eu te machuquei?

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Capítulo gigante pra compensar meu sumiço.

Boa leitura.

- Volta pra casa, mama. - A mão de Isis permanecia estendida para Engfa.

As lágrimas que Engfa havia secado, voltaram a correr pelo seu rosto. De todas as reações que ela imaginava da menina, essa seria a última. Seu olhar procurou o de Charlotte. Os braços da fotógrafa envolviam Isis em seu colo, e seu rosto estava coberto de lágrimas. Os olhares das duas mulheres se encontraram. Engfa esboçou um sorriso em meio ao choro. Estendeu sua mão e segurou a de Isis. A menina puxou a mãe para perto, e Engfa não se segurou mais. Sentou ao lado de Charlotte, e pedir, envolveu a fotógrafa e a filha com seus braços. Charlotte sentiu o corpo de Engfa junto do seu, e deitou a cabeça no ombro da mulher, enquanto Isis se esforçou para abraçar as duas ao mesmo tempo.

O tempo parou. Congelou naquelemomento. Durante anos Engfa sonhava com o dia que teria a chance de ter Charlotte e Isis em seus braços novamente. Seus braços agora pareciam pequenos, não conseguiam abraçar as duas próximas de si o suficiente.
sem
As palavras faltavam à fotógrafa. Ela sabia que mais cedo ou mais teria que contar a verdade para a filha. Não imaginou que Engfa teria a coragem e assumiria a culpa. Não imaginou que com aquelas palavras da mulher, poderia ser capaz de perdoá-la. O carinho que Isis demonstrou com Engfa. A aceitação de uma forma tão simples e pura. Bastava o amor para ela. Se existia amor, o resto era apenas resto.

Charlotte abraçava mais e mais a filha contra seu corpo, enquanto sentia os braços de Engfa fazerem o mesmo com elas. Ninguém falava. Não era mais preciso. Estava com os olhos fechados quando sentiu as mãos de Isis em seu rosto, secando suas lágrimas.

- Não chora, mommy. - Isis olhou para Engfa, que estava na mesma situação de Charlotte. - Nem você, mama, tá tudo bem. - A menina também passou a mão no rosto de Engfa, tentando secar as lágrimas.

Engfa segurou a mão de Isis e deu um beijo. Sorriu para a filha.

- É choro de alegria, meu amor. Ela passou a mão no rosto de Isis. Fez o contorno do rosto da menina. - Não se preocupa, sua mãe é bobona mesmo, chora à toa.

- Mas eu não gosto de choro. Parece tristeza.
- Isis voltou a passar a mão no rosto de Charlotte, que não tinha dito nada. - Já sei.

Com um certo trabalho, Isis conseguiu sair dos braços das mães. Quando ficou de pé, olhou com um sorriso sapeca para as duas.

- Já volto. Nao se mexer. - A menina saiu correndo do quarto. Não deu tempo nem de Charlotte falar nada. A fotógrafa lentamente sentou-se ereta, saindo dos braços de Engfa.

As duas ficaram um tempo se olhando, até que as lágrimas realmente pararam. Charlotte respirou fundo e sorriu para Engfa.

- Não sabia que ela ia reagir assim. - Foram as primeiras palavras de Charlotte, depois de tanto silêncio.

- Eu também não. Sempre tive a sensação de que ela iria me odiar.

- Não acho que a Isis seja capaz de odiar alguém.

- Espera ela chegar na adolescência. - Engfa falou e não conteve o sorriso. Charlotte olhou para a mulher e riu junto.

- Acho bom você concordar comigo quando eu disser que ela não pode sair à noite.

- Sair à noite? Só depois dos dezoito, e usando um chip rastreador.- Engfa sorriu acompanhada de Charlotte.

- Adorei a ideia.- Engfa pegou a mão de Charlotte. O olhar da fotógrafa focou nas duas mãos juntas. Uma lágrima escapou. Um sorriso nasceu. Como fazia antigamente, entrelaçou seus dedos com os de Engfa. Seguiram em silêncio, apenas deixando seus corpos demonstrarem os sentimentos.

BORN TO DIE . Englot Where stories live. Discover now