Sobre as ruínas dos sonhadores, a chuva fina caía, caía a chuva sugerindo poesia, contrariando a melancolia; caía também a chuva naquela rua deserta, fixando no chão as folhas secas que o vento havia deixado ali.
Havia pois, sob um céu cinzento, o vento soprado e ali tais folhas deixado; mas entendeu o meu coração, que não se tratava de um desalento. Ah, o meu coração, que de tantas guerras já foi terra; ah, o meu coração, que já sentiu o ardor do fogo e o aconchego da inocência... ah, o meu coração, o meu coração que de tantas guerras já foi terra, agora é o templo de onde observo sereno.
Enquanto o vento leva folhas secas pelo chão, o tempo passa sem tréguas, soprando os dias que se vão. Nem tudo sai do modo como gostaríamos, mas há o sério risco de sermos surpreendidos por algo melhor.Copyrights © 2018 por Jorge Fernandes
Direitos autorais reservados com registro na CBL. Proibida a reprodução total ou parcial sem a permissão do autor.
O TEMPLO E AS ESTAÇÕES
Esta é uma obra fictícia original. Qualquer semelhança com fatos, locais, personagens ou instituições, é mera coincidência. Os direitos autorais estão reservados com registro na CBL. Proibida a reprodução total ou parcial sem a permissão do autor.
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O temploce as estações (história completa)
PoetryContos, poemas e frases reflexivas.