Capítulo 04

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a tensão sexual GRITANDO nesse aqui

🏁

[ SATORU GOJO ]

Eu não gosto de batatas fritas.

Eu amo.

Dourada e crocante por fora, quente e recheada por dentro, com sal apenas o suficiente para ficar ainda mais deliciosa.

Com ketchup.

Um cara não pode comer batatas fritas sem um monte de ketchup. E não uma marca barata qualquer, tipo aquelas que ficam na prateleira de baixo. Havia apenas um ketchup: Heinz.

Cerca de uma hora de distância do hotel onde Daisuke tão generosamente me reservou um quarto, nós encostamos em uma lanchonete de beira de estrada que parecia um poço de gordura. Isso significava que provavelmente tinha batatas fritas das boas.

Eu estava morrendo de fome. Não jantei porque logo depois que tinha recebido a chamada do Daisuke (não do assistente dele, mas do próprio homem), eu fui até a garagem e fiz um check-up completo no meu carro.

Não, tecnicamente ele não precisava de um.

Mas eu não podia simplesmente deixar de fazer um check-up quando iria dirigir para um homem que poderia literalmente fazer os meus sonhos se tornarem realidade.

— Estou com tanta fome que eu poderia comer minha própria comida agora — eu disse, desligando o motor e guardando as chaves.

Suguru fez uma careta.

— Você não está com tanta fome assim.

— Ei, eu sei cozinhar algumas coisas — argumentei.

— Sim, coisas que deixam as pessoas doentes — Suguru brincou.

Ele estava certo. Eu era o pior cozinheiro conhecido pelo homem. Às vezes eu queimava coisas no micro-ondas... Eu nem sabia que isso era possível até que eu fiz.

— Como se você fosse melhor — retruquei quando ele abriu a porta de vidro prata em forma de bala da lanchonete e entrou.

— Eu sou melhor que você. — ele me deu um sorriso por cima do ombro. O pulôver escuro de lã que ele usava tinha a gola levantada, o que, aliado ao chapéu para trás, lhe dava um ar meio misterioso. Meio encoberto, como alguém com um monte de camadas.

Eu conhecia todas as camadas de Suguru. Será?

Eu não deixei transparecer que estava pensando em outra coisa além do que estávamos conversando e ri.

— Bem, isso é verdade.

Suguru não cozinhava muito, mas ele era melhor que eu. A comida dele era pelo menos comestível.

Em várias das noites que ficamos até tarde jogando videogames, quando estávamos com muita preguiça de sairmos para comprar alguma coisa, ele conseguiu fazer uma comida boa o bastante para comermos.

A lanchonete era exatamente como o tipo clichê que você vê na TV ou encontra na beira de uma estrada durante uma viagem aleatória como esta noite.

O interior era longo, como um grande retângulo ou uma pista de boliche. Contra a parede oposta tinha uma linha onde o cozinheiro preparava os pedidos à vista de todos os clientes. Na frente da linha estendia-se uma longa bancada com banquinhos redondos, salpicada com porta-guardanapos, garrafas de ketchup, saleiros e pimenteiros.

A garçonete estava atrás do balcão em uma extremidade, de pé atrás de uma caixa registradora, não um computador, mas uma registradora mesmo. A coisa fez um sinal sonoro quando ela guardou o dinheiro que alguém lhe dera para pagar a conta.

Junkie | SatosuguDonde viven las historias. Descúbrelo ahora