🦋 Capítulo 4 🦋

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Harry

Enquanto Lisa estava tendo dificuldades de criar novas músicas, Harry estava no total oposto, sempre em momentos repentinos viam novas ideias na sua cabeça e só iam embora se ele sentasse no teclado e terminasse de criar a música. Parecia uma prisão, só que de uma forma boa.

Naquele momento, enquanto Oliver dirigia, ele fazia anotações em seu celular sobre novos gêneros que ele queria explorar. Quando as músicas ficavam prontas e ele cantava na sua voz doce, a sensação era de outro mundo. Sempre encaminha elas para Lisa e Daniel, mesmo sabendo que apenas Daniel iria responder.

— Tá fazendo o quê? — Oliver lhe tirou do transe em que estava. — Só eu estou nervoso com esse almoço?

— Apenas tendo delírios de músico. — Harry bloqueou o celular. — Nervoso? Não é a primeira vez que seu pai me chama. — Disse confuso.

— É a primeira vez que é uma festa em família... E não coloco minha mão no fogo por nenhum parente meu. Inclusive por ele... Não mais!

— Ei... — Harry pegou na mão dele, achando fofa sua preocupação. — Vou saber me defender, fica tranquilo.

— Te levo embora no primeiro momento se acontecer algo, ok?

— Ok. — Os dois ficaram se encarando por uns segundos. — Que fofinho ele todo preocupado comigo... — Harry fez uma voz manhosa e Oliver começou a rir de nervoso.

— É meu dever bobão. — Ele a beijou e voltou com as duas mãos no volante. Oliver pensava que às vezes Harry não fazia ideia do quanto ele era perdidamente apaixonado por ele.

Oliver esperava que eles fossem um dos primeiros a chegar e se deparou com sua família inteira por toda casa

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Oliver esperava que eles fossem um dos primeiros a chegar e se deparou com sua família inteira por toda casa. Seu coração nunca se acelerou tão disparadamente. Olhou de relance para Harry, que ainda continuava com sua face tranquila e feliz. Era assim que ele têm sido ultimamente e Oliver ficava orgulhoso. Queria um pouquinho daquilo.

De mãos dadas, eles cumprimentavam as tias e os primos que estavam na sala e ele se sentia dentro de um campo minado, alguns olhares eram positivos, outros neutros e outros ele não saberia distinguir de uma facada. Tinha mais insegurança com sua família do que com desconhecidos.

Em meio aos cochichos no sofá da sala, na sua própria casa, Oliver tentava procurar o seu pai e ouviu sua voz vindo da cozinha, de uma forma bem alta, imaginando que estaria com seus irmãos idiotas, falando e ouvindo as maiores barbaridades da face da terra. Só de pensar, ele revirava os olhos, a ponto de ter inúmeros pensamentos intrusivos.

Acertou em cheio quando chegou na cozinha. Os três estavam enchendo a cara, enquanto sua tia Marina, a única mulher da família, estava na sala, servindo todos com sua sopa de ervilha. A única tia da família que ele gostava. Novamente revirou os olhos ao perceber que ela não estava recebendo nenhum tipo de ajuda.

— Chegamos pai... — Oliver disse sem paciência e novamente sentiu um misto de sentimentos ruins, com os olhares dos seus tios em sua direção, como se fosse a primeira vez que via dois homens de mãos dadas. Queria saber o que eles fariam em relação a isso, se não fosse o sobrinho deles. Tinha medo de saber a resposta.

— Filho! — Seu pai falou animado, se aproximando dele e o abraçando, algo que ele não costumava fazer. Algo que ele não fazia há muito tempo. — A comida ainda está quente, comam antes que esfrie, Marina está servindo todo mundo e você sabe que a comida dela não dura muito tempo.

— Eles vão ficar me olhando como um alienígena? — Oliver perguntou impaciente, indo direto ao ponto.

— Eles quem? — Sebastian franziu as sobrancelhas e no mesmo instante se tocou. — Seus tios? Ah, eles vão se acostumar com isso, dê um tempo para eles e...

— Eles não tem porra nenhuma pra se acostumar e não é "isso", é um namoro, como qualquer um! — A impaciência de Oliver, não só surpreendeu seu pai, como a ele mesmo. — Não estou com fome, vou subir, pega um prato pra você amor e depois vem pro meu quarto também. — Oliver disse no mesmo instante, soltando a mão dele e andando impaciente em direção às escadas.

— Licença...

Harry se retirou, sem antes olhar de uma forma reprovadora para o seu sogro, indo para a sala fazer exatamente o que Oliver tinha dito. Sabia que ele estava tenso com esse almoço, só que não aquele ponto. Seu namorado precisava de todo apoio possível naquele momento.

— Oi Marina. — Harry cumprimentou a única pessoa que tratava ele de uma forma comum.

— Oi querido, quer muito ou pouco? — Ela perguntou sorridente.

— Provavelmente você ainda não comeu, pode deixar que eu me sirvo, descanse.

— Tem certeza?

— Total, depois eu volto para elogiar, tenho certeza que está uma delícia, você tem uma mão cheia.

— Pare de me bajular! — Ela começou a rir, se servindo rapidamente e entregando a concha para ele.

Decidiu colocar o prato de Oliver também, iria tentar convencer ele a comer, nem que tivesse que dar na boca. Ele jamais pensou que iria estar num relacionamento, muito menos ter que fazer essas coisas melosas. O amor era realmente embaraçoso. E ele amava isso.

— Espero que você não coma muito... Ainda não consegui repetir e iria fazer um show que nem um bebê caso não consiga. — O garoto disse num tom humorado, fazendo Harry rir.

— Você terá essa honra de repetir, não coloquei muito. — Harry entrou na onda, dando espaço para ele se servir. — É primo do Oliver também?

— Sou sim e você é quem fisgou o coração daquele nerdola introvertido?

— Eu mesmoooo! — Harry disse sorridente e novamente os dois começaram a rir. — Meu nome é Harry e o seu?

— Simon... Você era um dos integrantes da Midnight Sky? — Ele perguntou de repente, pegando Harry de surpresa.

— Sim, porque?

— É que seu nome não me era estranho. Ele tentou me convencer a entrar na banda dele na época, só que eu não quis.

— Mais um músico na família? — Harry disse surpreso.

— Tá no sangue dos Olsen! — Ele brincou. — Eu não aceitei pois minha área é mais na composição... Não ligo de ficar fora dos holofotes, entende?

— Eu também gosto de compor, que coincidência!

— Sério? — Simon estava tão surpreso quanto ele.

— Sim, eu estou simplesmente parecendo uma máquina fora de controle, qualquer coisa está me dando inspiração pra escrever uma música nova, tenho priorizado essa área ultimamente, mesmo gostando de cantar.

— Isso acontece comigo de vez em quando, a sensação é inexplicável, agora terei que ouvir o que você tem, não vai poder me deixar na curiosidade. — Simon clamou com as mãos.

— Uma música só espertinho... Mais tarde eu pego seu número, tenho que ir, Oliver está me esperando.

— Vou cobrar viu? Vai lá, garanto que não vão perder nada aqui embaixo com essa gente chata. — Simon fez uma cara feia, novamente arrancando uma risadinha de Harry. Ele era muito bom nisso, pensou enquanto subia as escadas rapidamente, antes que a sopa esfriasse. 

Destined? (Romance LGBTQIA+) (Parte 2 - 2023)Where stories live. Discover now