• veintiseis

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Richard Ríos |

Entro no meu apartamento e suspiro

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Entro no meu apartamento e suspiro.

—Eu não vou desistir. —Sussurro.

—Não vai desistir de quê? —Maria aparece, de braços cruzados.

—Que susto, Maria.

—Responde, Richard.

—Estou pensando alto. —Digo, indo em direção ao quarto.

—Onde você estava? —Ela para em minha frente.

—Fui dar uma volta.

—Onde você estava?

—Acabei de falar, Maria.

—Foi dar uma volta aonde? Na casa da sua amante?

—O que você está falando?

—Você não vai me fazer de boba, Richard.

—Eu só fui dar uma volta, Maria. Apenas isso. —Saio de perto dela.

—Você não vai me deixar falando sozinha! —Grita.

—O que você quer ouvir da minha boca? 

—Eu quero saber onde e com quem você estava. —Grita novamente.

—Sozinho e na rua, Maria. E para de gritar porque já é meia noite.

—Eu grito a hora que eu quiser!

—Ótimo, daqui a pouco aparecem aqui na porta xingando você. —Vou para o quarto.

[...]

Acordo com a claridade invadindo a sala. Abro os olhos lentamente e vejo a Maria abrindo as cortinas.

—Será que você não percebeu que eu estava dormindo? —Digo sonolento.

—Ninguém mandou você dormir na sala.

Ah, que ótimo.

—Iremos almoçar em um restaurante com sua mãe hoje, então levante e se arrume.

—Ela não me avisou nada.

—Eu convidei hoje.

—Você a convidou sem ao menos me consultar?

—Richard, hoje é sábado, você está de folga e obrigatoriamente deve estar disponível para mim.

—Eu poderia ter feito outros planos. Não dá pra ficar marcando almoço sem pelo menos me consultar.

—Você já está avisado.

Não vamos chegar a lugar nenhum assim, só estamos perdendo tempo.

Pego meu celular e mando mensagem para a Helena, convidando ela para o almoço.

Não posso ficar sozinho com minha mãe e a Maria.

[...]

Chegamos no restaurante, e meus olhos se deparam com os dela. Cada dia mais linda.

Torci muito para poder encontrá-la aqui ou em algum momento na rua. 

Um dia sem ver ela é muito ruim.

Ela está na mesa da frente, concentrada em seu computador e almoçando.

Seu olhar não é mais o mesmo de quando ela olhava pra mim, não é mais o mesmo olhar de apaixonada. 

Parece que a cada dia que passa, sua raiva aumenta cada vez mais. Não a culpo por isso, tem toda razão, mas é horrível ficar sem ela.

Ela conseguiu mudar minha vida em questão de um mês. Mudou tudo, me tornou dependente dela.

—Richard!

—Oi, mãe.

—Em que você tanto pensa?

—Em algumas coisas que tenho que resolver.

—Algumas coisas, ou um assunto específico? —Maria pergunta.

—O que quer dizer com isso?

—Não é necessário ser dito se você já sabe.

—Será que podemos ter um almoço sem brigas, Maria? —Helena pergunta.

—Eu não disse nada demais.

—Relaxa, filha, nessas brigas o que mais tem é amor. —Minha mãe diz.

O que menos tem é amor, mãe.

—Olha, sogra, a psicóloga de quinta está aqui. —Maria revira os olhos.

—Aonde? —Minha mãe pergunta.

—Maria, por favor.

—Lá vem o Richard defender a queridinha dele. —Maria diz.

—Não é minha queridinha, Maria, mas você tem que ter respeito com ela.

—Respeito pelo o quê? A culpa não é minha se ela é uma psicóloga de quinta.

—Ela estudou 5 anos nessa profissão, é bem sucedida e não precisa do dinheiro de ninguém. Isso é ser psicóloga de quinta?

—O que temos a ver com os anos de estudo dela? —Minha mãe pergunta.

—Chega vocês duas. Vocês vieram almoçar ou falar mal da Raquel, que não fez absolutamente nada pra vocês? —Helena pergunta.

—Eu até perdi a fome. —Diz Maria. —Vamos, Richard.

—Foi você quem organizou esse almoço, você fica.

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Metade Do Seu Te Amo | Richard Ríos Where stories live. Discover now