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Ajeito meu facão e observo o sol se por pela janela da picape, olho para o banco da frente e vejo o tenente coronel Dantas focado na estrada

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Ajeito meu facão e observo o sol se por pela janela da picape, olho para o banco da frente e vejo o tenente coronel Dantas focado na estrada. Estamos à quatro dias dentro do Sertão, e seu humor não é dos melhores. Houve um assalto semana passada e os engraçadinhos fugiram pra cá, eles não pegaram um bom cabra para estar de plantão. Principalmente quando amanhã é aniversário da esposa do temido Tenente Coronel, o que fez ele resolver tudo com o ódio renovado. Tanto que ele deixou apenas um, que na velocidade que estamos passando pela estrada de terra vai dar tempo de chegar no hospital.

- O relatório é seu sargento Ramos - o sargento ao meu lado fechou os olhos concordando em silêncio, suspira errado que a morte é certa - Tu se vira com o verme da carroceria, Goiá.

- Sim senhor - Vitório parou o a picape em frente a casa do tenente coronel, que desceu sem dizer nada. Ainda uniformizado, o vimos se abaixar para agarrar os filhos sobe o olhar amoroso da esposa.

Saímos assim que ele entrou em sua casa.

- Dona Francisca e os filho são únicos que tira um sorriso daquele macho, ele não tira férias não?

- Só quando a esposa e os filhos estão - respondi e guardei meu facão avistando o hospital público - E sugiro que não fale sobre ele ou sua família, tenente coronel Dantas e mais perigoso que aquele batalhão inteirinho.

O vi engolir em seco e desci peguei o verme sem cuidado e joguei sobe a maca, meu irmão revirou os olhos quando me viu entrar na recepção.

- Porque não estou surpreso?

- Meu trabalho, sabe disso - ajeitei meu fuzil na frente do corpo - Tá bem?

- Sim, mainha falou pra tu ir comer lá - disse rindo e deu um soco em meu ombro - Ele tem uma surpresa pra tu.

- Não quero, com certeza é filha ou neta de alguma beata da igreja - tremi meu corpo inteiro - Deus me livre.

- Eu tenho tanta risada guardada quando tu se amarrar em um rabo de saia, que vou fazer questão de comprar seu terno.

- Conversa feia, viu Paulo cuida logo que tenho que dormir. Amanhã é aniversário da dona Francisca e o Dantas convidou a família, mainha e dona Dora são duas alcoviteiras.

- Pode ir, a civil chegou - sai dali indo direto pra casa, gosto de morar sozinha. Sai de casa aos dezoito anos quando entrei para o exército, depois me especializei como sniper. Fui subindo de patente até chegar a ser primeiro Sniper do batalhão, porém ainda não estava satisfeito. Pois era chamado poucas vezes, passei seis meses no BOPE, mais não era meu lugar. Foi então que em uma visita aos meus pais que vi a viatura do BEPI, depois fui abordado e em uma blitz e conversei com o recente tenente coronel Dantas.

Fiquei surpreso pois tenentes coronéis, não costumam fazer blitz ou rondas. Eles aparecem muitas das vezes em casos grandes, investigações que a mídia cobre. Voltei para Palmeirinha e fiz a prova, passei e vou falar pra tu. Nem no exército fui tão castigado quanto no treinamento dentro daquela Caatinga, ele me treinou e hoje sou o Sniper de confiança/ desconfiando do tenente coronel Dantas. Porque aquele ali desconfia até do ar que entra nos pulmões.

Entrei em casa e por ser Sniper posso estar com todo meu armamento, tenho dois cofres em casa. Mesmo cansado tomei um banho e dormi um pouco, acordei cinco horas depois suado e tomei outro banho. Olhei o relógio que marca quase onze da noite, me arrumei para ir no barzinho peguei o carro e não demorei a chegar. Estacionei e entrei, vi Gaspar cantando e sua família próximo ao palco acenei pra ele. Fui até o balcão e uma água, observei o local e avistei uma bonita. Levantei a sobrancelha e me virei para a atendente que me conhece, de longa data.

- O que ela está bebendo?

- Gin.

- Manda um drink pra ela - paguei e ela revirou os olhos - Não as obrigo, porém um homem precisa de carinho depois de quase uma semana no meio do mato.

Ela olhou para trás de mim e mais uma vez revirou os olhos.

- Minha nota pra você é, dó - ri tomando mais um gole da água e me virei vendo a mulher olhar pra mim, andei em direção a sua mesa e encostei os dedos em sua pele.

Ela sorriu e dançamos meia música, sem paciência para flertes. Fui gentil e paguei a conta da mesa e ela foi gentil me levando para sua casa, que é próxima dali. Passamos uma noite gostosa, confesso que faltou pique pra ela e que peguei pesado, pois ela pediu para parar. Era cinco e cinquenta da manhã quando sai da sua casa, coloquei meu distintivo no peito e ajeitei minha arma na calça.

Franzi o cenho ao ver um gato correndo e subindo em uma árvore de cajueiro, com algo na boca.

- GATO FI DA PESTE - me virei e paralisei ao ver o corpo delicioso em um baby doll minúsculo andando rápido - Não fique aí parado macho, pegue aquele gato!

- O que? - ela parou a minha frente com os cabelos grandes cheios de cachos quase cobrindo os olhos, o rosto parecendo uma boneca. Os seios enormes acompanhados de uma barriga com linhas que fez minha boca salivar, o short do baby doll minúsculo deixa pouco para a imaginação.

- Me ajude macho! - agarrou meu pulso e parece que minha alma tremeu - Aquele gato safado roubou meu sutiã de renda, vi seu distintivo. Quero que prenda ele!

- Quer que eu prensa um gato?

- Lógico! Ele é um ladrãozinho horas - apontou e vi o gato deitado sobre seu sutiã - Esse pervertido deve ser preso, e julgado.

- A senhorita sabe que horas são? - me soltei dela cruzando os braços e ela revirou os olhos colocando as mãos na cintura - Olha as vestimentas da senhorita, é perigoso. Seu marido não deveria lhe deixar sair assim.

- Agora pronto! Eu lá preciso de um cabra que coça o saco o dia inteiro, que não sabe lavar a cueca cheia de freada? - tentei falar mas ela não deixou - É policial certo?

- Sim.

- Ótimo, nesse momento uma cidadã está solicitando seus serviços. Prenda o gato pervertido que roubou minha roupa íntima, vai - apontou para o cajueiro e o gato não estava mais lá - Meleca mesmo, que tipo de policial tu é?

Saiu rebolando aquele traseiro enorme, e o baby doll minúsculo se esforçando a tampar aquilo tudo.

- Moça, qual seu nome?

- Não interessa - corri até ela parando a sua frente.

- Sou Sniper do BEPI..

- Grande bosta, foi imprestável seus serviços - tentou passar porém não deixei - Minha paciência é mais curta que minha unha, que nem tenho!

- Seu nome! - a dor me fez curvar e cair de joelhos - Porra!

- Não dou uma porra, que tu vá pra baixo da égua com teu Sniper do cacete murcho!

Quando me recuperei ela já tinha ido, olhei pra frente vendo o gato perto com o bendito sutiã. Fui rápido e peguei o gato.

- Vamos ter uma conversa - ele soltou a peça e sorri - Me mostra onde aquela bonequinha mora, e eu te adoto. Logo vai ter uma mamãe também - miou e sorri - Muito bom filho, vamos pra casa.












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G O I Á ( Degustação )Where stories live. Discover now