IGOR - Amor cigano (Spin-Off)

Capítulo 3Mi

Oláaaa meus amores, vamos de maratona de capítulo? Haha <3

Mia

Enquanto caminhávamos de volta para a escola, meus passos seguiam o ritmo acelerado das batidas do meu coração. O ambiente ao nosso redor parecia envolto em uma aura mágica, como se o mundo tivesse pausado para observar a minha jornada e a do Igor de dar um enterro digno ao senhor sapo. Os raios de sol irradiavam uma luminosidade dourada, filtrando-se pelas folhas das árvores do parque e criando padrões de sombra hipnotizantes no caminho à nossa frente. A todo momento, os meus olhos se fixavam no meu novo colega de classe, cuja presença era magnética. Seus traços ciganos, de um brasileiro de muita personalidade, destacavam-se em meio à paisagem, cativando minha atenção de uma maneira única. Seus olhos verdes eram verdadeiros oásis de puro mistério, revelando uma profundidade desconhecida.

Cada vez que o meu olhar se cruzava com o do Igor, meu Deus! Eu flutuava entre as nuvens sem tirar os pés do chão, como se estivéssemos compartilhando segredos profundos sem dizer uma única palavra. O vento brincava com seus cabelos longos, que caíam feito uma cascata sobre seus ombros e desciam trilhando um caminho negro pelas costas. Cada fio parecia estar perfeitamente posicionado, como se o próprio vento tivesse se apaixonado pela sua beleza e decidido acariciar cada madeixa.

Caramba! Igor Rivera era realmente gato.

Enquanto o observava discretamente pelo canto dos olhos, um leve sorriso se formava em meus lábios, apreciando a liberdade que emanava de seu visual cigano e de sua alma inquieta. Havia tanta coisa escondida por trás daquele olhar arredio, e eu queria descobrir cada uma delas, mesmo sabendo que não devia. Afinal, o pai do Igor era o chefe da máfia, a figura mais poderosa da Colômbia, o que fazia dele e de todos os membros da família Rivera intocáveis. Tanto que há três anos o pai do Igor, Heros, e o irmão dele, Blade, quase mataram o meu pai em uma emboscada e não deu em nada, mesmo o meu pai sendo o delegado da cidade.

Na verdade, o meu pai era o único membro da lei honesto em Medelín. Mas, apesar de todos os seus esforços para fazer justiça pelo que fizeram com ele, nunca deu em nada e a denúncia do ataque sofrido nem chegou a ser protocolada no fórum. A única coisa que sobrou disso tudo foi uma cicatriz enorme no rosto do delegado Arantes e um ódio mortal da máfia colombiana que crescia dentro dele e destruía tudo e todos à sua volta. Inclusive a mim, sua única filha. Ele lutava sozinho com sua sede de justiça contra um exército enorme de bandidos naquela maldita cidade, fosse na máfia ou entre os próprios colegas de trabalho que se escondiam atrás das fardas e ternos caros nos tribunais, mas eram muito bem pagos com dinheiro sujo para se fazerem de cegos e manterem a boca fechada.

Não era à toa que Medelín era conhecida como a capital mundial do crime, e as últimas três gerações dos Rivera tinham grande culpa nisso. Afinal, eles comandavam o maior cartel de drogas da América Latina, acumulando uma fortuna sem fim. Eram, sem sombra de dúvida, a família mais rica e poderosa da Colômbia. Igor e eu vivíamos em mundos completamente diferentes, onde nossos pais se odiavam e nós dois não deveríamos nem olhar um para o outro. Mas como resistir a todo o charme cigano daquele garoto? O brinco de cruz pendurado na sua orelha era um símbolo de sua ousadia e rebeldia. Ele parecia desafiar todas as convenções, rejeitando as amarras do mundo ao seu redor.

Era como se a cruz representasse não apenas um adorno, mas uma declaração de que Igor Rivera estava disposto a enfrentar qualquer desafio que a vida lhe apresentasse, independentemente das consequências.

E naquele momento eu quis ser o seu maior desafio.

— Por que está me olhando assim, garota de All Star vermelho? — Franziu o cenho desconfiado enquanto continuávamos nossa caminhada de volta ao colégio.