A besta de Montienie

Capítulo 5 - Os olhos

Montienie 20/06/2006

Eu estava ficando maluco, completamente maluco, eu via aqueles olhos em todo lugar, desde meu último encontro com o corvo nunca mais o vi, porém os olhos da besta sempre estavam lá, enquanto eu dormia, enquanto eu tomava banho. Eu sempre os via.

Porém ao alcançar-lós nunca era a fera, eu já estava entrando em um colapso, era a primeira aula do dia, e eu já havia visto os olhos, eu sentia eles me observando mas nunca era ele...

[...]

Eu os vi, novamente, em todas as 6 aulas do dia eu os vi, eu realmente estava enlouquecendo, talvez eu seja maluco.

Havia tocado o sinal da 7 aula, me levanto, eu tinha 10 minutos para chegar a sala de inglês, suspiro enquanto arrumo meu material, fui o último a sair da sala, eu vi os olhos novamente, só que dessa vez os olhos eram de uma pessoa.

O mesmo menino de cabelos brancos de semanas atrás, era ele, eram aqueles olhos. Ele parecia ter notado minha presença, enquanto ele caminhava eu ia atrás, mesmo se ele fugisse, éramos da mesma sala, eu ia conseguir alcançá-lo.

Vejo-o entrando no banheiro, o sigo, fecho a porta, haviam apenas duas pessoas no banheiro, eu e ele.

Os olhos me encaram, os mesmos olhos da besta, seu cabelo branco refletia a luz, sua pele era pálida dando destaque aos seus olhos.

Balanço a cabeça antes de falar algo, eu estava encantando, diria até que hipnotizado, chego próximo ao seu rosto.

- É você?

- Hm... Não sei do que está falando - O garoto diz em um leve sorriso, desviando o olhar, ele não conseguia me olhar.

- É você a besta de Montienie? - Ele parece ter se assustado, vejo o arrepio percorrer seu corpo.

- Não... - Ele dá uma leve tosse, ele desvia o corpo de mim indo em direção a porta. - Preciso ir para a aula, licença.

- Não minta para mim, eu sei que foi você quem me salvou aquele dia. - Digo puxando seu braço, falando áspero.

Estávamos nos olhando, ninguém dizia nada, ele apenas abaixava a cabeça.

Montienie 20/06/2006 14:30

Eu estava com ele ao meu lado enquanto voltavamos para casa, após meu confronto com o de cabelos branco ele disse que me explicaria tudo na saída, mas até agora permaneceu calado.

- Então..? Vai me contar tudo ou não? - Digo após um tempo, ele me olha e suspira antes de começar a falar.

- Oque quer saber exatamente?

- Tudo, oque você é? Como consegue se transformar em um lobo? porque vem atacando as pessoas?

- Você pode vir para minha casa? Acho que não é bom falar disso aqui... - Ele fala, eu aceno, entendia que talvez isso o colocasse em risco.

Montienie 20/06/2006 15:00

Eu estava sentado, esperando o menino que se chama Jonhy, ele foi fazer algo para comermos.

Poucos minutos depois ele aparece com uma bandeja de sanduíches. O garoto senta na minha frente, coçando a nuca.

- Bem... Pra você entender tudo preciso te dizer que existe o sobrenatural, claro não do jeito exagerado da TV, mas existem, e com outros nomes. Eu posso ser considerado um Lobisomem, mas em meu mundo sou um Transmorfo.

Logo ele enfia a mão por dentro de sua camisa, olho desconfiado, ele tira de lá um pequeno cordão com um dente pendurado.

- É isso daqui que me faz transformar e destransformar a hora que eu quiser, além de me dar sentidos quando estou em forma de lobo. Sem isso, depois de transformado eu não consigo mais me transformar, além de agir como um verdadeiro animal.

- Então porque vem atacando as pessoas? Se você consegue ter consciência usando esse cordão, porque mata as pessoas? - Ele me olha confuso.

- Eu não mato as pessoas, eu as protejo. - Dessa vez eu que o olho confuso. - Existem os licantropicos. Eles também conseguem se transformar em animais, mas diferente de nós, eles se alimentam de carne humana. Não sou eu quem ataca as pessoas, e sim um licantropo.

- Então quem ataca as pessoas?

- Eu também não sei, desde que cheguei aqui no início do ano investigo a pessoa, porém até agora não achei pistas de quem seria.

- Porque veio para cá? - O olho, tinha muitas perguntas para ele.

- Bom... É uma longa história...

Eu sempre lhe observo, desde o primeiro momento eu sempre te observei, a noite esconde minhas penas escuras fazendo com que você não me veja, desta vez, este rapaz faz com que você não me veja.
Eu quero você, apenas você, nem que para isso eu tenha que matá-lo.
Olhe para mim, tenha olhos para mim, me veja, me olhe, me ame...
Meu lindo e belo Stone.