O Azar Branco

Se beber não case

Acordei, sem nem mesmo saber aonde eu estava. A luz entrava pela parede de vidro, fazendo meus olhos latejarem, e uma dor infernal na minha cabeça piorar. 

Eu to morrendo… 

Certeza! 

Me levantei da cama, cambaleando pro banheiro, olhando meu estado deplorável. Meus olhos tinham olheiras profundas e em vez do tom rosa normal, estavam pretas. Meu cabelo estava desgrenhado, e a blusa que eu usava estava suja com uns tom vermelhos, e outros um pouco roxos. Meu moletom? Nem sei aonde foi parar. Pelo menos minha calça estava no lugar. Estremeci ao sentir a ardência nas minhas mãos. Olhei para elas apoiadas no mármore, olhando pro nó dos meus dedos totalmente fodidos… 

– Porra… Não me lembro de nada. – Murmurei baixinho, com até minha própria voz doendo minha cabeça. Estremeci, passando a mão pelo meu cabelo, conseguindo nem mexer meus dedos direitos. 

Forcei a mente, tentando me lembra de algum coisa, mas não tinha nada além de mim chegando na boate com Sanzu e Kakuchou, e bebendo pela primeira vez com eles. De resto… é tudo nublado. 

– …Espero que não tenha feito merda. – Tirei a roupa, começando a tomar um banho quente e gostoso, lavando meu cabelo, e toda a sujeira do meu corpo. 

Não sei porque, mas eu me sentia mais relaxado, mesmo com a dor de cabeça terrível, e as mãos fodidas, eu estava estranhamente tranquilo… Como se tivesse batido umazinha. 

Mas eu não me masturbo sozinho desde que fui trazido pra cá. Pela primeira vez fiquei tanto tempo sem mexer nas minhas partes intimas, por vergonha das câmeras. 

Foi até estranho no inicio, afinal… Minha bolas doiam, e minha bunda latejava, como se implorasse pra eu tocar. MAS! Eu sou teimoso, e nunca faria um porno pros bonten assim. 

– Enfim, acontece. Posso ter fodido uma gostosa na boate. – Dei um sorrisinho felino. – Com peitoes. – Ronronei, saindo do banheiro enrolado em um roupão felpudo. 

Vesti um short de mulher esquisito que o Ran escolheu pra mim, afinal, os babacas não quiseram comprar pijamas folgados e confortáveis, pois eu tinha que ser "bonito" e "charmoso" até na gaiola, como um bom bichinho de estimação… CUZOES! 

Se bem que se eu estivesse em casa, estaria só de cueca mesmo, que é do mesmo tamanho do short… MAS ISSO NÃO VEM AO CASO! Uma coisa é usar oque você gosta, e outra é ser OBRIGADO! A ser usado oque você gosta. 

Falei tô leve. 

Vesti uma blusa folgada preta do Deadpool, e o short da mesma cor. Agora eu tava no puro conforto. Voltei pro banheiro, pegando uma caixa da pia, vermelha com um sinal de mais branco. Abri, vendo nada mais que bandage e esparadrapo. Enrolei nos meus dedos, já sendo… Experiente nisso, dos meus surtos de raiva. Passei a fita, prendendo no pulso.

Sai do quarto, com os olhos ardendo pelo apartamento fodidamente brulhante demais! Dava até ânsia de vômito, com o estômago revirando pela bebida. Taqui pariu, nunca mais eu bebo. NUNCA MAIS! 

(Mada - Todos falam isso, amigo. 

Lúcios - Literalmente hahahaha!) 

Estranhei Kamino não estar na frente do elevador, talvez seja o dia de folga dele. Passei direto pela sala, indo quase correndo pra cozinha, com a sede infernal. Parecia que eu não bebia água a uns dois dias. Esvaziei uma das jarras de vidro da geladeira, bebendo na boca. A jaula é minha, posso fazer o que eu quiser! 

Uhuul! LIBERDADE!... Entre aspas, né? 

Abri uns dos armários, pegando umas batatinhas de cebola, com meu estômago roncando, e minha boca salivando só se ver. Fui pra sala, comendo as batatinhas, acabando por pisa em algo macio… Que não era meu tapete.