08: Eu Amo Você.

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Já era noite, e após grande insistência do mais baixo, Sunghoon lhe deixou sozinho, novamente para dar voltas sem rumo na cidade enquanto Sunoo estava com Niki.

Sunghoon torcia para que aquela fosse a última vez que ele precisasse fazer aquilo e que tudo desse certo; e Sunoo voltasse a ser saudável e feliz, como antes.

O de cabelos amarronzados não aceitava a ideia de fazer a cirurgia, ele realmente preferia morrer à esquecer dos sentimentos que Niki o proporcionava; era trágico. E talvez ingenuidade.

Mesmo que por poucos minutos, os lábios de Niki não saíam do psíquico de Sunoo. Foi a sensação mais formidável que ele havia sentido em sua vida. O que ele mais desejava era senti-los novamente.

Ele sentia que seu fim estava próximo; já havia ligado para toda sua família e amigos para dizer que os amava.

Então sentado no primeiro degrau da escada, Sunoo chorava, chorava tanto que sentia seus pulmões se apertarem. A falta de ar era seu maior problema; muitas vezes engasgava, tentando puxar oxigênio.

Ele não queria morrer, muito menos por um sentimento tão puro, um sentimento que deveria lhe trazer felicidade. Mas ele sentia que iria morrer.

Sunoo então, se lembrou da jaqueta de Niki que ele havia esquecido de devolver por vergonha; afinal, ela estava na metade do tamanho original.

Com as mãos e pernas trêmulas, e corpo suado, ele subiu as escadas se apoiando no corrimão para não cair. Seu batimento cardíaco estava fraco; ele estava completamente fraco.

Chegando em seu quarto, culpando suas pernas por estarem lhe traindo, se jogou na cama, onde agarrou a jaqueta que já estava ali em cima, havia dormido com ela.

Mesmo que o cheiro do mais novo já não estivesse mais presente após ser lavada, bastava Sumoo saber que pertencia a ele, fazia seu coração se esquentar, e doer.

— Ah Niki, não quero morrer sem você saber que te amo... — ele sussurrou tão baixo, que mesmo se alguém estivesse ali ao seu lado, não escutaria.

Sunoo sentiu seu nariz entupir e os olhos arderem; logo, o silêncio do apartamento foi quebrado, foi preenchido por soluços, fungadas e sussurros. O jovem desesperado implorava pela vida, implorava por Niki.

Encolhido em posição fetal, ele chorou por vários minutos seguidos, mas logo se arrependeu quando sentiu as dores novamente. Sentiu seu peito apertar; o pulmão; coração; estômago e garganta, tudo doía. E ele sabia o motivo, já estava vendo o seu fim.

Ele havia pedido para Sunghoon sair, não por causa de Niki, mas sim por saber que iria morrer, não queria morrer nos braços de seu amigo. Não queria que ele carregasse essa imagem em sua cabeça. Preferiu então, morrer sozinho.

Ao sentir uma dor forte na garganta, ele praticamente pulou em desespero, sentindo suas veias do pescoço saltarem com tamanha dor. Pedaços de galhos começaram a sair de sua boca e cair na colcha branca, alguns maiores, outros nem tanto, mas a dor sim, era gigante.

Quando viu a cama, banhada em sangue, optou por ajoelhar-se no chão. Ele sabia que poderia ter feito uma cirurgia para reverter tudo aquilo mas não queria, de alguma maneira ele sentia que não deveria fazer.

Ele não queria esquecer dos olhos redondos, do sorriso doce, da pintinha no queixo e na constelação de pintinhas que ele tinha nas costas, dos cabelos loiros com pontas escuras, do cheiro fresco do perfume dele. Não queria se esquecer de Riki.

Sunoo tinha buquês, galhos e espinhos sendo expelidos de sua boca e caindo ao chão. Em meio às pausas do vômito, ele tossia forte e também gritava de dor. Sentia que nem mesmo aquele isolamento, impediria que o prédio ouvisse.

HIGANBANA | sunkiWhere stories live. Discover now