Cap 1

34.9K 1.2K 151
                                    

São Paulo,11:45 da manhã
Victoria Gaspar

Morrendo,o que eu estou agora.

Acabei de sair do colégio já indo direto pedindo um Uber,tenho que ir ao trabalho.

O bom é que não e tão longe,mais zero condições de ir andando com os pés inchados e num calor desses.

Entrei dentro do Uber sentindo o ar condicionado no meu rosto ah,que alívio.

Dei bom dia e o resto do caminho foi em silêncio.

Trabalho em uma loja de roupas.

Ainda não fechei meus 18,pretendo ter o emprego fixo assim que completar.

Minha família tem uma condição de vida até que razoável,porém não quero depender de ninguém.

Sempre gostei de ter tudo do meu jeitinho casa,roupas,tudo,mesmo sendo bastante mimada por eles.

Eu tenho ajuda do meu pai em questão financeira,eu agradeço muito a ele.

Eu trabalho aqui desde os 15,mas eu era apenas ajudante de vez em quando,a loja é da mãe de uma amiga e quando ela precisava de nós duas ela chamava pará ajuda-lá. porém não estava nos meus planos engravidar por agora então eu tive que viver nessa rotina corrida que vivo hoje.

Descobri minha gravidez a dois mêses,já estava com três mêses.

Quando eu descobri eu surtei,achei que tinha acabado com minha vida.

Eu já morava sozinha e já tinha minhas coisas,então não tive o trabalho de ser peso para ninguém.

Sei que eu não vou conseguir trabalhar por muito tempo,Jajá completo meus seis mêses.

O pai do meu bebê?não tenho contato,só fiquei com ele uma vez, inclusive,o meu primeiro e único homem.

Eu tava bêbada,mais sóbria o suficiente pra lembrar do rosto do homem.

Eu até tentei ir atrás dele pra falar que estava grávida, mas quando descobri de quem se tratava,desisti.

Descobri que o homem era casado,ainda por cima jogador de futebol.

Poupei meu filho de ser rejeitado ainda na barriga, porque óbvio que isso iria acontecer, então deixei de lado.

Amor e carinho não falta pro meu filho,ou filha.

Sai dos meus pensamentos com o moço falando que já chegou,pago e desço do carro,vou direto pra dentro da loja.

-Bom dia-falo assim que entro na loja.

-bom dia,Vic. Como você tá?-pergunta Thais,gerente da loja.

-tô bem,e voc-não termino de falar pois uma garota pula em cima de mim.

-garota,iai,como que tá minha sobrinha?-fala Maria Luiza me fazendo rir.

Maria Luiza é filha da dona daqui,ela sempre vem pra cá pra me fazer companhia.

-já falei pra você que vai ser um menino,se toca Maria Luiza.-fala Yuri.

Yuri trabalha aqui também,na parte masculina,nos três somos bastante amigos,o trio ternura.

-se manca você Yuri,eu hein,vai vim uma mini Vic né titia?-falou se abaixado e beijando minha barriga fazendo voz de criança me fazendo rir.

Esses momentos são únicos pra mim,eu amo.

-vamos trabalhar né?e deixar pra conversar outra hora.-falei indo até o banheiro dos funcionários e me trocando.

Voltei até o balcão e o resto da nossa tarde foi resumida em fofoca.

Seis e meia da noite.

Liberdade cantou. Acabei de sair do trabalho e fui em direção ao carro que estava me esperando.

-Oi tia-falei colocando meu cinto de segurança

-oi minha princesa. Como foi o trabalho?-fala a mulher loira dando partida em direção a casa dela

-cansativo,mas sei que esse cansaço vai valer a pena–falo alisando a minha barriga.

-acho muito legal você querer trabalhar pra ter suas coisas e ver que nada vem tão fácil assim,mas agora você está grávida e deveria repousar e aproveitar esse momento,a gente te ajudaria em tudo-fala me fazendo jogar a cabeça pra trás,e lá vem ela.

-eu aproveito cada segundo da minha gravidez tia,e eu agradeço a vocês por quererem me ajudar,mas no momento certo eu irei parar de trabalhar e fazer esforço,ok?–falo tentando colocar um ponto final nisso.

O resto do caminho foi um silêncio,porém um silêncio confortável.

Ao chegar no seu apartamento dou de cara com uma branquela dos olhos azuis de dois anos correndo em minha direção.

-vivi-fala Catarina,filha da minha tia

-oi cat- pego a garota no colo dando um abraço forte e enchendo ela de beijos.

-neném,vivi- fala apontando pra minha barriga,dou um sorriso levantando minha blusa deixando minha barriga a mostra fazendo ela dar um pulo do meu colo e ir alisar e beijar minha barriga.

Quebra de tempo.

Estava eu,Tia Marina e Catarina assistindo um filme.

Catarina já tinha capotado em cima da minha barriga,que tava bem grande por causa da comida,e por causa do neném é óbvio.

-quando vai procurar ele Vic?-respirei fundo já sabendo do que se tratava

-não vou procurar ele tia,não dá .-falo tentando encerrar o assunto,é totalmente desconfortável

-não pode esconder pra sempre Victoria. Ele é o pai,ele tem direito-fala

-não tia,ele não é,ele nem lembra do meu rosto. Porque insiste tanto nisso?a resposta que ele vai dar eu já sei,então nem insisto em ir atrás-falo já sem paciência desse assunto

-não importa,Victoria,pensa no seu filho que vai crescer sem um pai por perto por conta de orgulho seu. crescer sem presença paterna é horrível,seu filho vai sempre chegar em casa perguntando sobre o pai e nessa hora você vai se questionar do porque não ter mudado isso.-fala se levantado e pegando a Catarina no braço indo pro quarto

Balancei a cabeça em negação e voltei a assistir e comer meu Doritos com Nutella já que esse assunto havia me dado uma fome,uma delícia.

Meu acaso|Richard Rios Where stories live. Discover now