Se Eu Não Tivesse Você (Valu)

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Luiza  PO.V

A vida é surpreendente. As vezes quando tudo dá errado e você se về em um túnel sem saída e sem luz, quando você acha que tudo está perdido, você
simplesmente encontra o que você nem ao menos estava procurando.

Eu tinha me conformado em criar meu filho sozinha e viver somente para ele. Abdicar de mim por essa vida inocente, que foi provido de um erro, mas que na
verdade me trouxe para o caminho certo, me trouxe a luz. E somente ele já estava me bastando, mas o destino não tinha os mesmos planos que eu. O
destino me trouxe um outro sentido, outra forma de luz, luz essa que irradia em meu peito e ilumina minha alma a cada dia. Ele me trouxe Valentina, para
completar o que faltava em minha vida.

- Eu queria. - Valentina disse corando.

Será? Valentina me queria? Mesmo grávida, ela seria capaz de ficar comigo e aceitar meu filho?

-Quer dizer. O fato de você ter um filho não te deixa indesejável, ou intocável. - Ela falava em seu costumeiro tom baixo, e olhar em suas mãos. Apesar de achar seu jeito fofo, eu sabia que ela era assim por ter vergonha de quem era. - Você só vai ficar ainda mais linda. - Valentina ficou ainda mais vermelha e meu sorriso só aumentou com isso.

- Você ficaria comigo e meu filho? - Perguntei direta vendo Valentina levantar a cabeça com os olhos arregalados. Sorri com sua reação.

-Si-sim...quer dizer...

-Como estão minhas duas meninas? - Minha mãe entrou no quarto interrompendo Valentina e a vi
suspirar no que parecia alívio por encerrar o assunto.

- Estamos bem mama.

- Que bom. Eu vim fazer alguns exames Valentina para poder assinar sua alta e amanhã cedinho você poderá ir para casa.

- Confesso que não aguento mais ficar aqui nesse hospital.

- Bom, enquanto você examina ela eu vou me encontrar com a Natalie, mãe. Fiquei de ajudar ela em algumas coisas. - Disse me levantando e Lauren me
olhou triste. Poucas vezes eu me afastei dela desde ela acordou. - Eu não vou demorar, Tina. Eu prometo.

- Deixei um beijo carinhoso em seu rosto sai deixando ela com minha mãe.

Natalie já se encontrava na varanda da minha casa quando o táxi estacionou na frente.

- Até que enfim, Luiza. Eu já estava indo embora. - Disse a morena assim que eu me aproximei.

- Deixa de resmungar Natalie. Agente ainda tem muita coisa pra fazer. As meninas devem estar chegando já.

Temos que preparar a festa pra Valentina. - Abri a porta e entrei junto da minha amiga.

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A brisa úmida denunciava a chuva que viria e hoje finalmente Valentina estaria em casa. Em um verdadeiro
lar. Ela estava nervosa, isso era mais que evidente. Eu a entendo, é tudo muito novo para ela. Aconteceu tanta coisa somente depois que esbarrei em Valentina naquele corredor do hospital, não posso nem imaginar tudo o que ela já passou em sua tão difícil vida. Mas, isso mudou. Ela vai realmente viver agora, e feliz rodeada de pessoas que a amam e querem estar ao deu lado. Eu com certeza sou uma delas.

Estava sentada ao seu lado, enquanto minha mãe estava no banco do carona e meu pai na direção. Eles ainda tinham que trabalhar, mas queriam receber Valentina pela primeira vez em casa. O caminho do hospital até nossa casa foi silencioso. Ela estava quieta, fechada em seu mundo como sempre fazia e nós sabíamos que ela precisava disso. Do seu tempo para absorver as mudanças. E respeitamos isso, então
tudo que fiz foi segurar sua mão entrelaçando nossos dedos. Gesto que a deixou surpresa, mas logo ela
apertou carinhosamente minha mão na sua.