DAQUELAS SEQUELAS

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Tu não te lembras, jamais esqueci

Da tarde em que ristes de mim

Tinhas os olhos cheios d'água

Implorando por desculpas

Tua atuação ruim


Não me esqueço, não queres lembrar

Da piada repetida de amar e perdoar

Eu assumi tua culpa e sumi

Dentro da minha própria existência

Pela insistência em adiar o fim


Num dia do mês, eras o sonho perfeito

Noutros dias, o pior dos pesadelos

Eras o beijo ardente pela manhã na tez

E a taça de fel por toda à tarde

O veneno à cada noite, a escassez


Queres voltar pela estrada que ruístes?

Queres morar no lar que demoliste?

Queres comer no prato em que cuspiste?

Queres sorriso de quem fizeste triste?

Queres a vida de quem não mais existe.

De um Céu Laranja, Meio RoxoOnde histórias criam vida. Descubra agora