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Victor Augusto

Eu vou ser pai. Porra, vou ser pai.

Arthur: Parabéns irmão - ele me abraça

Victor: Valeu - me afasto dele

Arthur: Por que não ta feliz? - olho pra ele

Victor: Lógico que tô feliz - forço um sorriso

Me sento e ele faz o mesmo.

Arthur: Então por que não parece?

Eu tambem queria entender. Por que parece que não estou feliz?

Eu estou animado com a ideia de ter um pequeno eu, ou uma pequena Bárbara, mas não era algo que eu e Bárbara havíamos nos preparado. Foi algo repentino, algo que nos pegou de surpresa.

Victor: Não tava preparado pra ser pai cara. Nem eu e nem ela - apoio meus cotovelos em minha perna

Arthur: Eu te entendo, mas sabe que agora ela precisa de todo o seu apoio, né? - concordo

Passo a mão pelo rosto.

A ficha ainda não caiu. Parece que a qualquer momento vou acordar e isso foi apenas um sonho.

Médica: Precisamos que uma pessoa fique aqui com ela essa noite - me levanto

Victor: Eu posso ficar

Arthur: Não quer ir descansar? Carol iria ficar feliz em ficar

Victor: Não. Vou ficar

Médica: Ok. A última visita já vai sair. Assim que sair, vamos dar os medicamentos a ela e você já vai poder entrar - concordo e me sento

Arthur: Dá uma relaxada irmão - ele passa a mão nas minhas costas

Victor: Quero conversar com ela. Ela tá chateada comigo, porque diz ela que isso foi culpa minha

Arthur: Mas você tem sim uma parcela de culpa. Não é querendo ser chato, mas eu te avisei

Victor: Não é querendo ser chato, mas já sendo - ele dá risada

Arthur: Seu problema é que você não escuta Victor - olho pra ele- Experimenta ouvir mais a Bárbara, vai entender o porquê.

Continuamos ali conversando, até que a Médica me chama.

Arthur foi embora. Estava esperando Carol sair de lá pra poder ir.

Gabriel e Lara vieram, mas tinham compromisso. Coitados ainda chegaram atrasados lá, mas disseram eles que não iriam abrir mão de ver ela.

O pai da Babi e o irmão dela também vieram, foram os primeiros, depois de mim, a ir ver ela.

Termino de beber água e entro na sala onde ela está.

Babi está com sua mão na barriga.

Ela está olhando pro nada, mas parece pensativa.

Victor: Podemos conversar? - me sento na cadeira ao lado dela e ela me olha

Babi: Podemos

Respiro fundo.

Victor: Sei que ainda está brava comigo, mas preciso que saiba que em nenhum momento deixei de pensar em você.

Babi: Não estou brava, apenas chateada. Não gostei de saber que preferiu o dinheiro ao invés da sua namorada.

Victor: Lógico que prefiro você. Mas eu pensei que conseguiria continuar com o dinheiro, e que você não sairia machucada nem nada, mas acabei pensando alto, e te peço desculpas por isso.

Babi: Eu te entendo...

Victor: Não quero que fique chateada comigo Babi, mesmo sendo difícil pra você, mas estamos passando por um momento em que não esperávamos, e que precisamos conversar sobre.

Babi: Sei bem. Não entra na minha cabeça que todos esses enjoos que tive, eram por esse motivo - ela aponta pra barriga

Victor: Podemos conversar sobre o que aconteceu lá? - ela concorda - O que você comeu? Machucaram você? Você vomitou muito?

Babi: Calma - ela ri fraco - Bom, o lugar era bem pequeno e com pouca circulação de ar. Tinha um colchão horrivelmente duro e apenas uma mesa com uma cadeira, eu não tinha muito o que fazer. Eles me davam arroz com ovo todo dia pra eu comer, e na maioria das vezes eu não comia, porque não conseguia, então minha alimentação não era nada boa - concordo - Nos primeiros dias Bruno me batia, mas ele parou

Meu estômago se embrulhou assim que ela disse sobre o Bruno.

Victor: Calma aí, ele te batia? - minha mão se fecha de raiva

Babi: No começo sim - ela fala na maior tranquilidade

Minha vontade é de bater nesse filho da puta até a morte, mas não quero causar mais nada, já não basta tudo isso que aconteceu.

Babi: Continuando... Sim, eu vomitei bastante, mas já sabemos o motivo. E eu tinha um amigo lá, o Bradoock, que inclusive, eu não sei o que aconteceu com ele - ela parece triste

Victor: Nós ajudamos ele a sair de lá

Babi: Sério? - concordo e ela anima

Victor: Espero que fique mais tranquila agora

Babi: Vou ficar - ela sorri

Ficamos em silêncio por um tempo, até que me levanto e me aproximo de Babi.

Victor: Olha - pego na mão dela - Sabe que estou muito arrependido das minhas escolhas. Sei que isso não muda nada do que aconteceu, mas quero que saiba que nada mais vai acontecer com você... e nem com esse serzinho - passo a mão na barriga dela - Vamos cuidar muito bem desse carinha, ou dessa carinha - ela ri - Vamos ter uma família linda e eu vou ser o cara mais sortudo desse mundo. Eu amo você Babi, amo o que temos e o que vamos ter ainda.

Babi: Você falou que me ama - ela sorri

É, eu falei que amo ela, afinal, é a mais pura verdade.

Babi: Eu também te amo - dou um sorriso sincero

Me aproximo mais dela e colo nossos lábios. Porra, tava sedento por isso.

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Por que você é assim?Where stories live. Discover now