4. || Ciúmes

123 18 4
                                    

Apuh sobe os degraus do banco, as câmeras seguindo cada movimento do ruivo. Os olhos através da lente observando com atenção Apuh conversar com o banqueiro. Luiz ri baixo, ele sabia que as eleições estavam prestes a acontecer, será o momento ideal para colocar seu plano em ação. Os olhos vermelhos brilham perceberando o olhar curioso do ruivo para a câmera. Parecia que Apuh sabia que estava sendo observando pelo gerente.

Luiz desvia o olhar e volta a escrever, a ponta da caneta rabiscando o papel das anotações. O som da porta do elevador se abrindo tira o gerente de seu fingimento. "Senhor gerente, estou pensando em abrir uma loja na cidade. Onde posso conseguir a escritura?", a voz alegre de Apuh pergunta enquanto entra no escritório.

Luiz levanta a cabeça e abre um sorriso gentil, ele junta as mãos e levanta uma sobrancelha. "Você pode pegar a escritura na recepção. Dependendo do tamanho do terreno, você poderá pegar até 2 escrituras para o mesmo lote.", Luiz explica olhando diretamente nos olhos do ruivo. Apuh acena com a cabeça, a loja não seria grande ou detalhada. Seria algo simples e minimalista. Talvez ele não precisasse de duas escrituras.

"Está bem...não irei precisar de duas, mas obrigado pela atenção.", Apuh acena com a cabeça e virasse, uma breve risada passa como vento em seus ouvidos. O ruivo sente um calafrio percorrer o corpo pela risada suave.

"Não estaria interessado em concorrer as eleições?", Luiz pergunta levantando da cadeira. O gerente se aproxima da janela e puxa as cortinas, dando espaço para os raios solares passarem pelas grandes janelas. "Utopia precisa de alguém com coragem e aptidão para governa-la. Você seria a pessoa perfeita para isso, uma pessoa que não deixará o poder subir a cabeça. Afinal...você terá controle sobre toda a cidade...sobre todos.", Luiz sussurra a última parte observando em silêncio os cidadãos conversando na praça.

Apuh se aproxima, os olhos focam na moça rindo. O enjôo cresce no estômago dele. As borboletas sendo consumidas pelos ciúmes. S/N bate no ombro de Tuguim e ri mais alto, as bochechas vermelhas e respiração ofegante indicando que a moça estava a alguns minutos rindo. Tuguim bate os pés no chão e cruza os braços, as bochechas coradas de vergonha.

Apuh odiava aquilo, ele odiava vê-la rindo para outro rapaz. Devia ser ele quem ela ria de suas piadas, devia ser ele quem ela estaria ao lado. Apenas ele e mais ninguém. Apuh range os dentes e fecha os punhos, os olhos mostrando pura insanidade observando o jovem inflar as bochechas. O sangue fervendo novamente observando outro rapaz mascarado e de cabelos longos se aproximar da dupla.

"Você gostaria de se eleger para Prefeito de Utopia?", Luiz pergunta tirando Apuh dos pensamentos. O ruivo acena lentamente com a cabeça, não prestando atenção ao gerente. Ele só queria tirar Tuguim de perto dela. "Está bem, senhor Apuh...apenas tome cuidado com suas decisões.", Luiz diz se afastando, o sorriso no rosto ouvindo o ruivo resmungar novamente.

Apuh vira, saindo do escritório sem falar nada. Sua mente estava lhe corroendo rapidamente, ele não conseguia controlar suas ações. Ele só queria colocar suas mãos no pescoço de Tuguim e acabar com aquela cena. Apuh desce as escadas, ignorando o elevador.

Os trigêmeos levantam a cabeça e mordem a língua. O trio observa o ruivo resmungar e sair do banco. Apuh coloca as mãos no bolso do sobretudo vermelho e se aproxima do trio conversando no meio da praça. S/N balança a cabeça e abre um largo sorriso assistindo Nait e Tuguim brigarem. O jovem havia batido o carro novamente em uma árvore.

