Remorso

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     É só mais um dia normal em Quesadilla se não fosse pela chuva, porque apesar da temperatura diversificada na cidade, parece nunca chover.

     E Cellbit adora o chuvisco, abafa o som de todo o resto, fica escuro e geladinho. O problema é que nem sempre o chuvisco traz só coisas boas, as vezes, ele traz tempestades. Tempestades não abafam o som, elas mesmas o produzem.

     Assim que um trovão é ouvido, as orelhas do loiro descem, mostrando seu susto. Ele se enrola no cobertor apenas com a esperança de conseguir dormir e só acordar quando a tempestade acabar.

     Quando seus olhos se abrem, ele se pergunta se seu desejo foi realizada ou se só teve um pesadelo, mas as poças visíveis da janela sanam suas dúvidas.

     Toc toc.

     Cellbit já sabe quem é. Ele se espreguiça e abre a porta, seu ex/melhor amigo/colega de apartamento dá a volta para o maior passar, eles nem fazem mais questão de se cumprimentar. É rotina Forever bater na porta para avisar quando saiu do banheiro porque o quarto deles não tem um. Antes de ir, o mais novo se direciona mais uma vez para o mais velho.

     — tá tudo bem?

     Eles se arrumam e vão todos juntos no carro dos moços: Mike dirigindo, Pac do lado, Forever e Cellbit nas janelas e Richas no meio. No começo era muito complicado decidir quem ia ter que pegar o ônibus para a escola pela família ter 6 pessoas, mas por Felps ser meio turista na escola, deixou de ser um problema.

     Richas se despede dos outros que vão até a própria escola, depois às suas devidas salas.

     Depois do terror que Forever e Cellbit fizeram juntos no semestre passado, o loiro escuro foi transferido para a outra sala, o que no começo foi bom por poder estar com... alguém, mas eles se afastaram e apesar de ter seus colegas lá, sente falta da energia da outra turma.

     A professora chega e todos arrumam suas mesas de volta para o lugar e a aula começa. Durante ela, sorrateiramente um moreno se esgueira pelo fundo da sala até a professora chamar sua atenção: "Roier! Pode voltar mocinho, para a coordenação". A sala toda ri e em especial é possível escutar "es un pendejo" por Quackity.

     A aula continua e ao fim dela, outro professor anuncia:

     — Façam esse trabalho para me entregar dia 08, mas é em dupla. — alguns sussurros dos alunos formando suas duplas já fixas é produzido até o professor os cortar — eu quem escolho.

     E vários múrmuros de reclamações começam.

O loiro até que fica tranquilo de cair com qualquer um. Seria legal fazer com Bad, Jaiden ou Quackity, com todos na verdade, havia apenas uma pessoa que o híbrido não queria fazer com.

     — Cellbit e Roier. — o professor profere

     O loiro está desacreditado, o professor deve fazer de propósito, não? Ele sente um cutuco.

     — ei, qualquer coisa eu bato nele. — Quackity diz fazendo Cellbit rir

     — claro.

     O intervalo começa e Cellbit sai direto da sala em direção a mesa que se senta a favela 5 - o apelido começou quando havia um trabalho que precisavam nomear seus times, e como os brs da escola, decidiram usar o nome.

     — e aí Cellbinho? — Forever cumprimenta e os outros também

     — porra. — é a única coisa que o outro fala e ele joga os braços na mesa e esconde seu rosto neles em seguida

     — eita que alguém não teve um dia bom... — pac diz e Mike concorda:

     — tomou café?

     — chega de café. — Forever imediatamente repreende

     — tem razão, preciso de um café — e sai, deixando um Forever puto e os moços se desculpando.

     O loiro se dirige a bancada que vende alguns lanches que a escola não disponibiliza gratuitamente e ele pede um café, quando vai pagar, uma mão passa mais rápido e dá seu próprio dinheiro no lugar.

     — para compensar o suco que me deu na educação física — Quackity sorri — sua cara está horrível, dormiu mal?

     — Obrigado, — cellbit pega o café — é, não sou fã de tempestades.

     — Eh? Você tem medinho?

     O maior empurra o ombro do outro e eles riem, ambos caminham juntos por um tempo em silêncio até chegarem debaixo das escadas da quadra.

Cellbit coloca o copo no chão e puxa o mais novo para perto que o beija, e eles passam o resto do intervalo com algumas mãos bobas.

     Depois de seu último término, Quackity sempre foi próximo de Cellbit, mas eles se aproximaram. E eles concordaram em dar uns beijos escondidos depois da primeira vez, sem cobrança.
— talvez fosse melhor eu ir — Quackity diz se pondo no colo do loiro
— claro. — Cellbit sela o nariz de Quackity que sorri e se levanta, indo e deixando o loiro com seu café pela metade - tinha que tomar antes que esfriasse - e uma boca rosada

     A tarde estava quente e Forever e Cellbit estavam com o ar-condicionado no mínimo, a TV ligada jogando algum jogo de corrida juntos e o mais alto bate na cama quando ganha.

     — gg — Forever levanta o controle na direção do outro que sorri enquanto troca o jogo

     — finalmente — ele finge um choro

     — aê! — O menor chama atenção — você não quer descansar?

     Cellbit pensa bem, ele se mexe um pouco e deita a cabeça no colo de Forever e finalmente diz:

     — não. Tava muito ansioso pelo segundo jogo.

     Eles riem. Forever fica mexendo no celular, de vez em quando assistindo a gameplay do mais velho e perguntando algumas coisas, apesar de tudo, sempre está fazendo um cafuné entre as orelhas do loiro enquanto sua cauda se mexe de um lado a outro dependendo do que acontece enquanto joga.

     Cellbit, por outro lado, só pensa em uma coisa. E ele está jogando e é um jogo que espera há tempos, então por que só consegue pensar nele? Ele já devia ter superado, e já devia ter aceitado o fato de ter que fazer o trabalho com ele.

     — Cellbo, to começando a ficar preocupado.
     Cellbit percebe que ele se enrolou todinho no amigo, e as vezes ele mesmo estranha o quanto sua guarda baixa quando está com o outro loiro.

     — foi mal. Já vou! Tenho que resolver uns negócios.

     — o quê? A gente precisa conversar.

     — realmente não é nada, Forever. Joga aí — ele joga o controle para Ever que só pega para não acerta-lo.

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     — Façam esse trabalho para me entregar dia 08, mas é em dupla — o professor começa
     Jaiden e Roier se entreolham com um sorriso entendido por ambas as partes, seus olhos quase brilhando.
     — eu que escolho — e o professor termina
     — NO MAMES — os dois resmungam juntos e seus amigos riem

Gatinho? - Guapoduo AUOnde histórias criam vida. Descubra agora