Acidente Importuno - DRARRY.

CAPÍTULO UM

ㅤㅤㅤㅤㅤ  — CAPÍTULO UM —

ㅤㅤㅤㅤㅤ        OS INTRUSOS

HARRY POV.

O barulho irritante do despertador ecoava por todo quarto, comecei a tatear cegamente pela cômoda em busca do meu celular, encontrando o aparelho depois de algumas tentativas preguiçosas, em seguida desliguei o despertador.
Mas assim que os meus olhos esverdeados focaram no horário, senti o desespero tomar conta do meu corpo.

Sou do tipo de pessoa estranha que coloca vários alarmes com cinco minutos de diferença, e ainda sim consegui perder os quatro primeiros.

Não devia ter ficado acordado até tarde jogando com Ron.

Vinte minutos atrasado com a esperança de que o ônibus ainda esteja me esperando — algo que sinceramente, duvido muito.
Mas preciso ser otimista, porque se eu for pessimista — ou realista — vou acabar me jogando na frente do ônibus.

Levantei da cama desesperado, quase tropeçando nos meus próprios pés. Eu provavelmente teria que correr muito pra alcançar o ônibus e torcer pro veículo ainda não ter partido sem mim, ou me agarrar nas esperanças de que meus pais ainda não tivessem ido pro trabalho, e que pudessem me levar de carro pra escola.

Mas eu não era particularmente uma pessoa de sorte.

Sequer tive tempo de tomar banho, escovei os dentes em um tempo que deveria ser considerado um recorde e agora eu descia as escadas lutando pra arrumar a gravata vermelha listrada em meu pescoço.

Comecei a vasculhar a casa esperançoso, em busca dos meus pais, mas a única coisa que encontrei foi um bilhete anexado na geladeira, deixado pela minha mãe, Lily.

" Eu e seu pai tivemos que sair mais cedo para o trabalho, mas deixei seu café da manhã pronto. Só coloque as torradas na torradeira e não se atrase, querido.

Com amor, Mamãe. "

Sorri em uma mistura de felicidade e desespero. Corri pra enfiar as torradas na torradeira e segui para a mesa, enchi uma caneca de café e bebi tão rápido que queimou a minha língua, mas continuei comendo no automático algumas coisas que estavam espalhadas pela mesa.

Acabei vendo meu reflexo no vidro do armário, percebendo a bagunça em que meu cabelo se encontrava. Ter os fios bagunçados não era uma novidade muito grande pra mim, mas hoje parecia que eu tinha acabado de fazer uma visitinha na cadeira elétrica de um corredor da morte.

Eu já estava exausto e o dia mal havia começado, mas ainda sim corri para o meu quarto pra — somente — tentar arrumar o desastre que estava meu cabelo.

Depois de alguns minutos distraído comecei a sentir um leve cheiro de queimado, estranhei de primeira, mas comecei a juntar as peças da minha cabeça e meus olhos arregalaram quando lembrei das minhas torradas e de que eu não ajustado o tempo direito. Saí disparado a caminho da cozinha.

Assim que desliguei a torradeira, vi dois quadradinhos pretos parecidos com bloquinhos de carvão que deveriam ser as minhas torradas pularem para fora.

Suspirei derrotado, olhando para cima suplicando para que qualquer força do universo viesse me ajudar.

   — Ótimo — exclamei — Não são nem oito da manhã e eu já quero me jogar de cima de um prédio.

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Depois de uma boa e velha humilhação, consegui pegar o ônibus e chegar — atrasado — na escola e segui para a sala de aula na velocidade que o meu corpo cansado permitia.