Capítulo 4 - Os Outros Dias

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Bronya acordou no outro dia com Seele ao seu lado. Colocou sua mão entre os cabelos da outra e fez carinho em sua cabeça. Sinceramente, nunca tinha se permitido pensar em amor. Sua vida era mais direcionada, sempre focada. Agora podia entender o que sentia por Seele e em sua retribuição. Não era só sentimento de amizade, amigas não pensam ou sonham tanto umas com as outras.
Sua amiga estava tão linda ao seu lado. Deslizou sua mão, passando por seu cabelo até seu rosto e selou um beijo em seus lábios.
- Vamos acordar, já é tempo de trabalharmos, querida.
Seele sentiu como se acabasse de acordar de um sonho. Dormiu com sua amada e havia retribuição em seus olhos acinzentados. Não podia conter sua felicidade. Naquele momento, não existia o mundo. Passou a mão pelo rosto de Bronya. Sorrio.
- Pode ir na frente. Eu já vou, Brony.
O dia cheio de atribuições se passou com ambas fazendo seu papel. Sempre que possível, Seele olhava a outra e lhe dava um sorriso e o mesmo acontecia do outro lado. Era um sentimento gostoso, esse tal de amor que Bronya nunca sentira. Fez tudo que pôde por aquela missão.
A nevasca veio e assolou o dia todo. Os doentes ficaram mais doentes, quase perderam um homem com seus 75 anos, mas felizmente as forças de saúde agiram a tempo em seu aquecimento e hidratação.

Quando a noite chegou, Bronya já procurou Seele para tomar sua sopa juntas e usar sua manta, tudo estava se acertando.
- Acho lindo o jeito delicado que come, Bron.
- E eu também acho o seu jeito nada delicado bonito também, See. - riu Bron, sorvendo o resto de sua sopa e limpando os lábios da outra.
Seele sentiu um arrepio com Bronya tocando seus lábios e apressou-se a acabar sua sopa.
- Já está tarde! - Bocejou forçadamente. - Vamos pra barraca?
- Vamos! - disse Bronya, mas com timidez.
No caminho, Bronya se precipitou e pegou a mão de Seele.
- Você pode me achar uma boba. Mas preciso te dizer: meu primeiro beijo foi ontem.
Seele riu e puxou a outra para si.
- Não posso lhe dizer o mesmo, minha querida. Sou uma mulher do mundo, você sabe. Mas posso lhe dizer que foi muito especial para mim.
Bronya se precipitou e beijou a outra com ternura, segurando-a pelo pescoço. Quando acabou, Seele falou:
- Não se cobre: eu tenho toda a paciência para você.
Bronya direcionou um sorriso terno a outra e a puxou para entrar na barraca, onde a beijou de novo. Seele se continha em seu fervor, suas borboletas dançavam em si. Com ternura, direcionou a outra a deitar-se e iniciou um beijo precipitando sua língua na boca da outra, que a aceitou. Suas mãos passaram de seus braços e baixaram do lado do seu corpo, soltou seus lábios e beijou delicadamente seu pescoço. Depois de beijarem-se durante um tempo, dormiram. O tempo estava sendo respeitado. O amor não precisava de pressa.

No outro dia, Seele acordou mais cedo e conseguiu levantar sem acordar a outra. Direcionou-se ao acampamento principal em busca de uma caneca de café quente para si e para Bronya.
- Bom dia, minha querida. - Acordou a outra com um sorriso e café.
- Bom dia, See. Gosto que me chame de querida e gosto de café.
- À sua disposição. Mas vamos acordando. O dia despertou menos frio, acredito que nossa missão está acabando.
- Que bom! Vou me levantar. - Tomou seu café e arrumou-se.
Aquele sentimento de amar e ser amada era diferente para Bronya que conhecia o companheirismo, a amizade, o zelo, mas o amor não. Sua educação por Cocólia tinha ignorado seus sentimentos e nunca houve espaço para isso. Era um vazio que logo era preenchido pela moça das borboletas.
Como Seele disse, o dia estava menos frio e o dever a chamava. Já era possível sua volta primeiramente ao centro do mundo de baixo e depois ao mundo de cima. No meio do dia estavam ela e seus comandados prontos para o retorno.
- Obrigada, povo de Belobog. Foram muito enriquecedores esses dias. Sinto muito por terem passado por isso... Mas como disse antes, meu plano é tornar sempre seus dias melhores. Vou fazer meu máximo para guardá-los e defendê-los.
Bronya foi surpreendida por aplausos. Quando as coisas estavam prontas para a volta, foi encontrar Seele.
- Infelizmente, vou ter que voltar antes. - Beijou a outra - Mas guarde meus lábios consigo. Você vem me visitar?
Seele iluminou-se.
- Sempre.. Mas quando possível, querida.
Então a tropa se adiantou para a saída do vilarejo. A volta foi mais rápida que a ida. Antes encontrou o consultório de Natasha e Gepard. Felizmente a missão também foi bem sucedida. Enfim, voltou ao mundo de cima, com seus compromissos formais. Com suas reuniões. Com sua saudade.

Fanfic: Sob Seus Olhos - Bronseele (HSR)Where stories live. Discover now