ᴛ3𝑙𝑖𝑝𝑒 | The Neighborhood

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Capítulo VIII
Tudo denovo

Música: Leaving Tonight ↝ The Neighbourhood

Terça-feira - Los Angeles

Felipe

Dona Rosa: O quê? -perguntou surpresa-

Felipe: Eu quero voltar para Nova York. -repeti-

Dona Rosa: Mas porque, filho?

Senti minha garganta secar.

Felipe: Eu pensava que conseguiria ser feliz aqui mas... -desviei o olhar-

Dona Rosa: Como assim? Você não arranjou amigos na escola nova? E aquela garota que você me falou?

Felipe: Não é nada disso. É só que... -abaixei minha cabeça- Eu não consigo mais continuar aqui.

E então senti ela segurar a minha mão que estava em cima da mesa e levantei meu olhar.

Dona Rosa: Porquê isso tão de repente? -perguntou cuidadosamente-

Felipe: Eu não consigo explicar o que sinto. É só que... -fiz uma pausa- Parece tudo tão errado... -disse baixo-

Ela não disse nada ficou apenas olhando para mim com uma expressão preocupada mas parecia esperar por uma resposta mais concreta.

Felipe: Eu estive pensando muito ultimamente, e eu tentei me convencer de que tudo isso é apenas para me fazer bem, mas parece tão mau, tão errado, tão sufocante...

Dona Rosa: Felipe...

Felipe: Eu sinto falta da minha casa, dos meus amigos, do Bruno. -minha voz saiu falhada-

Dona Rosa: Você não fala mais com o Bruno? - perguntou assustada-

Felipe: Eu falo com ele todos os dias mas não é a mesma coisa.

Dona Rosa: Oh mi amor... -falou acariciando minha mão-

Felipe: Eu sei que a senhora não gosta muito do Bruno mas eu preciso dele... Ele é meu melhor amigo.

E então a sua preocupação se tornou em confusão.

Dona Rosa: Que história é essa de eu não gostar do Bruno?

Felipe: O quê? -falei confuso- Você vivia falando que ele era uma má influência.

Dona Rosa: Sim, mas isso não significa que eu não goste do garoto. Ele é uma pessoa incrível e eu sei o quanto ele te faz bem, mas o facto de ele te levar para festas todos os dias me incomodava.

Sorri levemente com o pensamento que veio na minha mente.

Ah, se ela soubesse que era eu que o arrastava para a maioria das festas.

Dona Rosa: Mas não podemos voltar para Nova York, querido, me desculpa.

E então o mínimo sorriso desapareceu em questão de segundos.

Dona Rosa: Eu sinto muito meu amor.

Tentei ignorar o aperto forte em meu peito e a vontade enorme de simplesmente sumir.