Abra os olhos, Dean.

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Dean estava sentado na cama com Castiel ao seu lado. Ele abraçava o braço de Dean sem força alguma, diferente das outras vezes. Dean queria apertá-lo com força e dizer que iria ficar tudo bem, mas não o fez.

Um beijo de amor verdadeiro? Quem diria.

--Dean?--Castiel chama em tom interrogador. Dean olha para ele com preocupação, esperando que Castiel falasse que estava com muita dor ou que sentisse a pressão baixa ou de repente simplesmente fechasse os olhos e morresse.

--Sim, Cass?--Dean aperta o braço dele.--O que foi?

--Cândia disse que um beijo de amor verdadeiro é o contra maldição.--Castiel fala o óbvio, com os olhos focados nos de Dean como se esperasse uma ação específica.

--Sim, ela disse. Mas, Cass.--Dean suspira, buscando a mão de Castiel e a apertando.--O amor verdadeiro não existe.

Castiel franze as sobrancelhas e deita a cabeça, sem entender. Por um momento, Dean teme que sangue saia de seu ouvido ou, pior, que a cabeça dele caia. Dean, inconscientemente, segura a bochecha de Castiel, forçando Castiel a deixar a cabeça reta. Castiel, para o terror de Dean, segura a mão dele, a mantendo em contato com a pele áspera.

--Eu pensei que era só você me beijar, que a maldição passaria.

Dean leva um susto e todo o seu corpo parece se arrepiar. O que Castiel pensava que estava dizendo?

--Cass, não!--Dean ri, puxando a mão para longe da bochecha de Castiel.--Tem que ser alguém especial... Especial mesmo.

Dean não sabia explicar. Ele não queria ter que explicar sobre algo que não sabia o suficiente a respeito. Ele não gostava de contos de fadas para ler sobre eles. E amor verdadeiro era um conto de fadas.

--Você é especial para mim, Dean.--Castiel pega a mão de Dean, a apertando. As bochechas do Winchester pareciam que iriam explodir de tão vermelhas que estavam--Eu já li sobre o amor verdadeiro. Eu acho que se você me beijasse, a maldição acabaria.

Dean tinha completa certeza de que Castiel não sabia o que estava dizendo. O grande problema é que ele queria beijar Castiel... Queria tanto deitá-lo nessa cama e beijá-lo até não houver amanhã. Queria senti-lo completamente em seus abraços, mostrar a Castiel que jamais esqueceria dele. Mas isso era apenas a maldição, não era? Ele não podia amar Castiel, não dessa maneira. Estava longe da realidade, ele não sentia aquilo. Ou talvez sentisse... E isso era medonho. Dean Winchester gostando de um homem?

Anormal... Completamente anormal.

--Cass, eu...

--Dean.--Dean finalmente volta a ver o medo em seus olhos. Aquilo tira o ar de seus pulmões, deixando-o completamente assustado.--Você já se perguntou por que eu me sinto melhor em seus braços? Talvez seja por que você é o meu contra maldição.

Dean engole em seco. Castiel estava se aproximando. Mais alguns centímetros e Dean Winchester iria ceder à tentação.

--Castiel, se não funcionar...

--Pelo menos teremos tentado, Dean.

Dean respira fundo. Se culparia por toda a eterna se Castiel morresse por sua causa, então que se foda todos os seus princípios.

Dean puxa Castiel pela nuca e o beija. Primeiro começou como um selinho, um singelo toque de lábios, mas Dean queria muito mais. Ele entreabriu os lábios de Castiel com a língua e o puxou para mais perto, colocando-o sobre seu colo. Beijou-o com amor, com luxúria, com desejo, com tristeza e com desespero. Suas mãos passaram por seu tronco, pernas, cabelo, nuca, bochechas. Quando o ar lhe faltou, uma lágrima deslizou por sua face. Dean permaneceu com os olhos fechados, temendo abri-los e ver que não havia funcionado.

Castiel, com carinho, massageia a face de Dean.

--Abra os olhos, Dean.

Temendo, ele os abre.

A vontade que sentiu foi de chorar. Aquilo fazia sentido? Não, não fazia. Castiel estava bem, vívido. Estava sem olheiras, não mais pálido... Castiel não iria morrer.

--Cass... Eu...

--Eu disse que iria funcionar, Dean.

Dean bufa e ri. Os olhos de Castiel estavam brilhando, olhando-o como se mil palavras estivessem trancadas neles.

--Você já sabia, não é?

Castiel dá de ombros.

--Eu tinha minhas dúvidas.

--E o que o fez ter certeza?

--A forma como você correu para mim quando eu caí. Seu olhar desesperado, o medo de me perder. Dean, não era por causa da nossa amizade.

Dean solta um risinho.

--Eu pensei que fosse parte da maldição.

--A maldição foi quebrada, algo mudou?

Dean olha nos olhos de Castiel por tempo o suficiente para dar a resposta sem usar palavras, mas algo dizia que elas eram necessárias.

--Eu quero beijá-lo de novo.

E assim ele o fez.  

Maldita Maldição-DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora