Capítulo 2- Mas o que...

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Chaeyoung voltava para casa quieta, sentada olhando para a janela. O vidro do carro coberto de pingos de chuva pela tempestade do lado de fora. Era por volta das 11 da manhã, estavam indo para a casa de sua avó - tinham marcado de almoçar lá, onde Son não fazia questão de ir.

A ruiva apenas queria sua cama quentinha nesse frio.

- Está tudo bem, Chae? - A voz calma de sua irmã lhe tirou de seus pensamentos.

- Sim, só estou com sono. - Não era totalmente uma mentira, tinham acordado cedo para ir ao culto.

- Certo. - Tzuyu sorriu para a mais nova, voltando a conversar com os pais.

Tzuyu era sua irmã mais velha e tinha 23 anos, já estava na faculdade. Ela não era muito de estar em casa e, por isso, quando a mesma parava em casa as duas aproveitavam o máximo. Mas Chaeyoung estava mais preocupada com outra coisa.

Sua família era muito religiosa. Por conta disso, os mais velhos sempre diziam que quando você tiver feito algo de errado precisava confessar tudo, assim seria perdoada.

O grande preconceito com homossexualidade, veio de algo que aconteceu na família há algum tempo. Chaeyoung nunca soube, e sempre teve vontade de perguntar, mas nunca teve coragem.

Mesmo dizendo para si mesma sobre não poder gostar de garotas, não conseguia tirar Mina da cabeça. Queria se aproximar da mesma, mas tinha medo. Mina com certeza era muito mais velha que a pequena Chaeyoung, e isso dava uma pontada de tristeza na mesma.

- Chaeyoung! - A voz grossa de seu pai a retirou dos seus pensamentos novamente.

- Senhor?

- Já chegamos. Preste mais atenção. - Seu pai exclamou sério. Não tinha percebido que já tinham chegado.

Retirou o cinto e saiu do carro abrindo o guarda-chuva.

- Bom dia, Sr. Son! - O médico de seu avô saia da casa.

- Bom dia, Sr. Han. - O Son mais velho comprimento o homem sorrindo.

Chaeyoung entrou na casa sem esperar pelos outros, dando de cara com sua avó preparando o almoço.

- Bom dia, vovó. Trouxemos as frutas que a senhora pediu. - A ruiva disse sorrindo. Gostava de sua avó pois ela era uma das únicas pessoas da família que era gentil.

- Bom dia, minha criança. Pode deixar ai no balcão que daqui a pouco eu pego. - A senhora retirou as luvas que utilizava e abraçou a pequena Chae. - Onde está sua irmã e seus pais?

- Estou aqui! - Tzuyu respondeu entrando na cozinha sorridente. - Papai e mamãe estão lá fora conversando com o Sr. Han.

- Ah, certo!

Chaeyoung se sentou na cadeira observando seu avô pela brecha da porta. Sr. Chou já era muito velho, estava acamado e dependia de sua esposa para sobreviver. O mesmo sofreu uma queda na escada quando Chaeyoung ainda era bebê, e desde então perdeu o sentido da vida.

- Não fique apenas o olhando, Chae. Vá lá, converse com ele. - Tzuyu disse enquando ajudava sua vó colocar a mesa.

- O que adianta falar com ele se ele não vai responder? Ele nem lembra de mim.

- Ele não pode responder, mas ele pode escutar. Ele ainda tem sentimentos e pensamentos.

Ainda pensativa, Chaeyoung continuou sentada, sem se mexer, apenas o olhando.

🐧

- Ah! Por favor, vamos sair. - Nayeon praticamente implorava para Jihyo deixar a mesma ir na inauguração de uma boate.

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