CAPITULO 2

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EVANGELINE
 

        -NÃOOOOOO!

        Acordei sobressaltada.

            Sem conseguir respirar.

            Olhei ao redor, procurando saber onde me encontrava.

              Somente quando vi a claridade do lado de fora entrando pela varanda, que consegui raciocinar. Me obrigando e pensar novamente.

             Até me dar conta que estava no quarto que segundo eles era meu.

             O quarto era grande. Contava com paredes na cor cinza-azulado ,com entalhes em dourado. Uma cama enorme que me fazia parecer minúscula, embora para a maioria das pessoas eu fosse bastante alta. Também contava com uma escrivaninha e um guarda roupas na cor marrom, e uma varanda com uma vista espetacular.

            Com meu corpo completamente suado, e ofegante. Tentei fazer com que o ar circula-se por meus pulmões, mais parecia impossível.

            Senti como se estivesse com uma bola presa na minha garganta me impedindo de respirar.

           - Foi só um pesadelo- sussurrei ofegante.

             Mais eu sabia que aquilo não tinha sido só um pesadelo. Sabia a verdade por trás daqueles pesadelos.

             O quanto eles eram reais.

             O quanto foram reais.

             O que realmente tinha acontecido.

             Tentei respirar, mas uma vez. E comecei a contar...

             Um, dois, três....

              Me pergunto se algum dia isso vai parar. Os pesadelos a noite, me impedindo de dormir. Ou se vão se tornar uma presença constante.

Mais já estou trabalhando nisso. Isso não vai durar muito tempo.

             Ainda ofegante, procurei equilibrar-me na cama e me sentei, quando estava prestes a me levantar, ouvi um barulho perto da porta.

            Foi quando passei minha mão por baixa do travesseiro e puxei de lá uma adaga. E foi quando me levantei, a procura do responsável pelo barulho , que uma voz ecoou do outro lado da porta.

           -Senhorita, precisa de alguma coisa?- perguntou.

            Somente quando soube identificar quem era a pessoa do outro lado da  porta que pude relaxar a mão que agora estava empunhando uma pequena adaga.

            A cor do cabo da adaga era negro, assim como a lâmina que foi feito por um metal precioso. E contava com alguns detalhes pratas na superfície.

            Sei que deve parecer estranho dormir com alguma arma embaixo do travesseiro, mas quando se passa uma vida inteira sendo ameaçada, e vítima de assassinos enquanto durmo, se faz necessário.

           Como ainda não tinha respondido a pessoa do outro lado da porta, ela falou novamente.

            -senhorita, sinto muito estar a incomodando nesse horário, mas e que ouvi alguns barulhos, e vim verificar , cê se encontra bem?- perguntou novamente.

             Penso em me manter em silêncio e ignora-la. Mais sei que no momento não deve ser possível.

              Mary virou minha empregada pessoal assim que cheguei no ducado a mando do Duque. Primeiro eu desconfiei dela, achando que era mais alguns do muitos assassinos que foram enviados para me matar. Ou que fizesse parte de algum plano do Duque para me descartar.

              Mais uma coisa era certa naquela época, se eles quisessem me matar, teriam feito sem precisar se preocupar muito. Diante o histórico de maus tratos dos empregados, de quando ainda morava no palácio. Embora a partir do momento em que assumi, eles iriam ter trabalho.

             Demorou um tempo para me acostumar com ela, e mais tempo ainda para me acostumar com o Duque, e a morar no norte.

              Mas com o passar do tempo passei a confiar um pouco mais nela. Por isso era difícil ignora-la , quando ela me era tão legal.

             E foi por isso só por isso, que guardei a adaga embaixo do travesseiro novamente, e respondi:

           - Está tudo bem Mary, foi só um pesadelo.- respondi.

            Pois sei que quando se trata dos pesadelos ela não faria perguntas.

            Após um mês da minha chegada no Norte. Os pesadelos começaram a aparecer, e eu acordava toda noite aos gritos completamente suada, e em desespero. Isso quando conseguia dormir.

             E embora já tenha se passado 3 anos desde que cheguei, os pesadelos não cessaram, pelo contrário com o passar do tempo ficaram mais frequentes. Diminuindo assim minhas poucas horas de sono.

            Havia momentos e claro em que meu corpo não suportava e acabava desabando me obrigando descansar.

            -entendo, então irei me retirar se precisar de alguma coisa me chame- disse.

             - obrigada pela preocupação Mary, mas já está tudo bem. Preciso que prepare meu banho, pois irei sair nesse momento. E separe as minhas roupas pois irei ao campo de treinamento.

            - sim, senhorita- disse ela e vi por baixo da porta, quando ela se afastou.

               Em qualquer ocasião, Mary teria sido uma ótima amiga para mim. Mais infelizmente perdi a capacidade de confiar alguém.

       
         
                    

Herdeira do Caos- PROFECIADove le storie prendono vita. Scoprilo ora