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Abby, Los Angeles.                  1° Ato

Abro os olhos quando escuto passos pesados, mas o que?

Olho para o quarto e vejo a escuridão tomando o local, me sento e olho a porta da sacada aberta e o vento entrando deixando o lugar frio.

— Foi apenas a porta, Abby — sussurro pra mim mesma.

Me levanto rapidamente e sinto minhas coxas pegajosas e resmungo baixinho. Cinco dias, há exatos cinco dias que eu venho me tocando e é algo tão viciante e bom, incrivelmente bom, Dom sempre está nos meus pensamentos, e principalmente a cena do banheiro é o que mais passa na minha cabeça nessas horas.
É uma explosão de sentimentos, sabores e...ah, tudo.

Fecho a porta e escuto mais um barulho do lado de fora do quarto que me faz estremecer, o que está acontecendo? Seguro a barra do short, e calço as pantufas e caminho até a porta do quarto. Já faz dias que ando cheia de tarefas e não saio de casa, com isso não vejo Dominic e nem as meninas.

Mamãe não anda muito bem, sente dores de cabeça fortes, e até vomitou, e suas mudanças de humor repentinas estão deixando todos de cabelo em pé, papai disse que ela anda precisando descansar e que anda fazendo alguns exames no hospital, que com isso eu precisaria tomar conta de alguns assuntos das instituições que ela coordena.

É tudo estranho, uma enfermeira chegou ontem ontem para acompanhar a mamãe, e eu perguntei se estava tudo bem mesmo já que papai disse que ela só tinha que fazer alguns exames, e ela só disse que ela andava frágil e até tentou brincar dizendo que era a idade chegando.

Seguro a maçaneta da porta e paro quando escuto a porta do quarto dos meus pais abrindo.

— Eu estou bem, Benjamin — A voz baixa e fraca de mamãe surge ao longe.

— Não, eu sei que não está — me encolho quando escuto passos lentos pelo corredor — Já liguei para o médico, não adianta você tentar evitar isso — papai resmunga.

— Fale baixo — Mamãe sussurra e escuto os passo pela escada — Não quero Abby acordando e ficando preocupada atoa—.

— Não é preocupação atoa, você está escondendo algo que é do direito dela saber — ele aumenta o tom de voz.

— Eu estou bem e fale baixo — As vozes ficam cada vez mais baixas e longe .

Mordo o lábio inferior, e seguro a barra do short com mais força. Por que ela não me conta? É tão difícil contar que não está bem?.

Abro a porta devagar e sinto meu peito pesar, caminho até o corrimão e pouso minhas mãos na madeira polida, posso escutar cochichos, papai também me esconde coisas, e tenta encobrir mamãe de toda essa situação.

Olho para o hall, e vejo papai segurando a cintura da mamãe, enquanto seu rosto está apoiado em seu peito, ela ainda veste pijama e seu corpo está curvado, como se estivesse sentindo dor.

Papai está com o corpo ereto e segurando com força mamãe, e fala com uma empregada que está com o uniforme.

— Voltaremos de manhã, não será necessário contar a Abby — minha garganta se fecha e meu aperto no corrimão é maior.

— Sim, senhor — a empregada responde.

— Diga que precisamos sair mais cedo por conta do trabalho, caso não tenhamos voltado antes do café da manhã — papai manda e a empregada apenas assente — Vamo, Jane — ele fala e ajuda ela.

Eles caminham devagar até as portas principais, que são abertas para eles, e eu me afasto do corrimão e volto rápido até meu quarto, fecho a porta devagar e respiro com força.

Nefelibata Où les histoires vivent. Découvrez maintenant