Capítulo Único

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Nossa... mas dói tanto. Por que teve que se sentir dessa forma justamente por quem está tão perto sempre? Por aquele que apenas o vê como um irmão mais novo bobo. Já havia gostado de algumas - muitas - pessoas antes, mas não chegou a namorar nenhuma delas. Sentiu um sentimento forte e um pouco angustiante às vezes por elas, mas nunca algo tão arrebatador quanto o que estava sentindo agora. Só de estar perto dele sentia o peito apertar e parecia que estava fazendo algo errado, mesmo que não controlasse. Luciano mexia com Soo.

Soo se pegava pensando novamente sobre isso enquanto caminhava pela rua, quase chegando ao seu destino: o karaoke. Os amigos tinham combinado de se encontrarem lá.

Ele passou pela porta do local e procurou por eles com o olhar, não tardando a encontra-los. Foi até eles cumprimentando todos com um sorriso, parece que todos já haviam chegado. Luciano sorriu para ele mostrando os dentes como sempre fazia quando o via. Ele estava ridiculamente lindo como sempre e o coreano lutava consigo mesmo para não encarar demais e parecer estranho.

Estavam bebendo e rindo enquanto alguns iam até o palco cantar, uns bem e outros mal, o que era muito engraçado.

Estava com um drink sem álcool na mão e assim que terminou de beber Catalina se pronunciou.

- Quem mais falta cantar? - ela olhou rapidamente para todos no local e parou os olhos sobre o coreano. Ele apenas olhou pra ele negando com a cabeça freneticamente, enquanto essa sorria de forma diabólica e ia até ele.

- Vai, Soo! Sua vez.

- Eu tenho vergonha. - riu nervosamente.

- Vaaamos, Soo! - Catalina empurrou delicadamente o coreano até o pequeno palco enquanto esse apenas tinha uma expressão de desespero voltada para Luciano, como se pedisse arrego. Luciano apenas riu da situação dele erguendo as mãos, dizendo de forma silenciosa um "se vira".

- Mas o que eu vou cantar?... - Soo segurou o microfone.

- Shakira? - Luciano ainda ria, agora sendo acompanhado pelos outros.

- Há há há! - riu de forma forçada estreitando os olhos em sua direção, fazendo eles sumirem. Pensou um pouco sobre o que poderia cantar encarando a tela por onde passavam-se as letras. Levou os olhos para o amigo brasileiro novamente. Ele estava muito bonito, era de se esperar, mas isso não tirava de Soo a ansiedade em ter seus olhos nos do outro. Não evitava do ar lhe faltar, do peito apertar, as bochechas corarem e olhar bobo enfeitar seu rosto de pele alva.

Ele não tinha coragem de dizer nenhuma dessas coisas que Luciano o causava para o mesmo. Nem para ninguém. Não quando poderia perder tudo e isso faria doer ainda mais. Mas isso não o impedia de fazer uma declaração disfarçada de uma música bela cantada tão inocentemente.

Soo olha novamente para a tela, pesquisando pela música e selecionando-a em sequência. Respirou fundo quando a melodia começou.

O que eu devo dizer?
Como eu devo dizer isso de novo?
Eu sou apenas desajeitado
Eu sei que é óbvio
Então, para que não pareça algo sem importância
Irei te dizer essas palavras

Era um consenso entre os ali presentes que a música era incrivelmente bela e soava como palavras de um anjo na voz doce de Yong Soo, inclusive para Luciano. O brasileiro observava atentamente a performance.

Eu digo uh-oh, eu espero que você seja mais feliz
Você que costumava estender a mão para mim quando eu caia, você-uh-uh-uh
Eu digo uh-oh, agora eu vou te segurar

O coreano mantinha os olhos fechados, ele não conseguia reunir coragem suficiente para olhar Luciano agora.

Você ainda permanecerá o mesmo, ainda que o tempo passe?
Como na primeira vez em que nos encontramos, hmm-mm
Se estivermos juntos, até o deserto poderia virar oceano

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⏰ Laatst bijgewerkt: Nov 26, 2023 ⏰

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