A/N: Até agora sem acreditar que eu escrevi steloisa em 1500 e sei lá o que, que maluquice gente, eu só posso estar ficando doida. Enfim, essa é a última parte histórica da música, depois desse capítulo temos mais um ainda em 1500 e depois o fim da conversa deles no telefone.
Foi divertido escrever essa doideira, espero que vocês tenham gostado, beijo beijo.
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That's when I came upon a book covered in cobwebs
Story of a romance torn apart by fate
Hundreds of years ago, they fell in love like we did
And I'd die for you in the same way
Westminster, 2 de fevereiro de 1546.
Acordei num rompante, o suor escorrendo pelas minhas costas e testa, molhando a camisola, cujo tecido agora grudava em meu corpo. Em pleno mês de fevereiro, o inverno era rigoroso em Londres, e o palácio de Whitehall ficava cada vez mais fantasmagórico, conforme o vento que vinha do rio Tâmisa passeava pelos extensos corredores.
Apoiei as mãos no colchão, esperando meu batimento cardíaco se estabilizar depois do pesadelo terrível que me assolou naquela noite gelada. Sair da cama nem devia ser uma possibilidade, mas fui até a sacada e abri as portas que me separavam da noite escura lá fora.
A vista dos jardins de Whitehall ajudou a acalmar meus pensamentos e meu coração. A imensidão negra à frente me impedia de enxergar a fonte e as lindas flores que decoravam todo o imenso quintal, mas isso não me impedia de saber que estavam ali, o que era reconfortante de alguma forma.
A brisa congelante resfriou meu corpo com uma rapidez invejável. O suor secou, mas a terrível sensação que acompanhou o pesadelo não desapareceu.
Talvez a sensação já estivesse comigo bem antes dessa noite, eu só não havia notado ainda onde exatamente se fincaram as raízes do pesar que pairava sobre minha cabeça.
Viver na corte do rei era um grande problema em si só, ninguém em sã consciência poderia escolher de vontade própria viver em meio a agitação do palácio, principalmente quando meu pai era um de seus fiéis conselheiros. E muito mais ainda, quando esse rei era Henrique.
A verdade é que ninguém mais aguentava viver sob os caprichos do homem menino que governava a Inglaterra, mas há muito Henrique não fazia mais parte do meu hall de grandes problemas. Se bem que, ultimamente, ele nem sequer estava na lista.
Sendo conselheiro do rei, houve um tempo em que meu pai cogitou casar a única filha com o monarca, principalmente depois de descobrir que o homem faria literalmente qualquer coisa por um par de pernas que ele desejava, mas cujos joelhinhos não se abriam para ele.
