Puta Siciliana

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— Ia matar um caporegime, na frente dos homens dele? porra como tive coragem de dizer a Rudy que você é um homem inteligente?

Bonnie xingou arrancando Enzo dos seus próprios pensamento, apenas então notou a posição ridícula em que se encontrava. Era apressadamente levado por Bonnie que o segurava pelo pulso como uma mãe que arrasta sua criança travessa para longe dos amigos contra sua vontade.

Ela bufou furiosa, lançando olhares incriminadores por sobre o ombro. E quase o assassinou apenas com os olhos quando puxou sua mão se livrando do toque dela e parando no meio do caminho, seja lá para onde ela o levava.

Enzo engoliu as palavras que esperavam ansiosas para saltarem da sua boca, e correu os olhos pela pequena mulher. 

Seu rosto era uma pedra, completamente desprovido de qualquer expressão que pudesse dizer a ele o que ela pensava ou sentia. tão silencioso quanto pode, Enzo deu meia volta, pronto para concluir o que Bonnie o havia impedido de fazer.

Ele queria matar alguém. Sangue. Lagrimas. Suplicas.

Apenas aquilo seria capaz de calar as coisas as quais ela o submeteu. E se não podia arrancar aquilo dela, arrancaria de outro. 

Marcos não era insubstituível. Talvez aquilo lhe rendesse alguns dias trancado em uma cela escura, sem comida ou agua, Mas nada que ele já não tivesse vivido antes. 

Passou grande parte dos seus 17 anos naquela cela. Sozinho. 

Apenas ele e seus pensamentos.

Antes que pudesse dar mais que 4 passos em direção ao local de onde os lamentos desesperados de Vittorio ainda eram ouvidos, Bonnie se apressou se colocando em sua frente, e quando tentou desviar do pequeno corpo, ela o seguiu quase em uma dança desajeitada e completamente irritante.

trincou os dentes e na quarta tentativa suas mãos agarraram os ombros do pequeno demônio em forma de mulher que resmungava e praticamente a jogou contra a parede.

— Eles vão atirar em você, sem pensar duas vezes, campeão. — resmungou tentando se afastar da parede, mas ele a manteve daquela forma. Ele gostava de encurralar Bonnie, ela perdia parte daquela pose arrogante quando tudo o que existia era uma parede às suas costas e um Lorenzo diante dela. — E então acabou.

Marcos não era insubstituível, e Enzo sabia que ele próprio também não era, mas os lamentos de Vittorio ainda o alcançavam, lamentos esses que ele entendia bem, ainda sentia pelo amigo que perderá, ainda tinha aquela dor, aquela ânsia por vingança.

lá estava a impotência o torturando outra vez. porque para se vingar teria que matar Bonnie e... ele não entendia sua incapacidade de fazer o que deveria ser feito.

— Para onde vai quando desaparece? — perguntou mirando os olhos dela e ignorando o máximo que podia a vontade de acabar com a raça de Marcos.

Ela franziu a testa parando um minuto. 

Enzo a soltou depois de longos segundos sem resposta, então soprou impaciente e se afastou correndo os dedos pelo cabelo esperando dessa vez que ela não seguisse, que não o atrapalhasse mais, no entanto ela não podia fazer aquilo.

Bonnie era inegavelmente incapaz de deixá-lo em paz. A garota correu até ele novamente e ele estalou a língua ao encarar o verde dos olhos dela.

— Acredite em mim, você não quer saber. não muda nada do que estamos fazendo. 

Não importa quantas vezes ele ouvisse o inglês que saltava da boca dela, sempre era fascinante ouvir o idioma na voz de qualquer outra pessoa que não fosse Lily.

UMA EM UM MILHÃO - 1/4Where stories live. Discover now