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Todas as pessoas da sala olham para Yang Jeongin.

O hipster agarrado a uma cervejinha como se fosse seu primeiro filho. A garota com a camiseta desbotada do Nirvana. Jay, o barman, distraído a ponto de não notar que esqueceu o rum e não só em um, como dois copos de Cuba Libre. Todos estão com o olhar grudado no palco.

Acabo de secar alguns respingos de água no balcão e jogo o pano de prato branco no ombro, esticando o pescoço para enxergar melhor em meio ao mar de gente.

Os holofotes lançam um brilho arroxeado estranho em tudo. O rosto dele fica delineado em tons de lilás e violeta, e o cabelo platinado reflete azul borgonha. Observo as mãos dele subirem e descerem pelo braço da guitarra sem nem olhar, sabendo os trastes de cor, o toque das cordas impregnado em seus dedos. 

Porque, enquanto todos estão voltados para ele, Yang Jeongin só tem olhos para mim.

Ele abre um sorrisinho discreto. O mesmo sorriso que me causou calafrios cinco meses atrás, no primeiro show da banda dele Tilted Rabbit.

Foi o melhor show que já vi nos três anos de trabalho aqui. Visto que é uma casa de show pequena e local, já recebemos uma boa dose de bandas cópias de Imagine Dragons e bandas covers farofeiras. Semana passada um cara tentou incorporar o Marilyn Manson e fazer uma serra de instrumentos por uma hora inteira, o som foi tão estridente que todo mundo foi embora, exceto a namorada dele e os meus colegas.

Para ser sincero, entre a música duvidosa, os horários estranhos e o pagamento abaixo do ideal, os cargos aqui têm alta rotatividade. Eu teria pedido demissão há séculos, mas... minha mãe precisa de ajuda com aluguel. Além disso, eu também tenho contas a pagar, agora que vou para a faculdade.

E acredito que tudo bem. Porque, se eu tivesse me demitido, não teria estado aqui naquela noite cinco meses atrás, e nem agora, encontrando o olhar de Yang Jeongin detrás do bar.

Sinto o estômago afundar ao perceber que esta será a última vez em muito tempo que o ouvirei tocar e, por mais que tente afastar a sensação, ela persiste. Continua até quando me despeço do grupo caótico de colegas que me deixaram estudar no bar durante a semana, quando espero Jeongin acabar com a bebida de comemoração nos bastidores antes da banda sair para a primeira turnê da vida deles na semana que vem, e ainda quando nós dois vamos embora, decididos a passar minha última noite aqui em casa exatamente como quero.

Assim que abrimos a porta de seu apartamento apertado, ele me beija, a boca com gosto de pizza de queijo e da cerveja morna que toma sempre depois dos shows.

É uma bagunça de tênis All Star chutados e mãos percorrendo minha cintura para tirar minha camiseta preta, nós dois tropeçando pelo espaço para qual ela fugiu após se formar ano passado na Central High, a escola pública que fica do lado oposto de Metrópoles.

𝗘𝗹𝗲 𝗙𝗶𝗰𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝗼 𝗚𝗮𝗿𝗼𝘁𝗼 ¡ HyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora