Prólogo

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Não, não e não

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Não, não e não. Eram as únicas palavras que eu conseguia dizer.

Meu corpo inteiramente ameaçava desabar. Eu não sentia meus pés e meu coração queria de todo o jeito rasgar o meu peito.

Minhas mãos estavam na lateral da minha cabeça, eu estava aterrorizada e com medo. Muito medo. Lágrimas começaram a rolar em meu rosto, pude senti-las quente fazerem uma linha até a boca e pescoço, e por onde passavam, parecia queimar de uma maneira violenta.

Todos estavam em choque, e em silêncio. Fechei os olhos implorando para que isso não passasse de um susto e que tudo viesse a ficar bem, e me amaldiçoava por sempre ser uma pessoa positiva, mas essa situação era inegável dizer que era uma simples batida, não mesmo.

Senti uma mão em meu ombro e quando me virei para trás era Susie, com sua feição de preocupação. Ela alisou meu braço, em sua tentativa de me reconfortar. Seus olhos eram cautelosos, querendo não alarmar que essa situação era mais do que séria, mas eu podia sentir, e ver profundamente em suas íris que ela estava com medo igual a mim.

Toto Wolff e toda equipe tentavam uma comunicação pelo rádio com o homem, mas sem sucesso. O carro estava partido ao meio, e pior, em chamas. Totalmente em chamas. O fogo era tão alto que não era possível ver o piloto no cockpit.

A cada segundo que se passava eu sentia minha pressão baixar, eu me sentia à beira de uma crise, e tudo piorava por ver como os abutres com suas câmeras procuravam a noite toda por um entretenimento e conseguiram achar.

Eu queria correr dali, ir buscá-lo no meio daqueles bombeiros desesperados para cessar o fogo. Arrancá-lo daqueles destroços e o abraçar de uma forma que eu nunca havia feito antes. Mas será que isso seria possível? Eu o teria de volta vivo em meus braços? Respirando? A verdade é que eu não tinha respostas para tantas perguntas cruéis.

Caminhei devagar para segurar em algo que me desse algum sustento e quando a parede me ofereceu isso, senti minha visão turva, minha cabeça parecia girar até que tudo ali não passasse de um borrão distante.

— Eu não posso te perder, não posso— Apertei o colar em meu pescoço, o mesmo que continha uma pequena foto nossa na parte de dentro. Eu podia sentir que era uma ligação entre nós, envolvi minhas mãos tão forte que queria que suas forças fossem a minha, que ele fosse forte para se livrar daquele fogo em si, mas minhas forças não duraram muito.

Minha voz saiu baixa, eu não tinha forças para falar algo em alto e bom som. Susie veio atrás de mim, segurou em meus braços, tirou os fones over-ear do meu ouvido e me tirou dali segurando em minha cintura.

— Vou te levar a enfermaria!— foram as únicas palavras que consegui escutar bem, vindo da mulher.

A dor de ver o meu homem naquela situação já passara do emocional. Porque sentia meu corpo todo doer, sentia uma desolação absurda dentro de mim. As dores abdominais não seriam suportadas por mim por tanto tempo, algo parecia rasgar meu abdômen de uma forma visceral e eu quis gritar por isso. Eu chorava, chorava por ele, pela dor em meu corpo e por saber que não suportaria perdê-lo.

Quando me sentei na cadeira a Susie encostou minha cabeça em seu corpo, vendo que eu estava zonza e quase perdendo a consciência, segundos depois pude sentir algo sair de mim.

Eu estava me mijando? Não, não estava, porque urina não era vermelho.

Minha calça foi manchada pelo líquido que sairá de mim, tão descontroladamente que descartei a opção de ser menstruação tão rápido quanto tinha pensado.

— Meu Deus, o que está acontecendo comigo?—Comecei a me desesperar, empurrando a loira para longe de mim, mas ela me segurou firme para que isso não acontecesse. Susie parecia saber do que se tratava, constatei quando novamente naquela noite seus olhos pareciam aflitos pelo meu estado sofrido.

Eu não tinha mais forças quando os braços da mulher e da enfermeira me envolveram a fim de me acalmar, me desfiz ali. Vendo uma completa escuridão me agarrar quando meus olhos se fecharam comigo insistindo que isso não acontecesse, mas havia sido tudo em vão.

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Nota da autora

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THE RACES- Lewis Hamilton Where stories live. Discover now