Capítulo 25

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Dois dias depois…

            “A verdade é que os meus olhos sempre procuram por você

Marília.

O grande dia havia chegado. Para terem uma ideia, acordei hoje antes do horário comum para poder ter tempo e assim conseguir conseguir concluir alguns afazeres. César havia me ligado, pedindo-me para ir até à S'tilus um pouco mais cedo do que o convencional. Deixei Marcela com o Murilo, e avisei que estava de saída e que, provavelmente, ele só me veria na hora do almoço. Beijei seus lábios e me despedi dos dois.

O trânsito hoje está infernal, e espero que ele não seja um impasse hoje. Nada pode dar errado. Estacionei em uma das vagas localizadas e subi rapidamente até o escritório de César. César parecia inquieto, então apenas me sentei e deixei que compartilhasse suas emoções e anseios. 

Entendo seus medos e preocupações, mas confio acima de tudo em meu potencial. Minhas pernas estão cruzadas, e as minhas entrelaçadas uma à outra. Estou um tanto quanto tensa, confesso que a ansiedade tenta me dominar às vezes, porém tento não permitir com que ela ocupe o domínio. 

— Entendo. Mas fique tranquilo que tudo ocorrerá perfeitamente bem. - Procuro tranquilizá-lo, e ele assente. — À tarde virá as meninas para ornamentar todo o salão. 

— E as comidas? Tudo certo? E se não der para todos? Principalmente as bebidas. 

— Calma! - Peço com as mãos. — Você confia em mim?

— Além do que você imagina, Marília. - afirma César, e eu sorrio diante da sua confissão. 

— Será um marco em sua vida, César. Todos conhecerão ou ouvirão falar da Stilus. 

Sorrimos diante da frase que acabei de falar. Sua confiança exala, o que me faz rir silenciosamente. 

                                    [...]

O salão já estava sendo concluído, os garçons estavam na cozinha. Tudo - quase - perfeitamente alinhado. Estava debatendo com as meninas sobre toda a coreografia, posicionamento e feição. Não queria que nada fugisse do ensaiado. Eram em torno de 7 meninas, com a Maiara 8. Eu seria apenas a produtora que acompanharia tudo da plateia. 

Meu coração está acelerado, estou de frente ao palco imaginando toda a performance. E por alguns instantes, me perco na minha própria mente ao idealizar Maiara no visual ousado que foi escolhido. Meu fôlego está cessado, pois é difícil imaginá-la dançando tão envolvente e não sentir vontade de conduzi-la com as minhas mãos.

Está cada vez mais próximo do grande evento que abalará toda essa cidade. Estou em um dos camarins, que outrora era algumas salas vazias. Bruno está cuidando de uma das dançarinas, enquanto o Edu prepara os looks. Tive que chamar urgentemente outra maquiadora para dar conta, pois cada maquiagem estava durando em média 50 minutos cada. 

O ponteiro indica que brevemente todos nós estaremos no salão, reunidos com diversos milionários em prol de um evento avassalador. Porém, o ponteiro também indica a ausência da principal figura eleita por César: sua filha.

Maiara.

Estou quase pronta. Resolvi não me arrumar na Sitlus, por questões de convivência mesmo. Podem todos me julgarem ou ditarem o que não sabe, mas somente eu sei o quão difícil é estar no mesmo ambiente que Marília, e saber que a nossa convivência será pertinente, me sufoca.

Estava passando spray em meu cabelo, finalizando o penteado incrível que Bruno realizou mais cedo, até me assustar com o fantasma atrás de mim, paralisada e brava, aparentemente. Não disse nada, apenas a olhei enquanto colocava meus brincos. Não estava - e nunca estarei - com paciência para os surtos de Luiza.

Na ponta do Salto - MAILILAWhere stories live. Discover now