Anjo Raziel

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Valentim estava olhando para a lâmina de Maellartach. Esta também estava suja de sangue. Quando olhou novamente para ela, tinha uma luz estranha nos olhos.

Valentim - Preciso de sangue para completar a cerimônia - disse. - Pretendia utilizar o meu próprio, mas quando a vi no lago, soube que foi a maneira de Raziel me avisar para usar o da minha filha no lugar. Por isso a limpei do veneno do lago. Está purificada agora. Purificada e pronta. Não usarei seu sangue, Seraphina por que é valioso demais, poderoso demais.

Ele se aproxima pegando a pelo queixo e chegando perto.

Valentim - E você, mesmo que não entenda ou não aceite. É minha filha.

Ele a olha nos olhos, ela se lembra das vezes que ele fizera isso, era sempre quando estava bravo, mas agora ele estava com o mesmo olhar que ela, o brilho nos olhos dele, ela jurou ver lágrimas mas ele se vira lara Clary não a deixando olhar mais para ter certeza.

Valentim - Então, obrigado, Clarissa, pelo seu sangue.

De alguma forma, pensou Celine, ele estava sendo sincero, estava honestamente agradecido. Há muito tinha perdido a capacidade de distinção entre coação e cooperação, entre medo e vontade, entre amor e tortura. E com essa percepção veio uma onda de torpor; de que adiantava odiar Valentim por ser um monstro quando ele mesmo não sabia que o era? Clary pensava.

Valentim - E agora, - disse - só preciso de um pouco mais.

Clary - Um pouco mais de quê? - ela pensa

Exatamente quando ele levantou a Espada e a luz das estrelas explodiu dela, e pensou, claro.

Celine - Não é só sangue que quer, mas morte. - ela pensa. Celine se remexe desesperada. As pernas doendo com cãibra, ela não conseguia se levantar, lágrimas tentavam escorrer mas ela não as permitia.

A Espada já tinha se alimentado de sangue o suficiente a essa altura, assim como o próprio Valentim. Os olhos delas acompanharam a luz negra de Maellartach que cortava o ar em direção a Clary. Celine abre a boca na intensão de gritar, mas como esperado nenhum ruído sai.

De repente ela voou pelos ares. Arrancada da mão de Valentim, foi lançada na escuridão. Os olhos de Valentim se arregalaram; o olhar desceu, primeiro para a mão sangrenta que antes empunhava a espada; e em seguida subiu e viu, na mesma hora que elas, o que havia arrancado a Espada Mortal da sua mão.

Celine - James...

Clary - Não...Jace.

Jace e James lado a lado; Jace com uma espada de aparência familiar na mão esquerda, estava na ponta de uma elevação de areia, a poucos centímetros de Valentim. Celine viu uma das próprias adagas na mão de James, a outra tinha sido arremessada para tirar a espada da mão de Valentim.

Celine podia ver pela expressão do pai que ele não tinha ouvido Jace e James se aproximando. O coração de Clary parou ao ver Jace. Com sangue seco no rosto e uma marca vermelha na garganta lívida. Os olhos brilhavam como espelhos, e sob a luz enfeitiçada pareciam negros, negros como os de Sebastian.

Jace - Clary - disse, sem tirar os olhos do pai. - Clary, você está bem?

James - Celine...

Clary - Jace!

Celine - James! Você tem que sai‐ - ela engasga

Elas lutaram para dizer o nome deles, mas nada passava pelo bloqueio da garganta. Elas sentiram como se estivessem engasgando.

{ ♠︎ A Filha dos Céus ♠︎ }Where stories live. Discover now