Cap VII

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_Cara abusado, murmurou o loiro irritado
_Mikey... tentei
_Eu sei, não devia ter me metido. Só trago problemas, foi mal, o Kenzinho insistiu demais foi só por isso. Respondeu ríspido
_É que ... tentei falar mas mais uma vez fui interrompida
_Não se preocupe, não vai ser mais associada comigo. Pedi para que parassem de te seguir como se fosse um escudo, acho que funcionou, não é?
_Então foi você..? Falei lembrando que realmente não havia mais ninguém me cercando em busca de companhia
_O que ? Fiz mal? Te odeiam? Questionou sendo um pouco rude
_Não é que.. voltei a tentar pronunciar alguma coisa mas outra vez fui interrompida pelo loiro impaciente
_Eu não vou mais encher teu saco, e vou evitar contato. Kenzinho, vamos? Já deu para mim essa festa! Falou chamando seu amigo
_Cara se não deixou ela falar nada? Perguntou o intitulado Draken para o pequeno
_Evitar reclamações, tô cansado. Murmurou como se realmente estivesse
Foi a última coisa que escutei pronunciar ainda ali dentro.
_Caramba, me desculpa meu irmão é realmente muito dramático.
_Tudo bem, não tem problema.
_O que vamos fazer? Perguntou
_Não sei Emma, a festa para mim acabou também.
_Meu irmão realmente não sabe ser mais fácil lidar, não consegue demonstrar, desculpe, disse como se o pedido devesse ser dela
_Emma, tô bem, não precisa pedir desculpas.
_Queria que ele se importasse mais, comentou
_Cheguei filha, vamos? Perguntou minha mãe depois te eu ter mandado uma mensagem para ela a pedido da Emma
_Mãe, eu vou resolver uma coisinha, vão indo.
_O que seria? Perguntou curiosa
_Eu sei, te conto no caminho senhora Yoisaki.
_Tudo bem, me liga quando terminar que te busco, falou ainda um pouco contrariada
_Espero que ainda não tenham pegado as motos, falei correndo para rua
Os avistei conversando não muito longe da onde deixaram as motos, corri como se minha vida dependesse daquilo.
_Mikey? Gritei enquanto corria para alcança-los
_S/n? Olhou confuso
_Caramba, se tá bem? E a Emma? Perguntou o tal Draken
_To bem, ela está bem. Deixei ela em casa, minha mãe a levou. Posso falar com você? Perguntei olhando diretamente para ele ainda com a respiração pesada pela corrida que fiz
_Eu vou para casa, lembrei que tenho compromisso, falou seu amigo pegando rumo de casa _Falou, a gente se vê, disse se despedindo
_Até, respondeu Mikey para o melhor amigo
_Tchau S/n, se cuida! Falou acenando e virando as costas depois em partida para sua casa
_Tchau, murmurei meio sem graça por tirá-los de algum assunto importante e por ter corrido assim atrás deles
_Tudo bem ? Perguntou o loiro meio sem jeito aparentemente sem noção de como lidar com aquilo
_Você não deixou eu falar nenhuma palavra, comentei enquanto fitava o chão, afinal meu fôlego ainda estava pouco
_É, eu meio sei seu discurso, falou como se realmente fosse verdade
_Sabe? Então me diz qual é o meu discurso? Perguntei olhando para seu rosto
_Só levou problemas, só agito confusão, respondeu em um tom dramático
_Talvez no começo, mas não foi exatamente sua culpa. Foi da fama que você carrega, por ser invencível. Mas não me deixou agradecer por hoje
_Tem certeza?
_Claro, acho que fiz uma imagem errada de você. Falei enquanto lembrava das palavras de Emma sobre ele não saber demonstrar e o passado que carrega
_Como assim? Perguntou mostrando estar confuso
_Você não demonstra muita coisa, mas demonstra até demais se as pessoas pararem para reparar.
_O que ? Se tá viajando, se defendeu
_Não, esses meios de ajudar, e fazer pessoas suas amigas é uma forma de dizer que está sozinho e quer companhia.
_Você não sabe nada sobre mim, rebateu como se estivesse atingindo seu ponto fraco
_Posso não saber detalhes, mas sei que é alguém solitário tentando esconder o que sente atrás de uma imagem de delinquente invencível
_Bobagem, falou o loiro se colocando mais uma vez atrás do seu escudo
_Eu realmente vim agradecer, por não ter ninguém além da minha sombra me seguindo e por me salvar do cara de antes.
_Tudo bem, não precisa agradecer. Disse ríspido
_Você deve me achar horrível, não é?
