Capítulo 15 - O que está acontecendo?

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|| Beatriz Alves Leblon ||

Olhei em meu relógio de pulso e vi que já se passavam da três da tarde.

Deixei um bocejo escapar sentindo meus olhos pesarem, provavelmente por não ter tido uma boa noite de sono.

Estava terminando de organizar algumas burocracias do evento com Tia Janete, enviando alguns e-mails e fazendo algumas anotações.

— As horas voam. — disse Tia Janete, enquanto folheava alguns papéis em sua frente, verificando alguma documentação.

— Demais. — falei concordando enquanto terminava de enviar um e-mail pelo celular.

— Tem compromisso pra mais tarde? Se não tiver, vamos jantar lá em casa. — falou e eu fechei os olhos rapidamente, tentando pensar numa desculpa.

— Na verdade, tenho um encontro. — falei baixinho já sabendo que eu não conseguiria mentir pra Tia Janete.

Vi a mesma parar o que estava fazendo e subir os óculos até o topo da cabeça com um sorriso nos lábios.

— E quando pretendia me contar? — perguntou, acertando um conjunto de papéis que segurava em meu braço.

— Ai, Tia. — falei, levando minha mão até o lugar. — Não falei porque é o primeiro encontro de verdade, não sei no que vai dar. — expliquei e vi ela cerrar os olhos, já sabendo que uma sequência de perguntas estavam por vir.

— Onde se conheceram?

— No meu turno da madrugada na cafeteria.

— Ele é da cidade?

— Não, está aqui a trabalho.

— Que tipo de trabalho?

— Na rodovia, ele é da PRF e está hospedado no Eco da Floresta também.

— E só se viram na cafeteria?

— Meu Deus, Tia. — falei rindo do interrogatório. — Não, tomamos um drink no bar do hotel.

— E só? — perguntou desconfiada.

— Por hoje chega de perguntas, né? Já sabe mais dele do que eu. — falei rindo.

— É bonitão? — perguntou, depois de alguns minutos em silêncio fazendo com que eu gargalhasse

— É sim, Tia. — falei por fim e ela riu, se dando por vencida nas perguntas.

— Toma cuidado, minha filha. Mas de resto, aproveita mesmo! — disse animada e eu sorri concordando. — Não quero te atrasar, vou só terminar de assinar essa documentação pra entregar a Clarisse e já vamos embora.

— Tudo bem, ainda é cedo. — falei dando de ombros.

— Mas não quero que deixe o policial bonitão esperando. — falou Tia Janete enquanto organizava os documentos em sua frente e eu olhei incrédula, completamente sem graça. — Vou procurar a Clarisse para entregar isso, pode ajeitar suas coisas que já já estamos indo.

Apenas balancei a cabeça concordando e fui organizar minhas coisas que estavam espalhadas pela mesa, verificando se havia pego tudo.

Não demorou muito até Tia Janete voltar e irmos em direção ao estacionamento.

Apertei o alarme destraçando o carro e abri a porta de trás, guardando minhas coisas lá.

— O que será que aconteceu pra aquele tanto de polícia estar na cidade, hein? — perguntou Tia Janete enquanto entrava no lado do passageiro.

Eu havia comentado o que tinha visto quando fui buscar nosso almoço e ela disse que também tinha visto porque eles passaram em frente ao local do evento fazendo o maior baralho e todos saíram para ver do que se tratava.

— Não faço ideia, mas espero que esteja tudo bem. — falei entrando no carro e colocando o cinto.

— A cidade é tão calma, mas nas últimas semanas só aconteceram tragédias. — disse Tia Janete.

— Também tô estranhando toda essa movimentação de polícia aqui, geralmente a que faz a guarda do evento começa vir chegando na cidade só na sexta-feira, né? — perguntei e ela balançou a cabeça concordando.

— Estou com um mal pressentimento.... — falou, enquanto levava sua mão até o coração e respirava fundo.

[...]

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⏰ Last updated: Dec 01, 2023 ⏰

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