Capítulo 14

718 69 17
                                    

                            𝗣𝗢𝗩𝗦 𝗟𝗜𝗩𝗜𝗔 𝗚𝗔𝗦𝗣𝗔𝗥

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

𝗣𝗢𝗩𝗦 𝗟𝗜𝗩𝗜𝗔 𝗚𝗔𝗦𝗣𝗔𝗥

Por mais que tenha me esforçado, não consegui voltar a dormir hoje de manhã depois que Alex foi embora. Acho que a conversa com meu pai me deixou agitada.

Julieta abriu espreguiçadeiras e um guarda-sol na praia depois do almoço, e eu com certeza caí no sono na espreguiçadeira em algum momento, pois acabo de acordar. Com saliva no braço.

Estou de barriga para baixo, e quando abro os olhos vejo que meu rosto está virado para o lado oposto à espreguiçadeira de Julie. Limpo o braço e ergo o corpo, para me virar de costas.

Quando me situo, olho para Julie, mas não é ela que eu vejo.

É Alex.

Ele está dormindo na espreguiçadeira dela.
Eu me sento e olho para a água. Julieta e Romeu estão bem ao longe no mar, sentados sobre pranchas de stand-up paddle.

Pego meu celular e olho a hora. São quatro da tarde. Dormi uma hora e meia.

Eu me recosto e olho Alex, adormecido. Ele está de barriga para baixo, com a cabeça apoiada nos braços. Tem um boné na cabeça, virado para trás, e está de óculos escuros. Sem camisa, o que não é nada mal.

Eu me viro de lado, apoio a cabeça no ombro e fico um tempo olhando para ele. Sei muito pouco sobre as partes que compõem seu todo, mas sinto que já conheço o tipo de pessoa que se formou com a soma dessas partes.

Talvez não seja preciso conhecer a história de alguém para saber quem ela é hoje. E a pessoa que estou percebendo que ele é por dentro torna seu exterior ainda mais atraente. A ponto de me fazer pensar nele quase todos os segundos do meu dia.

Quando dou por mim, estou olhando sua boca. Não sei por que surtei durante aquele beijo, ontem à noite. Talvez ainda esteja tentando entender a realidade da última semana que vivi.

Foi muita coisa ao mesmo tempo, e tudo pareceu se avultar sobre mim, aos berros, durante o beijo de ontem. Fico pensando... se ele me beijasse hoje à noite outra vez, será que eu reagiria da mesma forma? Ou me permitiria de fato dar um passo além e aproveitar o beijo por inteiro, como aproveitei nos primeiros segundos?

Encaro os lábios dele, convencendo a mim mesma de que vale a pena uma segunda tentativa. E uma terceira, e talvez uma quarta. Se nos beijarmos o bastante, talvez até chegue ao ponto da perfeição.

— Você está ligada de que estou com os olhos abertos, né?

Merda.

Achei que ele estivesse dormindo. Cubro o rosto com as mãos. Não há como esconder minha vergonha.

— Não esquenta — diz ele, com a voz rouca, arranhada na garganta. — Eu te olhei o tempo todo em que você estava dormindo. Ele estende a mão e toca meu cotovelo. — Como você arrumou essa cicatriz?

Até o verão terminar, lilex.Where stories live. Discover now