai, Eduardo, vai logo cagar! — incentivou a ruiva, a única que não parecia envergonhada diante da confissão de seu amigo.
O restante se manteve em silêncio... e isso é anormal vindo desse grupo tão bagunceiro em todos os momentos possíveis.
— bora comigo? — pediu, fazendo uma cara de cachorro sem dono.
É cada uma que me aparece...
— oxi, pra que? Tô com seu cu, porra? — questionara a ruiva, cruzando os braços.
— Grazielly! — repreendeu-a Raphael.
— foi mal. — redimiu-se. — vai logo, Du!
— e se eu perder o resultado? — hesitou.
— vai logo, cão! — quem incentivou o camisa 7 do Palmeiras, dessa vez, foi o camisa 10 do Inter de Miami.
— aff, tá bom!
E finalmente seguiu em direção ao banheiro.
E por falar em Palmeiras, este mês foi difícil: fomos eliminados nos pênaltis para o Boca Juniors. A eliminação foi dolorosa, muito difícil de digerir. Eu demorei uns 4 dias para aceitar o que havia acontecido, e dentro desses 4 dias, muitos "talvez" e "e se..." passaram pela minha cabeça. As tentativas de consolo dirigidas à mim e as vezes que tentei consolar os meus amigos foram em vão. A história poderia ter sido diferente. Todos sabem.