_E por que eu acharia? Senti um tom sarcástico
_Eu te julguei mal desde que nos conhecemos mesmo você tentando me ajudar.
_Agora o que fiz foi ajuda e não problema? Cutucou
_Ficou bravo? Investi
_Não, bravo não.
_Então? Tentei descobrir enquanto olhava no fundo dos seus olhos
_Não acho que seja bom ficar perto de mim, falou se afastando dando um passo para trás
_Por que fala isso? Perguntei olhando ele devidamente
_Por nada, disse escondendo outra vez o jogo
_Eu sei o que aconteceu, confesso
_Aconteceu o que ?
_Sobre seus pais, seu irmão, sei que talvez ainda sente que foi sua culpa... falei contando o que Emma me disse
_Você não sabe nada, e não tente adivinhar como se tivesse passado por algo parecido, falou sendo um pouco rude
_Não perdi tantos, mas perdi também. Então sim, eu sei o que passou, mesmo que seja pouco.
_Olha... tentou falar o loiro mas o interrompi antes
_Não, olha você. Eu vim em paz te agradecer, me senti mal por tudo o que eu disse para você e ainda veste a armadura como se eu fosse inimiga... despejei, afinal suas palavras eram duras demais
_Não se sinta mal, foi só sincera. Comentou
_Quer agir como um coitado então haja mas não para mim. Respondi enquanto virava as costas e saía
Ele não precisa me ver chorar, não darei essa vitória a ele, não me entregarei tão facilmente.
Errei em ter vindo.
_S/n? Tentou me chamar mas o ignorei e continuei caminhando
Ao chegar umas três esquinas a frente, parei e sentei em um banco na frente de uma loja que era iluminado por um poste. Era um bom lugar para parar, apesar de vazio era claro e aparentemente seguro. Só uma pausa, só uma pequena pausinha.
Senti o peito apertar, a garganta dar um nó forte difícil de engolir e aquela sensação de choro me tomou por inteira.
Quando percebi estava soluçando, e lágrimas corriam como uma forte correnteza de um rio.
'Não acredito que estou chorando', foi o que pensei, mas não parei por isso, afinal guardei demais e agora transbordei o que juntei durante muito tempo.
Vrum Vrum Vrum, era o som que se aproximava, com luz baixa.
O som parou, e a pessoa dona da moto veio até mim, em silêncio e me olhou fixadamente.
_O que quer? Perguntei com voz falha
_Não queria fazer você chorar. Não acho legal fazer garotas chorarem, comentou parado ainda na minha frente olhando para baixo, para mim
_Mesmo que a garota seja eu?
_Principalmente, respondeu o que me fez fita-lo _Eu não quero te fazer chorar, desculpa.
_Tarde demais, e não deveria se importar tanto, respondi criando a mesma defesa que ele cria
_Eu me importo, nunca me importei antes com opinião de ninguém, mas a sua me destabilizou. A sua opinião fez meu peito doer, e aquilo me deixou desorientado.
_Você respondeu de forma negativa isso, foi negativo comigo.
_Você também foi comigo, mas não se trata disso agora. Acontece que ambos fomos imaturos com o outro, me desculpa.
_Caramba, me senti infantil agora, comentei
_Ei, eu realmente sinto muito por ter feito você chorar, comentou cabisbaixo
_Sinto muito ter sido tão arrogante e estúpida com você, acho que descontei um estresse que adquiri em você, sendo que não era sua culpa.
_Tudo bem, falou sorrindo amigavelmente
_Obrigada por antes, pelo cara, eu não sabia mais como me livrar dele...
_Disponha, brincou reverenciando
_Por que me seguiu? Perguntei tentando mudar um pouco o assunto
_Fiquei preocupado
_Obrigada, foi só o que consegui responder na hora
_Quer uma carona? Perguntou me estendendo a mão
_Não vai me derrubar da moto?
_Jamais derrubaria um amigo meu, falou sorrindo gentilmente
_Somos amigos, então ?
_Se você quiser, falou ainda com a mão estendida _Você quer?
_ Quero, falei colocando minha mão sobre sua mão e levantando do banco onde estava sentada
_Sobe, falou já sobe a moto com ela ligada
_Pronto, falei em cima
_Segura bem, segura em mim, disse colocando suas duas mãos no guidão para irmos
Não falei nada, só coloquei meus braços em volta do seu tronco e o abracei firme, encostando meu perto do seu pescoço. Distância suficiente para conseguir sentir seu perfume, um cheiro realmente bom. Apesar do medo de facilmente cair e acontecer um acidente, me senti segura e protegida.
Era a sensação que ele transmitia.

Minha protegida Where stories live. Discover now