Capítulo 53

185K 8.4K 1K
                                    

Saímos da sala do médico em silêncio.Não tínhamos palavras para esse momento em que estamos passando,o meu vagabundo está dormindo por um tempo que eu não sei o quanto vai durar.

-Mu,você precisa voltar pra comunidade,alguém tem que cuidar do morro.-falei para o Mu,que estava largado no sofá da sala de espera.

-O Magrin tá lá.-Mu deu de ombros.

-Mais você é o braço direto do Lorenzo,é você que tem ficar no comando!-o encarei.

-Beleza.To vazando só por que você tem razão.-Mu beijou minha testa.

-Acho que vou embora com você,quero tomar um banho.-Rafa disse ao Mu.

-Vai deixar a Agnes sozinha?-Mu a encarou.

-Não tem problema,eu vou ficar bem Mu.-falei.

-Então tá,qualquer coisa me liga.-Mu saiu em direção ao corredor indo embora.

-Tchau Agnes.Depois eu volta.-Rafa acenou e seguiu o Mu.

-É,agora é só eu e você filhinho,para esperar o papai acordar.-falei sozinha alisando minha barriga.

Me sentei no sofá,e fiquei fitando o teto.O médico não apareceu para me dar nenhuma notícia sobre meu vagabundo,e isso me deixava muito aflita.

Acabei dormindo naquele sofá toda desconfortável,e acordei com alguém me cutucando.

-Sou eu Agnes.-olhei assustada para o Magrin.

-Oi.-falei passando as mãos no cabelo,tentando arrumar a bagunça em que ele se encontrava.

-O Mu contou sobre o estado do patrão.-Magrin sentou ao meu lado no sofá.-Fica tranquila,que aquele moleque vai ficar bem logo,viu?

-Eu acredito nisso.-senti meus olhos se encherem d'água e Magrin me puxou para si,me envolvendo em seus braços,e me apertando forte.

-Licença!?-me soltei do Magrin e olhei em direção de onde a voz veio.-Vocês já podem ver o Lorenzo Laris.

-Ai meu Deus,eu não aguentava mais esperar por isso.-me levantei do sofá rapidamente e olhei para o Magrin que continuava sentado.-Você não vem?

-Acho melhor eu ir,quando ele acordar eu venho ver ele.-Magrin se levantou e beijou minha bochecha.

Olhei para o médico e ele fez sinal para que o seguisse.Entramos por um corredor e depois de passarmos por umas cinco portas,ele finalmente parou em frente a uma,e abriu.Senti meu coração bater mais forte ao entrar no quarto,e ver meu vagabundo cheio de aparelhos,chorei.

-Vou deixar vocês a sós,qualquer coisa é só apertar aquele botãozinho perto da cama.-o médico apontou e saiu do quarto.

-Meu vagabundo vê se acorda logo.-segurei a mão do Lorenzo e o mesmo continuava intacto deitado naquela cama.-Fiquei morrendo de medo de te perder,logo agora que eu preciso tanto de você meu amor,você e nosso filhinho é tudo o que eu tenho agora.-passei a mão em seu rosto-Vagabundo,se você está me escutando,aperta minha mão.-infelizmente ele não fez nada.

Deitei ao seu lado,na pequena cama e encostei minha cabeça em seu peito.Chorei baixinho,e sozinha.Chorei por ele estar ali,sem nenhum movimento e consciência.Chorei por não conseguir impedi-lo de sair de casa e por não ter nada a fazer para ajuda-lo.

*****************************************************************************************************

Acabei dormindo entre o choro,e só acordei quando o sol invadia o quarto.Me levantei da cama desajeitamente com dores no corpo por dormir toda torta em uma cama pequena e fechei a cortina.Em seguida,me sentei em uma poltrona que havia ali no quarto e fiquei observando meu vagabundo dormindo.E como é lindo.Aquele moreno,fortinho ainda tem muito o que viver.

-Licença.-uma enfermeira bateu na porta do quarto e entrou.-Como ele passou a noite?

-Pelo estado em que ele está,eu acho que bem.-falei forçando um sorriso.

A enfermeira sorriu e andou em direção ao meu vagabundo.Ela pegou uma seringa que trazia em mãos,e aplicou algum remédio no braço do meu Lorenzo,que não fez movimento algum.

-Se precisar de alguma coisa,é só nos chamar,ok?-a enfermeira saiu do quarto antes mesmo que eu pudesse responder.

Me levantei da poltrona e fui até o Lorenzo.Segurei sua mão,e fiquei o observando.

A dama e o vagabundoWhere stories live. Discover now