Passo 5 - Usar seu próprio sorriso

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     Ah... Como seria bom que as quatro primeiras dicas tivessem funcionado... Agora, graças a isso, Atsushi precisará tentar o passo cinco.

     Ele tem certeza absoluta de que não funcionará, e há provas muito concretas envolvendo isso:

     Primeiramente, as outras dicas pareciam melhores e mais funcionais e, no entanto, resultaram em um completo nada. Nem mesmo o presente de ontem funcionou!

     Em segundo lugar, o Nakajima está sempre sorrindo, e nunca houve efeitos do tipo "influenciar Akutagawa a sorrir também". O que só pode significar que a quinta dica é a menos eficaz.

Vocês querem uma aposta? Ele pode apostar qualquer coisa que não dará certo.

A missão com Ryūnosuke, hoje, é no período da manhã, por volta das nove horas. Por isso, acordou mais cedo para se preparar fisica e mentalmente.

     Depois do ocorrido com Fyodor, a Agência e a Máfia entraram num acordo de trabalhar até mesmo nos finais de semana — com horário reduzido, claro. É uma forma de manter o controle.

     Com a companhia de Kyōka, foi até a Agência numa caminhada lenta e confortável. Ela não fala muito, mas os dois conseguem conversar de um jeito calmo.

     Chegando ao escritório, Chūya e Akutagawa já estão lá, com o restante do pessoal. O Nakahara, assim como seu subordinado, também tem uma missão conjunta esta manhã. Ao que tudo indica, Dazai fará o trabalho junto com ele.

     "Atsushi-kun, você chegou cedo." Kunikida comentou assim que o viu entrar. "Seu expediente só começa daqui a uma hora." De fato, ele fez o que pôde para chegar antes do previsto.

Inicialmente, a tentativa era de chegar primeiro que Ryūnosuke; então, já que isso não deu certo, resta seguir conforme o show.

O plano consiste em sorrir mais e melhor do que ele faz de modo normal para ter, ao menos, uma chance mínima de fazê-lo sorrir.

Sendo assim, não podia se dar ao luxo de perder tempo, ainda mais esses preciosos minutos antes do trabalho começar. Nesse caso, ignorar Dazai e seus sorrisinhos que insinuam milhões de coisas é uma parte importante do plano.

Sem se importar em falar com seu superior, Atsushi e Kyōka foram cumprimentar Ryūnosuke. É fofo que o único lugar no escritório no qual o mafioso consegue se sentir confortável é, justamente, o pequeno espaço do Nakajima.

O de cabelos platinados pensou que, se fosse possível algum dia, adoraria ver Akutagawa trabalhando ao seu lado na Agência. Ele ficaria tão lindo como um detetive e—

Foco, Atsushi, foco!

"Bom dia, Akutagawa!" Exclamou. Ainda estava feliz com os resultados de ontem, mas a animação toda que ele mostrou foi mais pelo plano.

"Pare de gritar, Jinko, ninguém aqui é surdo." Reclamou, murmurando. "E bom dia, Kyōka." A garota retribuiu o cumprimento com um aceno de cabeça e logo se retirou para conversar com as outras pessoas.

"Hm, 'Bom dia pra' você também, Jinko'." O detetive forçou a voz para parecer com Ryūnosuke. "Ah, sim, o dia está lindo, não é? 'Sim, com certeza'." Continuou conversando consigo mesmo.

"Você precisa ser estranho, assim, sempre, Jinko?" O de vestes escuras revirou os olhos. "Bom dia. Feliz, agora?"

"Muito!" Sorriu, animado. Porém, zero reação veio de Akutagawa. "Hmmm... vamos? Pra' missão, quer dizer. Se a gente começar mais cedo, termina antes e pode ir embora rápido."

Smile - Shin SoukokuWhere stories live. Discover now