4 | Parte 1

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Quem é vivo sempre aparece! Perdoem pela demora para atualizar, mas a vida do proletariado não é fácil. Dividi, mais uma vez, o capítulo em duas partes. 

Vamos ajudar a miguxa aqui, curtindo e comentando. 

Qualquer erro, ajeitarei logo mais. 

beijos de luzzz!

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Rosamaria estava acostumada a lidar com o jet lag depois de anos viajando pelo mundo.

Mas, por alguma razão, a adaptação à França foi difícil. Ela estava tendo problemas para encontrar o equilíbrio, quase se sentindo como uma novata novamente.

O tempo em Saquarema foi bom. Ela jogou e treinou bem e confirmou sua vaga dentre as convocadas para as olimpíadas. Mas ela não falou mais do que algumas palavras com Carol, e nunca passou tanto tempo acompanhando Naiane e Roberta em sua vida. Ela também não sentou ao lado de Carol, e a central não ocupou o lugar ao lado dela.

Nem no ônibus. Nem no avião. Nem nos elevadores do hotel.

O lado esquerdo de Rosamaria estava vazio e ela só podia culpar a si mesma.

A raiva e a vergonha fizeram o jet lag parecer um milhão de vezes pior. E foi isso que fez ela levantar da cama às quatro da manhã em busca de uma xícara de café e de um local tranquilo para observar o nascer do sol. Esses sentimentos a acompanharam nos primeiros dias de aclimatação e agora eles estavam pesando em seu peito enquanto o time ia para o estádio para o jogo de estreia contra a República Dominicana.

Rosamaria estava sentada sozinha no meio do ônibus, com a bolsa colocada na cadeira à sua esquerda. Ela tentou deixar a música acalmá-la. Ela tentou não pensar no vazio ao seu lado e dentro dela. Ela tentou não ficar pensando no fato de ter dado um tiro no pé ao se iludir pensando que poderia fazer sexo casual com sua melhor amiga, por quem estava perdidamente apaixonada.

Quando o aquecimento, a reunião da equipe e o início do jogo pareciam passar desfocados diante seus olhos, a oposta desejou que a raiva e a vergonha a deixassem em paz. Que a deixassem respirar. Mas não foi isso que aconteceu. Os sentimentos estavam firmes e fortes com ela quando Zé Roberto colocou ela em quadra no final do primeiro set.

E claro que ela estava esperando Carol cumprimentar e desejar bom jogo. Porque é claro que ela estava.

Ela passou a mão esquerda sobre o material do short enquanto observava o árbitro autorizar sua entrada e Carol caminhar até a lateral da quadra para cumprimentá-la, ao som da multidão entusiasmada presente no ginásio.

"Lembra de se divertir," Carol disse suavemente, tentando sorrir apesar do peso em seu peito cada vez que via Rosamaria e apesar do olhar de dor no rosto da mais nova que parecia dar as caras sempre que elas se olhavam.

Rosa só conseguiu oferecer a Carol uma careta tensa em resposta e então correu para seu lugar.

Ela não se divertiu, mas marcou vários pontos. O jogo terminou em 3 sets a 1 para a equipe brasileira, e a raiva e a vergonha aumentaram ainda mais quando Rosamaria voltou ao ônibus e viu que Daroit havia ocupado seu lugar à direita de Gattaz.

[...]

Caroline tinha certeza de que Rosamaria estava brava com ela. Não havia dúvida disso. Ela só não tinha certeza se a oposta estava brava com ela por ter acabado com a amizade colorida ou se ela tinha visto o amor em seus olhos, impossível de esconder, e ficou assustada.

Então, Gattaz continuou guardando os lugares e Rosamaria continuou sentando o mais longe possível. Elas só conversavam em quadra, porque em todos os outros lugares ficavam longe o suficiente para não trocarem uma palavra. O ritmo delas estava errado. As conexões não eram as mesmas. E tudo que Carol queria era abraçar Rosa e pedir desculpas.

At every table, I'll save you a seat | RosattazWhere stories live. Discover now