Capítulo 26

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SIMONE

Acordo cedo com a luz da corrida entreaberta, mas Soraya ainda está dormindo.

Simone: — Bom dia — Me mexo.

Quando me dou conta, vejo que ela ainda está dormindo e com a cabeça em cima do meu colo.

Simone: — Ah… vou tentar não acordá-la… — sussurro.

me conforto e dou o conforto a ela.
Observo a mãozinha macia por d'baixo de seu rosto tocando meu colo e os olhos fechados, suspiros leves e depois um profundo.

Simone: — Cansada… — sorri.

Ela é linda.
O quanto me arrependo de um dia ter feito mal a um bem tão precioso quanto ela…
a luz que bate no quarto aumenta e ela começa a se mexer.

Soraya: — Hmm… — resmunga.

com minha mão direita, coloco os fios louros de sua moleira atrás de seu lóbulo.
Dá pra acreditar que agora somos namoradinhas?

Soraya: — Tava tão bom… — disse com a voz rouca de sono.

Simone: — Imagino — Segurei o lado esquerdo de sua cabeça com delicadeza.

Ela abriu os olhos e me observou com aquela íris linda.

Soraya: — Bom dia — sorriu.

Simone: — Bom dia — correspondi ao sorriso.

Ela olhou em meus olhos e foi descendo para a minha boca, onde selou seu lábio contra o meu.

Soraya: — Amor… — soltou uma risadinha tímida e me abraçou.

Simone: — Amor?

Soraya: — Ou meu bem. Eu gosto do meu bem.

Simone: — Você chamava o Carlos assim — sorri.

Eu sempre soube do carinho que ela tinha por ele, apesar do amor não ser verdadeiro. Assim como também sei que ela gostaria de manter esse "Meu bem".

Soraya: — Como você sabe?

Simone: — Carlos te chamava assim e eu achava fofo — sorriu.

Soraya: — Até queria falar disso — Virou de ventre para cima e segurou minha mão.

Simone: — Carlos?

Soraya: — É…

Simone: — O que aconteceu?

Soraya: — Lembra que eu sentia a presença dele em alguns momentos? — sentou-se na cama segurando alguns lençóis.

Simone: — Lembro.

Soraya: — Sinto que ele está distante e eu não acho que isso seja algo bom.

Na hora que ela disse isso, vi ela se mexer, como se algo tivesse tocado as costas dela.

Soraya: — Esquece o que eu falei.

Simone: — Isso me dá medo, sabia? — Fiz o sinal da cruz.

Soraya: — Para! — Riu — Acredita que… eu acho que ele estaria feliz por ver nós duas juntas.

Ela revelou algo do qual há muito tempo eu não me recordava. Desbloqueei uma memória.
César, quando me entregou aquela carta da qual pedia para eu cuidar de Soraya, falou que adoraria conhecer "Saulo" para poder orientá-lo e, quem sabe, poder reatar o relacionamento dele com Soraya. Mal sabe ele que Saulo está namorando a mulher que ele cuidou com tanto amor e carinho antes de partir.

Soraya: — Eu sinto falta dele, não como marido, mas como um amigo, irmão mesmo — — Me olhou com tristeza.

Simone: — Eu sei como é sentir isso, até porque Carlos era um irmão para mim.

Amor, ódio e o fio da morte (SIMORAYA)Onde histórias criam vida. Descubra agora