Track 4: refeições e beijos sigilosos

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Now playing: Out of my league – Fitz and The Tantrums

J A E Y U N

Ontem eu não planejava dormir no quarto ao lado do meu e acabei esquecendo meu celular.
Eu pretendia acordar antes das 6 para chegar em casa e ter tempo de me organizar para abrir a clínica. Eu estava 4 horas atrasado e esse era o motivo da correria pelo apartamento.

— Jake — Heeseung ri contido — Acho que seu shorts está ao contrário.

Droga, nem percebi.

— Deixa assim, ninguém vai notar. Eu preciso ir agora, Hee, foi uma ótima noite! — Disse apressado e fechei a porta da sala.

Dentro do elevador percebi como aquela frase soou estranha. Espero que ele não tenha pensado a mesma coisa.

Assim que deixei o prédio, praticamente corri pelas ruas da cidade enquanto discava o número de Sunoo no celular.

Heeseung deve ter acabado com você pra acordar quase no horário do almoço não é? — Foi a primeira coisa que disse assim que atendeu a chamada.

— Cala a boca garoto, como estão as coisas por aí?

Um leve… caos, eu diria. Mas estamos dando conta. Choi Beomgyu consegue pensar quando quer. — Através do celular, muito barulho e algumas conversas se confundiam com a voz de Sunoo.

O mais novo parecia tranquilo, mas o conhecendo como conheço, a clínica deve estar de cabeça para baixo.

— Droga. Eu já estou chegando! — Desliguei o celular e apertei o passo pelas ruas da cidade.

Poças de lama e folhas molhadas de árvores acabavam por deixar resquícios na minha roupa. Em pouco tempo cheguei à porta do estabelecimento e não me preocupei em ser discreto.

— Cheguei! — Vociferei.

Acabei assustando alguns clientes que aguardavam o atendimento. Pelas reações, minha aparência não parecia a das melhores. Procurei o primeiro reflexo que vi pela frente e observei meu rosto.

Alguns fios de cabelo estavam grudados na testa, meu short estava nitidamente ao contrário — Heeseung me avisou — e minha camisa toda amarrotada. Sem falar nos sapatos lamacentos que sujaram o chão do local — isso mostra que o tapete na entrada serve para algo. Olhei para mim mesmo e sorri envergonhado para as pessoas ali.

Sunoo saiu de um dos banheiros masculinos e parou no meio do caminho quando me viu.

Só lembrei de me mexer quando uma senhora de idade com um gato no colo entrou atrás de mim e me pediu licença.

Me dirigi até a porta que dava para o andar de cima e chamei Sunoo discretamente para me acompanhar. Subimos as escadas e logo estávamos em casa.

— O que aconteceu com você? — Ele perguntou enquanto me via tirar os sapatos e deixá-los encostados perto do sofá.

— Nem eu sei. Houve uma tempestade à noite e eu estava na cozinha com Heeseung…

— Hm… — Sunoo poderia facilmente ser confundido com um aluno do quinto ano nesses momentos.

— Cala a boca. Então, nós estávamos na cozinha e a luz acabou com um trovão muito forte…

— Choveu de noite? Acho que estava apagado mesmo. — Me cortou, novamente.

— Meu Deus, me deixa terminar! — Bufei irritado enquanto ia até o quarto e tinha o mais novo me seguindo.

— Continua. — Respondeu, parando no batente da porta de braços cruzados.

𝗯𝗮𝗱 𝗸𝗶𝘁𝘁𝘆, 𝗁𝖾𝖾𝗃𝖺𝗄𝖾 [hiatus]Where stories live. Discover now