Capítulo 17

760 37 1
                                    

- O plano vai ser o mesmo de ontem - disse John B para todos dentro da kombi.

- E a Sarah? - perguntou Kie.

- Ela não me respondeu - John disse franzindo a testa em preocupação.

- Tudo bem. Temos a Helena hoje. Vai dar certo. - disse Pope bagunçando meus cabelos.

- Vamos lá - disse JJ abrindo a porta da Kombi. O céu estava escuro com a chegada da noite, nos permitindo ter pouca visão do local. Porém, os carros escuros circulando a antiga propriedade onde estava o ouro foi visível a todos.

- Que merda é essa? - Kie se pronunciou.

- Os Cameron - disse John B num sussurro tentando processar o pensamento repentino que provavelmente circulou sua mente.

- Sarah nos entregou para o pai - Pope falou.

- Não. Ela não faria isso - falei e segurei a mão do John B.

- O que isso tá parecendo pra você? - JJ me perguntou irritado.

- Está parecendo que Ward Cameron descobriu o ouro. Só isso! Presta atenção como fala comigo - falei brava com JJ e o mesmo me olhou com culpa e raiva.

- Precisamos pegar o ouro - disse John B já seguindo o caminho, ignorando nossos chamados de protesto à sua atitude imprudente.

- Vem, não podemos deixá-lo sozinho - falei para o grupo. Enquanto eu seguia John, senti alguém puxar minha mão. JJ.

- Ei, me desculpa por ter falado daquele jeito com você - ele disse arrependido.

- Tudo bem. Já passou - sorri e acariciei seu rosto, fazendo-o fechar os olhos brevemente -temos que ir.

- Ok. Helena- me chamou - toma cuidado - beijou minha e testa e, em seguida, meus lábios. Iniciamos um beijo suave, que foi encerrado pelo loiro com um selinho demorado logo depois.

- Você também, Rapunzel - falei sorrindo e arrancando uma risada cínica do Maybank.

Fui atrás do meu irmão, enquanto os demais cercavam o perímetro.

- John B - sussurrei chamando-o. Não obtive resposta.

Continuei olhando o porão, quando vi meu irmão desmaiado com a testa sangrando.

Corri até ele.

- John, acorda! - sacudi meu irmão com total desespero, sem nem me importar se alguém me ouviria - John, por favor - lágrimas se formavam em meus olhos, quando o mesmo pareceu acordar lentamente.

- Sarah... - meu irmão resmungou- ele a prendeu - continuou se esforçando para falar.

- Quem? - perguntei

- Ward. Ele trancou a Sarah. Tá roubando o ouro. Não deixa, Helena. - falou meu irmão.

- Vem, vamos embora. Esquece o ouro - ajudei-o a se sentar.

- Helena, eu vou chamar os outros. Não deixa ninguém sair daqui com o ouro. - meu irmão disse, enquanto apoiava-se na parede.

Olhei para o poço e percebi que havia uma luz lá. Havia homens lá embaixo. Se subissem, eu não conseguiria impedi-los sozinha.

Escutei um barulho vindo do poço e percebi que estavam subindo. Rapidamente peguei um ferro, pretendendo transformá-lo em arma se fosse necessário. O barulho ficava cada vez mais alto, até que vi Ward em pessoa saindo do buraco. Atrás dele, seu filho Rafe e alguns de seus homens.

- Ora, ora... se não é a ladra Routledge - disse Rafe.

- Ladra? Até onde sei o ouro não é seu- respondi incrédula.

- Nem seu - falou Rafe ríspido.

- Chega de conversa fiada- disse Ward olhando para o ferro em minhas mãos - acabem com ela.

Vi seus homens vindo em minha direção e um deles apontar uma arma para mim. Meu coração parou, mas meu corpo reagiu por impulso. Bati o ferro na mão do cara que apontava a arma e a mesma foi ao chão. Os outros vieram me segurar, machucando-me no processo, mas a adrenalina não me permitia me render. Chutei todos eles, sentindo meu estômago doer com alguns chutes que recebi no processo. Parei de lutar pela perda da força que dominava meu corpo segundos atrás.

- Não deveria se envolver nisso, garota - ouvi a voz de Ward - tirem o ouro daqui.

Vi os homens arrastando caixas e desviei meu olhar para o teto. A dor estava em todos os músculos do meu corpo agora, como se eu fosse explodir a qualquer momento. Vi no teto em cima da porta algumas rochas que pareciam desabar a qualquer momento. Eu sabia que estaria assinando minha sentença de morte fazendo aquilo, mas não podia evitar que tudo que meu pai lutou para encontrar acabasse nas mãos de Ward Cameron. Com o restante de forças que eu tinha, me virei, peguei a arma que derrubei do homem minutos atrás e atirei nas rochas. Senti os três disparos saindo em uma altura ensurdecedora. Todos pararam como se qualquer passo que dessem a seguir pudesse desabar a estrutura que nos abrigava. Ouvi pedrinhas caindo no chão e sorri. Funcionou. Agora, todos morreriam e o ouro permaneceria sem dono.

Meu felizes para sempre - JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora