Pacto de Sangue

Capítulo 10

Eu apenas fiquei deitada naquela cama esperando meu corpo responder aos meus comandos, nunca soube o real efeito de um vampiro tomando meu sangue. Mas a dúvida que mais dominou minha cabeça foi o fato de todas as vampiras desse castelo serem completamente diferentes dos outros que já cacei, elas pareciam mais humanas do que criaturas primitivas que invadiam as casas e matava as pessoas. Eu tinha tantas dúvidas para serem tiradas que não percebi que estava sentada na beirada da cama, meu corpo já havia retornado de vez, minha tranquilidade naquele quarto durou por pouco tempo quando escutei alguém bater na porta e logo vejo a mesma moça de mais cedo entrando no quarto com uma bandeja recheada de frutas.

— Sério? Você de novo? — Pergunto com raiva.

— Eu mesma, sentiu saudades de mim? — Ela pergunta com um sorriso no rosto. — A mestra me ordenou para trazer alguns aperitivos para você.

— A última vez que comi algo que você trouxe, eu acabei sendo dopada e agora estou aqui presa neste quarto. — Falo para ela.

— Mas veja pelo lado bom, agora você dorme em uma cama superconfortável, seus ferimentos foram tratados, veste roupas boas agora e também come do bom e do melhor! — Ela dizia enquanto colocava a bandeja em cima da cama. — Ah, antes que eu esqueça, ela também ordenou que lhe avisasse que todas suas refeições serão feitas no grande salão junto com ela!

— Simplesmente me mantém como prisioneira e agora ela quer jantar comigo? Dispenso. — Falo em tom provocativo.

— Desculpa, mas ela não fez um pedido e sim deu uma ordem e quando ela dá uma ordem, melhor obedecer na hora senão ela te dará uma punição... — Ela explica.

— Existe punição pior do que ela já beber meu sangue? — Pergunto.

— Acredite, conhecendo a mestra, eu creio que exista sim! — Ela mantinha um sorriso. — Agora irei deixar que coma tranquila, até depois!

Não deu tempo de perguntar outras coisas, ela rapidamente saiu do quarto me deixando sozinha outra vez, mas eu pude parar para pensar melhor já que a mestra delas queria minha presença para um jantar, essa seria minha chance para sair dali então o que me restava fazer era apenas esperar pelo jantar que ela tanto queria.
As horas foram se passando rapidamente até que vi pela janela que a noite já havia chego novamente, logo escutei batidas na porta anunciando a entrada da mesma moça de mais cedo outra vez, ela olha para mim e solta um sorriso e ao mesmo tempo ela fazia um sinal para que eu saísse do quarto, ando vagarosamente até ela, mas antes de sair.

— Eu não tenho outra escolha né? — Pergunto.

— Não, você não tem! — Ela solta de uma vez.

Bufo em derrota e saio do quarto, ela me acompanha logo atrás de mim e para minha surpresa havia outras quatro no corredor que também nos acompanharam só que elas estavam a minha volta, eu me senti sendo escoltadas por elas até o nosso destino. Enquanto elas me guiavam até o destino, eu pude analisar possíveis rotas de fuga, mas para o meu azar, tudo estava sendo completamente vigiado, aquele lugar estava infestado de vampiras e eu nunca havia visto uma concentração tão grande assim em um único lugar. Minha atenção acabou caindo nas duas que estavam na minha frente abrindo uma grande porta dupla, todas elas olharam para mim e pediram para eu entrar sozinha.

— Boa sorte. — Fala uma delas em tom provocativo.

Passo por elas enquanto as olhava com desaprovação e entro no salão, eu mal havia entrado e escutei um estrondo alto da porta se fechando, confesso que aquilo me assustou um pouco e eu não tinha muito o que fazer então apenas olhei em volta e admirei o quanto aquele salão era enorme e belo, ele era um lugar bem iluminado e cheio de detalhes de ouro, também havia muitos quadros e algumas armaduras antigas de soldados, por um momento rápido, minha atenção caiu sob uma grande mesa no centro, ela estava absurdamente lotada de comida, porém não havia ninguém sentado ali se aproveitando daquela comida toda.

— Está admirando o lugar? — Um sussurro se fez em meu ouvido.

Eu acabei me assustando com aquilo, me virei rapidamente enquanto tentava me afastar, porem eu acabei escorregando para trás, mas fui segurada antes que eu caísse no chão. Rapidamente identifiquei quem era e logo mudei minha expressão para séria.

— O que foi minha querida? — Ela perguntou com um sorriso no rosto. — Achei que estaria feliz em me ver.

Ela me segurava pela cintura um pouco forte e se negava a me soltar e logo se inclinou um pouco mais sob mim, acabamos ficando em uma posição igual a um passo de dança, eu meio que fui obrigada a soltar minha cabeça para trás deixando completamente livre para ela e em uma fração de segundos eu pude sentir seus lábios passando pelo meu pescoço.

— Queria poder beber mais um pouco... — Ela sussurrou.

Sua voz estava diferente, ela não estava falando em um tom sério como antes, agora ela tinha uma voz sedutora e cheia de malícia. Ao ouvir ela de um jeito diferente meio que fez um arrepio percorrer meu corpo inteiro, meu coração havia acelerado igualmente como a minha respiração.

— Mas acho que isso pode ficar para outra hora... — Ela sussurra novamente.

Em um movimento brusco ela me puxa para cima e faz com que nossos corpos ficassem colados e nossos lábios a centímetros um do outro, ela mantinha um sorriso pequeno e seus olhos passaram a brilhar fortemente em dourado, eu percebia que eles alternavam de meus olhos para minha boca várias vezes, eu também pude sentir suas mãos apertarem algumas vezes a minha cintura. Vi uma de suas mãos subindo até que segurou meu rosto delicadamente e logo começou a fazer pequenas carícias, ela pegou uma mecha de cabelo que estava solta e a pós atrás de minha orelha e em seguida segurou meu queixo e se aproximou mais um pouco.

— Acho que já chega por agora... — Ela sussurra me soltando. — Sente-se para sua refeição!