maybe I just lost control

594 35 7
                                    

"na qual helô e stênio tem uma leve recaída de nostalgia, agora no elevador, após discutirem sobre fechaduras e seus significados."

— Significativo também você não ter trocado a fechadura.

Heloisa para por conta da frase audaciosa do ex marido. Não estava surpresa ou incrédula, apenas se questionando quando deu, novamente, essa abertura ao homem.

Por mais que soubesse que tinha dado mais que só liberdade no último jantar.

Virou seu corpo em direção a porta do seu apartamento, onde Stênio e Creusa a olhavam com expressões opostas, mesmo estando do lado A do jogo.

— Isso não quer dizer que eu lhe dei um passe livre. — mentia ficando próxima ao homem e ele sabia disso.

— Foi um momento de nostalgia seu também, reconheça.

Realmente havia sido, e era mais fácil para ela assumir isto em sua cabeça do que em voz alta por palavras que lhe custariam noites de descanso.

Entrou na brincadeira de provocações olhando cada olho do advogado por segundos para encarar firmemente seus lábios, deixando escapar um sorriso sugestivo.

Se as paredes do quarto dela falassem, diriam com a voz aveludada que ela se arrependia do divórcio e o desejava mais cada dia.

Desgastou da solterice mais rápido do que gostaria de admitir e a saudade estava no conjunto, não só no sexo.

Mas em especial no sexo.

Heloisa, afinal, nunca disse que era de ferro.

Para de romantizar fechaduras. — ela forçava seu indicador no queixo do homem, dando uma levantada e sai, o medindo.

Quando mais ia se afastando da dupla dinâmica, soltava o ar preso no seu peito e pensava consigo quando segurou a respiração.
Toda reação corporal por conta daquela tentação acontecia involuntariamente, acreditou mais nisso recentemente.

Precisava se focar no caso da Brisa, em como passou a noite estudando tudo que achou necessário e caçou mais informações com contatos pessoais, e que Stênio estava mais contra ela do que ninguém.

Mas o pessoal não precisa se misturar com o profissional, certo?

Sua voz interior instigava seus desejos obscuros como fazia quando estava embriagada. E não é como se não estivesse, o cheiro do perfume do ex marido tirava qualquer um da sobriedade mais que álcool.

Indo clicar no botão do térreo ansiando sair logo daquele prédio, uma mão - bem comum, ao ver da mulher - passa em sua frente e aperta junto com ela.

— Posso descer as escadas... — disse Stênio, levantando as mãos em redenção. — Se preferir.

— O elevador é para todos, até os não moradores.

— Não mais. — a porta metálica se abre e ambos entram no mesmo passo. — Porque ja fui morador daqui.

— Usou o pretérito certo, ja foi morador, não é mais e nem será.

— E como tem tanta certeza? — trocam olhares quando o elevador se fecha.

— Difícil eu me perder novamente tão cedo.

— Eu não contaria com a sorte.

A mulher revira os olhos e balança a cabeça rindo do homem, notando em meio a essas jogadas de cabeça que tinham finalmente arrumado o espelho, então se dá o luxo de soltar os cabelos e desembaraçar com os dedos os nós feito pelo elástico.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Oct 27, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

lost control | one shots steloisaWhere stories live. Discover now