"Apuh! Cara, você está bem?", Nait pergunta voltando sua atenção ao ruivo. Apuh abre a boca, mas fecha percebendo a risada suave de S/N. Ele vira a cabeça, seu mundo parece congelar. As borboletas voltando a dominar o corpo de Apuh, o ciúmes sendo levado embora pela doce risada. O sorriso bobo cresce no rosto de Apuh, sua mente parecia estar nas nuvens. "Apuh?"

Nait e Tuguim se entreolham e franzem as sobrancelhas. Ambos curiosos em saber o que Apuh estava fazendo parado, encarando S/N como se ela fosse uma jóia preciosa. Tuguim tosse falsamente trazendo a atenção para ele. "Eu estava falando que quando for prefeito vou colocar uma pista de carros!"

"Uma rua asfaltada, Tuguim.".

"Isso! Foi isso que eu falei!", Tuguim grita batendo as mãos no rosto, tentando afastar a vergonha. Nait sorri por baixo da máscara e balança a cabeça, o rapaz levanta a cabeça um pouco.

"Você...vai concorrer a prefeito, Tuguim?", Apuh pergunta insatisfeito. Nait levanta uma sobrancelha, percebendo a mudança repentina do humor do ruivo. Tuguim acena com a cabeça e sorri, voltando a falar sobre suas ideias de construções na cidade.

"Temos dois agora, você e Tuguim.", S/N diz com um sorriso gentil no rosto. A moça se afasta um pouco do prefeito e se aproxima do jovem. Ela puxa a orelha dele e ri baixo. Tuguim resmunga batendo as mãos na mão da moça. O jovem bate os pés no chão e cruza os braços. "Eu falei que ele era uma criança ainda...mas ele não me escuta.", S/N brinca mostrando a língua.

Apuh se aproxima, um calafrio percorre o corpo de S/N. A moça olha por cima do ombro e se afasta. "Apuh? Está tudo bem?", Nait pergunta acenando a mão no rosto do ruivo.

"Melhor do que nunca...por que a pergunta?", Apuh pergunta forçando um sorriso tortuoso no rosto. Nait franzi a testa sentindo algo, como uma cobra, subindo por sua perna direita. O rapaz abaixa a cabeça e arregala os olhos vendo pequenos fios de magia vermelha subindo pela sua perna.

"Tem certeza, Apuh? Você está um pouco pálido...acho melhor voltar para casa, eu vou junto com você.", S/N diz virando-se, ficando de frente para o ruivo. Apuh sente a alegria voltar novamente ao seu corpo e acena rapidamente com a cabeça. Nait suspira de alívio observando os fios de magia desaparecerem.

S/N acena um pequeno 'Adeus' para os dois rapazes e se afasta, começando a caminhar. Apuh tira as mãos do bolso e aponta para o jovem. "Eu vou ganhar de você nas eleições.", Apuh diz com um tom arrogante e sombrio. Tuguim estremece de medo e se encolhe. O jovem morde os lábios sentindo as pernas tremerem de medo do ruivo.

Apuh se afasta correndo atrás de S/N. A moça levanta uma sobrancelha e dá de ombros, caminhando em direção a casa do ruivo. Apuh tosse baixo e estica a mão, os dedos se contorcem, ele queria segurar na mão dela, andar de mãos dadas até a casa. S/N percebe a agitação do ruivo e olha para Apuh.

"Você está bem? Parece um pouco perdido e nervoso...", S/N diz olhando profundamente nos olhos do ruivo. Apuh segura na mão dela e sorri, ele ri baixo balançando a cabeça.

"Apenas estava pensando sobre as eleições.", Apuh mente tentando afastar as suspeitas por suas ações. S/N abaixa a cabeça e olha para a mão de Apuh segurando a mão dela. A moça tenta puxar a mão, mas não consegue. "Você vai votar em mim, certo, S/N?".

"Apuh...por que você estava ameaçando Tuguim?", S/N pergunta parando de caminhar, o vento sopra bagunçando o cabelo de ambos. O ruivo suspira baixo e inclina-se, ficando na altura da moça. Os olhos pretos mostrando carinho e paixão. Ele levanta a mão e acaricia a bochecha de S/N.

"Porque eu...te amo"

[HIATO] Para Sempre, Proteção || Apuh x S/N x Lggj ||Where stories live. Discover now